Por Ricardo Kotscho, no blog Balaio do Kotscho:
Atendendo a apelos da mídia amiga, que já está entrando em depressão na busca de um candidato, o sempre cordato tucano Aécio Neves resolveu falar mais grosso e foi ao ataque nos últimos dias, batendo duro nos governos petistas de Lula e Dilma.
Depois que Eduardo Campos entrou de vez na parada, com Marina Silva e José Serra ainda esperando no acostamento da corrida presidencial de 2014, Aécio não tinha outra saída: resolveu se apresentar como o verdadeiro e único candidato de oposição "a tudo o que está aí", como se dizia nas manifestações de junho, detonando tudo o que os governos do PT fizeram nos últimos 11 anos.
A ofensiva começou no sábado num encontro do PSDB em Curitiba: "Vamos dizer ao Brasil que o ciclo do PT merece ser encerrado. Vamos contrapor a meritocracia ao aparelhamento do Estado que o PT faz (...). O papo é reto: está chegando a hora de enfrentarmos o PT. Devemos nos preparar para o embate e debater em todos os cenários".
Ainda não se sabe que efeito este discurso terá no eleitorado mais pobre que elegeu Lula e Dilma, ainda mais após a divulgação dos novos números anunciados nesta terça-feira pelo IPEA (Instituto de Políticas Econômicas Aplicadas).
Acabo de ler aqui no R7 que 1,1 milhão de brasileiros saíram da pobreza extrema em 2012.Apesar do "pibinho" de 0,9% no ano passado, a renda das famílias brasileiras cresceu 7,9% e a desigualdade diminuiu: o índice foi de 6,5% entre os 10% mais ricos e de 14% entre os 10% mais pobres.
"Para a pobreza, o fundamental é o que acontece na base, cuja renda cresce num ritmo chinês. O bolo aumentou com mais fermento para os mais pobres, especialmente para os mais pobres dos pobres", disse o presidente do IPEA, Murilo Nery.
As palavras "pobres" e "pobreza" não foram citadas em outro discurso de Aécio, na segunda-feira, no evento promovido pela Editora Abril para 300 empresários, em São Paulo, mas seria bom o senador tucano conversar com Nery para entender porque sua candidatura continua empacada a um ano das eleições.
Aécio, Eduardo Campos e Marina Silva, os três candidatos de oposição chamados pela Abril para o evento, que contou também com o presidente do STF, Joaquim Barbosa, sentiram-se em casa para atacar a política econômica do governo e fazer agrados aos empresários.
O candidato do PSDB prometeu cortar pela metade o atual número de ministérios e adotar medidas emergenciais para simplificar o sistema tributário. "O governo mais atrapalha o ambiente de negócios do que ajuda", criticou Aécio, "por demonizar a parceria com o setor privado".
Mais ou menos na mesma linha, mas em tom menos agressivo, o governador pernambucano Eduardo Campos, que até a semana passada fazia parte da base aliada do governo, e agora é um provável concorrente de Aécio na disputa por uma vaga no segundo turno, também criticou a política econômica de Dilma. "É preciso pensar o país além da eleição de 2014; é preciso pensar para as próximas décadas".
Os mesmos setores da imprensa que atiçaram Aécio a ser mais duro nas críticas aos governos do PT, com poucas esperanças de que Marina Silva consiga criar seu próprio partido, já estão lançando o nome dela para ser vice do ex-governador mineiro, com o objetivo de pelo menos provocar um segundo turno em 2014, mas já desistiram de bancar Joaquim Barbosa, que nem entra mais nas pesquisas.
Nas próximas horas, quando o TSE anunciar sua decisão sobre a legalidade ou não da criação do Rede Sustentabilidade, o partido de Marina Silva, e José Serra comunicar finalmente o que pretende fazer na próxima campanha (nem Roberto Freire está conseguindo falar com ele, segundo a Folha), saberemos então contra quem a presidente Dilma Rousseff disputará a reeleição no próximo ano.
Se depender de Aécio Neves, pelo jeito, teremos um novo Fla-Flu entre PT e PSDB.
Depois que Eduardo Campos entrou de vez na parada, com Marina Silva e José Serra ainda esperando no acostamento da corrida presidencial de 2014, Aécio não tinha outra saída: resolveu se apresentar como o verdadeiro e único candidato de oposição "a tudo o que está aí", como se dizia nas manifestações de junho, detonando tudo o que os governos do PT fizeram nos últimos 11 anos.
A ofensiva começou no sábado num encontro do PSDB em Curitiba: "Vamos dizer ao Brasil que o ciclo do PT merece ser encerrado. Vamos contrapor a meritocracia ao aparelhamento do Estado que o PT faz (...). O papo é reto: está chegando a hora de enfrentarmos o PT. Devemos nos preparar para o embate e debater em todos os cenários".
Ainda não se sabe que efeito este discurso terá no eleitorado mais pobre que elegeu Lula e Dilma, ainda mais após a divulgação dos novos números anunciados nesta terça-feira pelo IPEA (Instituto de Políticas Econômicas Aplicadas).
Acabo de ler aqui no R7 que 1,1 milhão de brasileiros saíram da pobreza extrema em 2012.Apesar do "pibinho" de 0,9% no ano passado, a renda das famílias brasileiras cresceu 7,9% e a desigualdade diminuiu: o índice foi de 6,5% entre os 10% mais ricos e de 14% entre os 10% mais pobres.
"Para a pobreza, o fundamental é o que acontece na base, cuja renda cresce num ritmo chinês. O bolo aumentou com mais fermento para os mais pobres, especialmente para os mais pobres dos pobres", disse o presidente do IPEA, Murilo Nery.
As palavras "pobres" e "pobreza" não foram citadas em outro discurso de Aécio, na segunda-feira, no evento promovido pela Editora Abril para 300 empresários, em São Paulo, mas seria bom o senador tucano conversar com Nery para entender porque sua candidatura continua empacada a um ano das eleições.
Aécio, Eduardo Campos e Marina Silva, os três candidatos de oposição chamados pela Abril para o evento, que contou também com o presidente do STF, Joaquim Barbosa, sentiram-se em casa para atacar a política econômica do governo e fazer agrados aos empresários.
O candidato do PSDB prometeu cortar pela metade o atual número de ministérios e adotar medidas emergenciais para simplificar o sistema tributário. "O governo mais atrapalha o ambiente de negócios do que ajuda", criticou Aécio, "por demonizar a parceria com o setor privado".
Mais ou menos na mesma linha, mas em tom menos agressivo, o governador pernambucano Eduardo Campos, que até a semana passada fazia parte da base aliada do governo, e agora é um provável concorrente de Aécio na disputa por uma vaga no segundo turno, também criticou a política econômica de Dilma. "É preciso pensar o país além da eleição de 2014; é preciso pensar para as próximas décadas".
Os mesmos setores da imprensa que atiçaram Aécio a ser mais duro nas críticas aos governos do PT, com poucas esperanças de que Marina Silva consiga criar seu próprio partido, já estão lançando o nome dela para ser vice do ex-governador mineiro, com o objetivo de pelo menos provocar um segundo turno em 2014, mas já desistiram de bancar Joaquim Barbosa, que nem entra mais nas pesquisas.
Nas próximas horas, quando o TSE anunciar sua decisão sobre a legalidade ou não da criação do Rede Sustentabilidade, o partido de Marina Silva, e José Serra comunicar finalmente o que pretende fazer na próxima campanha (nem Roberto Freire está conseguindo falar com ele, segundo a Folha), saberemos então contra quem a presidente Dilma Rousseff disputará a reeleição no próximo ano.
Se depender de Aécio Neves, pelo jeito, teremos um novo Fla-Flu entre PT e PSDB.
Dentro do espírito (falso) do vamos conversar do Aécio, e diante da defesa da reforma tributária, seria interessante verificar o comportamento tributário do governo dele. Que eu saiba, Minas tem, e teve durante todos os últimos governos do PSDB mineiro, uma das mais altas taxas de ICMS.
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