Por Luis Nassif, no Jornal GGN:
Com a ida de Marina Silva para o PSB de Eduardo Campos, o jogo político torna-se interessante
Havia um conjunto de combinações possível.
Com Marina viabilizando seu partido, o jogo de 2014 seria jogado por Dilma Rousseff, Marina, Aécio Neves (ou José Serra) e Eduardo Campos.
A probabilidade maior era um segundo turno entre Dilma e Marina. Segundo interlocutores de Lula, ele considerava a melhor alternativa para Dilma, já que, exposta à luz da campanha, Marina seria mais fácil de ser derrotada no segundo turno. Mas há quem analisasse que, com três candidatos da oposição, aumentava a probabilidade de segundo turno. Com dois, diminui.
Outra possibilidade seria a dupla Eduardo Campos e Aécio Neves. Campos garantiria o discurso, Aécio a estrutura do PSDB. Mas seria difícil para ambos misturarem o discurso de Campos – de elogiar o presente e prometer um futuro melhor – com o do PSDB – de que nada foi feito de modo certo após 2003. E mais difícil ainda definir quem seria o candidato e quem o vice.
A terceira probabilidade seria Marina de vice de um dos dois. Escolheu Campos.
Efeitos imediatos:
1. Campos e Aécio têm discursos diferentes na forma, embora semelhantes no conteúdo. Defendem maior eficiência do Estado, gestão etc. Mas Campos se posiciona como o ex-aliado de Lula-Dilma, que reconhece os avanços conquistados mas diz que pode avançar mais. Já Aécio não conseguiu se desligar do discurso negativista que tem sido a marca do PSDB.
2. Aécio provavelmente radicalizará ainda mais o discurso do contra, por dois bons motivos. O primeiro, o de se diferenciar de Campos. O segundo, o de suplantar Serra no anti-petismo.
3. Campos definitivamente ganha o apoio do empresariado moderno de São Paulo, que já o admirava pelas qualidades de gestor. Esvazia o PSDB de um braço importante mas que, de qualquer forma, já se distanciara do partido.
4. Haverá um choque de cultura no PSB, entre a velha guarda – capitaneada por Roberto Amaral – e os novos aliados. Nada que comprometa a unidade da chapa. Mas, apesar das questões programáticas não serem tão relevantes nas eleições presidenciais, obviamente haverá uma composição de posições que poderá resultar em uma mistura interessante.
5. Serra continuará apostando na não decolagem de Aécio. Aliás, o fato de Aécio ter aceitado a permanência de Serra no partido mostra sua dificuldade de lidar com as armas do poder. Lembra um pouco a piada do galo bom e do galo ruim. É bom de trato mas ruim de briga.
6. Mantidas as atuais condições de temperatura, Dilma permanece franca favorita. E, em qualquer situação de tempo, o PPS de Roberto Freire permanece irrelevante.
Com a ida de Marina Silva para o PSB de Eduardo Campos, o jogo político torna-se interessante
Havia um conjunto de combinações possível.
Com Marina viabilizando seu partido, o jogo de 2014 seria jogado por Dilma Rousseff, Marina, Aécio Neves (ou José Serra) e Eduardo Campos.
A probabilidade maior era um segundo turno entre Dilma e Marina. Segundo interlocutores de Lula, ele considerava a melhor alternativa para Dilma, já que, exposta à luz da campanha, Marina seria mais fácil de ser derrotada no segundo turno. Mas há quem analisasse que, com três candidatos da oposição, aumentava a probabilidade de segundo turno. Com dois, diminui.
Outra possibilidade seria a dupla Eduardo Campos e Aécio Neves. Campos garantiria o discurso, Aécio a estrutura do PSDB. Mas seria difícil para ambos misturarem o discurso de Campos – de elogiar o presente e prometer um futuro melhor – com o do PSDB – de que nada foi feito de modo certo após 2003. E mais difícil ainda definir quem seria o candidato e quem o vice.
A terceira probabilidade seria Marina de vice de um dos dois. Escolheu Campos.
Efeitos imediatos:
1. Campos e Aécio têm discursos diferentes na forma, embora semelhantes no conteúdo. Defendem maior eficiência do Estado, gestão etc. Mas Campos se posiciona como o ex-aliado de Lula-Dilma, que reconhece os avanços conquistados mas diz que pode avançar mais. Já Aécio não conseguiu se desligar do discurso negativista que tem sido a marca do PSDB.
2. Aécio provavelmente radicalizará ainda mais o discurso do contra, por dois bons motivos. O primeiro, o de se diferenciar de Campos. O segundo, o de suplantar Serra no anti-petismo.
3. Campos definitivamente ganha o apoio do empresariado moderno de São Paulo, que já o admirava pelas qualidades de gestor. Esvazia o PSDB de um braço importante mas que, de qualquer forma, já se distanciara do partido.
4. Haverá um choque de cultura no PSB, entre a velha guarda – capitaneada por Roberto Amaral – e os novos aliados. Nada que comprometa a unidade da chapa. Mas, apesar das questões programáticas não serem tão relevantes nas eleições presidenciais, obviamente haverá uma composição de posições que poderá resultar em uma mistura interessante.
5. Serra continuará apostando na não decolagem de Aécio. Aliás, o fato de Aécio ter aceitado a permanência de Serra no partido mostra sua dificuldade de lidar com as armas do poder. Lembra um pouco a piada do galo bom e do galo ruim. É bom de trato mas ruim de briga.
6. Mantidas as atuais condições de temperatura, Dilma permanece franca favorita. E, em qualquer situação de tempo, o PPS de Roberto Freire permanece irrelevante.
sustentabilidade com coca-cola.
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