Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:
Ao oferecer, hoje, pelo Twitter, sua solidariedade à família do jovem Douglas Rodrigues, de 17 anos, morto por um policial militar no domingo em São Paulo, Dilma Rousseff tocou num dos pontos mais horrendos da violência no país.
“Assim como Douglas, milhares de outros jovens negros da periferia são vitimas cotidianas da violência. A violência contra a periferia é a manifestação mais forte da desigualdade no Brasil”, disse a Presidenta.
E é assim, porque o negro – como o pobre – é a vítima “preferencial” da violência brasileira. E como a pobreza é maior entre os negros e os jovens, o jovem negro recebe a maior carga de brutalidade: a do crime, em si, e a da repressão do Estado – via polícia e justiça – que os trata com muito mais rigor que os não-negros e, claro, muito mais ainda que os não-negros e não-pobres.
Um pesquisa divulgada há dez dias pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, o Ipea, revela dados terríveis sobre a questão.
Embora as populações não-negra e a de negros e pardos se equivalham, a taxa de homicídios sofridos por estes é 135% maior que a entre os não negros.
A de agressões, 38% e, ainda mais sério: 62% não procuraram a polícia para se queixar. A grande maioria, por não acreditar na polícia ou por temer represálias.
Mas há outro lado cruel da violência contra os negros: a sua criminalização. A real e a que lhe atribui uma condição de suspeita e envolvimento maior do que a que recebe um não-negro nas mesmas condições.
A população carcerária parda e negra, no Brasil, embora os contingentes populacionais se equilibrem, apresenta uma taxa sobre o total superior em 44% à dos não negros.
Certo que eles sofrem mais com a presença do crime e do tráfico – que fornece ao asfalto sem morar lá – mas não pode ser protegida dele por ações militares, que reproduzem a mesma ideia de guerra que, todos já sabem, não será vencida assim.
Enquanto os “Amarildos” forem vistos como suspeitos por serem pobres e pardos não pode haver pacificação.
E enquanto se legitimar a brutalidade, seja com o “combate ao tráfico” seja por um tragicômico “combate ao sistema”, como se este fosse os caixas automáticos ou a cabeça de um PM, vamos estar ajudando a ter uma polícia estúpida que, nas áreas pobres, longe das câmaras de TV ou da Mídia Ninja, desce o pau em pretos e pobres por serem perigosos pretos e pobres.
“Assim como Douglas, milhares de outros jovens negros da periferia são vitimas cotidianas da violência. A violência contra a periferia é a manifestação mais forte da desigualdade no Brasil”, disse a Presidenta.
E é assim, porque o negro – como o pobre – é a vítima “preferencial” da violência brasileira. E como a pobreza é maior entre os negros e os jovens, o jovem negro recebe a maior carga de brutalidade: a do crime, em si, e a da repressão do Estado – via polícia e justiça – que os trata com muito mais rigor que os não-negros e, claro, muito mais ainda que os não-negros e não-pobres.
Um pesquisa divulgada há dez dias pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, o Ipea, revela dados terríveis sobre a questão.
Embora as populações não-negra e a de negros e pardos se equivalham, a taxa de homicídios sofridos por estes é 135% maior que a entre os não negros.
A de agressões, 38% e, ainda mais sério: 62% não procuraram a polícia para se queixar. A grande maioria, por não acreditar na polícia ou por temer represálias.
Mas há outro lado cruel da violência contra os negros: a sua criminalização. A real e a que lhe atribui uma condição de suspeita e envolvimento maior do que a que recebe um não-negro nas mesmas condições.
A população carcerária parda e negra, no Brasil, embora os contingentes populacionais se equilibrem, apresenta uma taxa sobre o total superior em 44% à dos não negros.
Certo que eles sofrem mais com a presença do crime e do tráfico – que fornece ao asfalto sem morar lá – mas não pode ser protegida dele por ações militares, que reproduzem a mesma ideia de guerra que, todos já sabem, não será vencida assim.
Enquanto os “Amarildos” forem vistos como suspeitos por serem pobres e pardos não pode haver pacificação.
E enquanto se legitimar a brutalidade, seja com o “combate ao tráfico” seja por um tragicômico “combate ao sistema”, como se este fosse os caixas automáticos ou a cabeça de um PM, vamos estar ajudando a ter uma polícia estúpida que, nas áreas pobres, longe das câmaras de TV ou da Mídia Ninja, desce o pau em pretos e pobres por serem perigosos pretos e pobres.
O MP deixa esses fatos para a gaveta!
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