Por Altamiro Borges
O Ministério da Justiça abriu nesta semana processo administrativo contra uma campanha publicitária da cerveja Devassa, considerada abusiva pelo Procon Espírito Santo. A empresa poderá ser multada em até R$ 6 milhões. A abjeta propaganda lança a cerveja "Tropical Dark" e mostra uma mulher negra, num vestido vermelho decotado, e a mensagem: "É pelo corpo que se reconhece a verdadeira negra".
A denúncia do Procon do Espírito Santo foi encaminhada ao Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor (DPDC), vinculado à Secretária Nacional do Consumidor, do Ministério da Justiça. As apurações realizadas pelo órgão, segundo nota à imprensa, indicam que a campanha é abusiva porque equipara a mulher negra a um objeto de consumo através da comparação entre seu corpo e um produto. A Secretaria de Políticas para as Mulheres, a Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial e o Conselho Federal de Psicologia também foram consultados antes dessa avaliação.
"Na sociedade de consumo, a publicidade é indicativo do padrão ético adotado pelas empresas para a oferta de produtos e serviços. Não se pode admitir que, para vender um produto, sejam utilizadas mensagens discriminatórias, que reforçam estereótipos de gênero e étnico-raciais e contribuem para aprofundar desigualdades", argumenta Amaury Oliva, diretor do DPDC. A multa fixada para a Brasil Kirin (Schincariol), fabricante da cerveja Devassa, será aplicada ao final do processo administrativo.
"Na sociedade de consumo, a publicidade é indicativo do padrão ético adotado pelas empresas para a oferta de produtos e serviços. Não se pode admitir que, para vender um produto, sejam utilizadas mensagens discriminatórias, que reforçam estereótipos de gênero e étnico-raciais e contribuem para aprofundar desigualdades", argumenta Amaury Oliva, diretor do DPDC. A multa fixada para a Brasil Kirin (Schincariol), fabricante da cerveja Devassa, será aplicada ao final do processo administrativo.
No final de setembro, uma pesquisa sobre a imagem da mulher exibida na tevê, feita em parceria pelo Instituto Patrícia Galvão e o Data Popular, já havia comprovado o alto grau de preconceito existente na publicidade. Ela revelou que "84% dos entrevistados concordam que o corpo da mulher é usado para promover a venda de produtos" e que "58% avaliam que as propagandas mostram a mulher como objeto sexual". Apesar desta violência, as poderosas empresas anunciantes, as agências de propaganda e as emissoras de tevê não aceitam qualquer regulação do setor. Devassas, elas exigem liberdade total para explorar a imagem da mulher e para elevar os seus lucros!
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É tudo quea a Empresa de publicidade quer polemica e audiencia de graça, que não ter a minha.
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