quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Marina no PSB e a reforma política

Por Cadu Amaral, em seu blog:

E Marina Silva optou por se filiar ao PSB, um partido, dito por ela, tradicional que não tem diferenças do PT ou do PSDB. Resolveu jogar o jogo com a regra que está posta. Pelo gesto em si, não há o que condenar.

O problema é a nossa legislação política-eleitoral. Todos os partidos, em maior ou menor grau, realizaram movimentações como essa para garantir filiações de prováveis candidatos ano que vem.

Mesmo não dando para se condenar o ato de filiar-se ao PSB em si, dá – e muito – para criticar a postura de Marina durante a tentativa de criação de sua Rede Sustentabilidade, afirmado por ela como fruto da não existência de espaços onde a política era tratada com seriedade, ética, compromisso e outras tantas coisas que ela usava para tentar fundamentar sua criação. Todas muito vagas, diga-se de passagem.

Vida real

Ao se filiar ao PSB, Marina aceitou o jogo político que garantia negar. Ela entrou em uma agremiação partidária que optou por um pragmatismo pior que o do PT. Pior por que o PT ao menos tem a desculpa (e não é qualquer desculpa) de ser o principal partido do governo federal e, com a lógica institucional vigente, as coalizões são mais do que necessárias.

O PSB não vive essa realidade, ele poderia ser mais programático do que pragmático. Ou será que as ideias construídas por Miguel Arraes, foram jogadas na lata do lixo por seu neto, Eduardo Campos, presidente nacional da legenda.

Marina agora está no mesmo partido dos Bornhausen. O filho do Jorge, fiel membro da ditadura civil-militar de 1964, Paulo será candidato em Santa Catarina pelo PSB. Heráclito Fortes, ex-DEM do Piauí também virou um socialista de Campos e agora é seu companheiro. Ronaldo Caiado, líder do DEM na Câmara dos Deputados e da bancada ruralista, defende que seu partido apoie o PSB em 2014. Como é cruel a vida real.

Marina desde que saiu do PT pregou uma nova forma de fazer política, mas abriu mão de juntar-se ao querem uma reforma que fortaleça o debate programático. Foi derrotada pelo pragmatismo.

Sua união com Eduardo Campos no PSB por si só não quer dizer nada em termos de votos nas próximas eleições. Apenas que poderemos ter, em caso de uma chapa “puro sangue” do PSB, uma candidatura um pouco mais forte e que pode tirar de Aécio (ou o Serra) o centro da oposição no Brasil. Sobre isso o momento é de esperar para ver.

Reforma política
Infelizmente ao invés de toda essa movimentação dos partidos para abrigarem personalidades em suas fileiras com vistas às eleições em 2014 fomentar ainda mais o debate sobre a reforma política, alimenta apenas a banca de apostas sobre quantos votos cada nome terá ao final do dia cinco de outubro do ano que vem.

As contradições expostas no último mês apenas reforçam a necessidade de mudar a forma de fazer política no Brasil, a relação das instituições, dos partidos, do capital financeiro na política, da mídia, enfim, uma série de coisas que afetam diretamente nossa democracia. Mas ao que parece, isso vai ficar para depois. Mais uma vez.

3 comentários:

  1. Desvendando cinco mitos sobre Marina Silva:

    http://semgeneralizacao.blogspot.com.br

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  2. Blog do Zé
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    Campos que se prepare: só começou o processo que pode paralisar sua candidatura ao Planalto

    09 out 2013/0 Comentários/ Blog do Zé /Por Zé Dirceu
    A ex-senadora Marina Silva de que falo na nota sobre a entrevista que ela concedeu ao blog do jornalista Gerson Camarotti (nota abaixo) é uma. A Marina Silva que fala a todos os grandes jornalões hoje – que espaço lhe é dado, hein! – é outra.

    Lê-se o que ela falou ao blog e fica-se com uma visão, mas ao ler a nova entrevista da Marina nos jornais, tudo muda. Para ficar em um exemplo, vejam a entrevista dela na Folha de S.Paulo de hoje. Ela simplesmente desmente o que disse para Camarotti na entrevista ao seu blog – que Eduardo Campos é o candidato da parceria a presidente da República.

    À Folha, agora, ela diz que qualquer dos dois – ela e o parceiro político governador Eduardo Campos – pode ser candidato e mais que vai depender do programa… Como vemos, a ex-senadora Marina Silva está sob pressão dos que na sua Rede divergiram de sua decisão exclusivamente pessoal de abandonar o partido.

    Abandonou a Rede numa decisão monocrática, como bem diz o ex-deputado petista Luciano Zica (SP) ao protestar pela atitude de Marina que, reforça ele, foi tomada isoladamente sem consultas aos que se dedicaram a construir o partido junto com ela.

    Disso tudo, o que fica, o que se sobressai no momento? Agora e no futuro, tudo indica que o presidente nacional do PSB, governador Eduardo Campos, vai viver muitas emoções com as idas e vindas de Marina Silva. Ele tem que se preparar, porque só começou o processo de disputa que pode paralisar sua própria candidatura e disposição de disputar a presidência da República em 2014.

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  3. Justa homenagem a Genoino

    09 out 2013/0 Comentários/ Blog do Zé /Por Zé Dirceu
    Acontece agora, no plenário da Câmara dos Deputados – desde às 10h – a sessão solene que comemora os 25 anos da Constituição Federal de 1988, elaborada pela Assembleia Nacional constituinte que, eleita em 1986, encerrou seus trabalhos dois anos depois.

    O ato faz uma justa homenagem ao deputado José Genoino (PT-SP), um dos maiores regimentalistas daquela Assembleia Nacional Constituinte. Genoino, como se diz popularmente, deu nó em pingo d´água naquela Constituinte, driblando velhas oligarquias e os figurões do chamado Centrão – bloco conservador – para que fossem aprovados muitos dos avanços sociais e democráticos presentes na nossa Carta Magna.

    Como ainda se encontra em recuperação pós-cirurgica, Genoino será representando pelo líder do PT na Câmara, deputado José Guimarães (CE), seu irmão, que receberá em seu nome a Medalha Ulysses Guimarães, outorgada à personalidades homenageadas.

    Ulysses foi o presidente da Constituinte e ao sancionar a nova Carta para a qual Genoino tanto colaborou, deixou dentre tantas outras frases suas que entraram para a história, aquela que sintetizava o momento que se vivia depois de o país atravessar 21 anos de ditadura militar: “Tenho ódio, asco e nojo de ditaduras”.

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