Por Bepe Damasco, em seu blog:
Está certo que não é da cultura do eleitorado brasileiro optar pelo candidato A ou B com base nos seus respectivos vices. Por isso, a transmissão de votos de Marina para Eduardo Campos é uma operação sujeita a chuvas e trovoadas, pois em política 1 + 1 quase sempre não é igual a 2. Também parece cristalino que Dilma saiu ganhando com a adesão da sonhática Marina ao projeto pragmático do governador de Pernambuco. Simples : o número de candidatos competitivos de oposição caiu de três para dois. Já Aécio foi quem mais perdeu com Campos posando de terceira via. O fato é que Dilma tem boas possibilidades de vencer as eleições, quem sabe até no primeiro turno. Contudo, ela e os estrategistas do PT e aliados têm de entender que o desafio de 2014 será diferente das duas últimas eleições presidenciais, quando o discurso da continuidade seduziu o eleitorado. Agora, o xis da questão é mostrar quem tem mais credibilidade para aprofundar as mudanças que o Brasil vem sofrendo desde 2002.
Não é tarefa das mais fáceis, mas o PT precisa reacender a esperança nas pessoas migrando do discurso da continuidade para o da mudança. Não a mudança de rumo, de projeto para o país, de concepção de governo, de opção de governar para todos, mas priorizando os mais pobres. Mas mudança de ritmo, no que se refere à velocidade das reformas que o Brasil precisa. De ousadia, no sentido de enfrentar e romper com as amarras conservadoras. De métodos, apostando todas as fichas num novo jeito de se fazer política no país, o que só se tornará realidade com uma ampla e profunda reforma política produzida por uma constituinte exclusiva.
A oposição já ensaia seu discurso e afia suas armas. Na certa, trará para o debate sobre o futuro do país as manifestações de junho, tentando relacionar o caráter reivindicatório e pretensamente mudancista que tomou conta das ruas com as eleições presidenciais, amparada por palavras de ordem do tipo "você que esteve nas ruas, não perca a oportunidade de mudar o Brasil trocando de presidente." Ou, "quem está contra tudo que aí está, vota fulano ou beltrano." Tudo isso muito bem ilustrado pelas imagens impressionantes dos protestos de rua que varreram o país.
A esquerda tem de se contrapor a essa estratégia conservadora com a renovação do seu compromisso com as transformações do Brasil. O modelo cuja velocidade é ditada por pactuações com setores retrógados do mundo político está superado. Mesmo que o resultado eleitoral imponha o manutenção de alianças com segmentos da classe dominante, é necessário investir mais em mecanismos de democracia direta e participativa, tais como plebiscitos e referendos.
Em que pese o nosso sistema presidencialista de coalizão parlamentar aponte como elemento fundamental à governabilidade a atração do centro político, e até da parte mais moderada e republicana da direita, temos que fazer valer o nosso projeto de país, sustentado na inclusão social e no fim da miséria e da pobreza, na igualdade de oportunidades, na soberania nacional, na solução dos gargalos de infraestrutura, no acesso de todos os brasileiros à educação e saúde de qualidade, no incremento do aumento da renda, na geração de ainda mais e melhores empregos, num modelo de desenvolvimento sustentado ambientalmente, na resolução definitiva da questão agrária, na reversão ao atraso em inovação, ciência e tecnologia, na democratização dos meios de comunicação. Enfim, num Brasil definitivamente mais justo e solidário.
E o que vai nos credenciar junto ao povo brasileiro para esse salto para o futuro são justamente os grandes avanços sociais, políticos e econômicos obtidos pelos governos de Lula e Dilma ao longo de três mandatos. Desde que olhemos para a frente, corrigindo os nossos erros e superando as nossas debilidades. Como disse o governador Tarso Genro em recente entrevista, as eleições de 2014 não serão mais decididas pela comparação entre as gestões passadas de Lula e FHC, nas quais saímos vitoriosos. O divisor de águas, o centro do debate, será o futuro do Brasil.
Está certo que não é da cultura do eleitorado brasileiro optar pelo candidato A ou B com base nos seus respectivos vices. Por isso, a transmissão de votos de Marina para Eduardo Campos é uma operação sujeita a chuvas e trovoadas, pois em política 1 + 1 quase sempre não é igual a 2. Também parece cristalino que Dilma saiu ganhando com a adesão da sonhática Marina ao projeto pragmático do governador de Pernambuco. Simples : o número de candidatos competitivos de oposição caiu de três para dois. Já Aécio foi quem mais perdeu com Campos posando de terceira via. O fato é que Dilma tem boas possibilidades de vencer as eleições, quem sabe até no primeiro turno. Contudo, ela e os estrategistas do PT e aliados têm de entender que o desafio de 2014 será diferente das duas últimas eleições presidenciais, quando o discurso da continuidade seduziu o eleitorado. Agora, o xis da questão é mostrar quem tem mais credibilidade para aprofundar as mudanças que o Brasil vem sofrendo desde 2002.
Não é tarefa das mais fáceis, mas o PT precisa reacender a esperança nas pessoas migrando do discurso da continuidade para o da mudança. Não a mudança de rumo, de projeto para o país, de concepção de governo, de opção de governar para todos, mas priorizando os mais pobres. Mas mudança de ritmo, no que se refere à velocidade das reformas que o Brasil precisa. De ousadia, no sentido de enfrentar e romper com as amarras conservadoras. De métodos, apostando todas as fichas num novo jeito de se fazer política no país, o que só se tornará realidade com uma ampla e profunda reforma política produzida por uma constituinte exclusiva.
A oposição já ensaia seu discurso e afia suas armas. Na certa, trará para o debate sobre o futuro do país as manifestações de junho, tentando relacionar o caráter reivindicatório e pretensamente mudancista que tomou conta das ruas com as eleições presidenciais, amparada por palavras de ordem do tipo "você que esteve nas ruas, não perca a oportunidade de mudar o Brasil trocando de presidente." Ou, "quem está contra tudo que aí está, vota fulano ou beltrano." Tudo isso muito bem ilustrado pelas imagens impressionantes dos protestos de rua que varreram o país.
A esquerda tem de se contrapor a essa estratégia conservadora com a renovação do seu compromisso com as transformações do Brasil. O modelo cuja velocidade é ditada por pactuações com setores retrógados do mundo político está superado. Mesmo que o resultado eleitoral imponha o manutenção de alianças com segmentos da classe dominante, é necessário investir mais em mecanismos de democracia direta e participativa, tais como plebiscitos e referendos.
Em que pese o nosso sistema presidencialista de coalizão parlamentar aponte como elemento fundamental à governabilidade a atração do centro político, e até da parte mais moderada e republicana da direita, temos que fazer valer o nosso projeto de país, sustentado na inclusão social e no fim da miséria e da pobreza, na igualdade de oportunidades, na soberania nacional, na solução dos gargalos de infraestrutura, no acesso de todos os brasileiros à educação e saúde de qualidade, no incremento do aumento da renda, na geração de ainda mais e melhores empregos, num modelo de desenvolvimento sustentado ambientalmente, na resolução definitiva da questão agrária, na reversão ao atraso em inovação, ciência e tecnologia, na democratização dos meios de comunicação. Enfim, num Brasil definitivamente mais justo e solidário.
E o que vai nos credenciar junto ao povo brasileiro para esse salto para o futuro são justamente os grandes avanços sociais, políticos e econômicos obtidos pelos governos de Lula e Dilma ao longo de três mandatos. Desde que olhemos para a frente, corrigindo os nossos erros e superando as nossas debilidades. Como disse o governador Tarso Genro em recente entrevista, as eleições de 2014 não serão mais decididas pela comparação entre as gestões passadas de Lula e FHC, nas quais saímos vitoriosos. O divisor de águas, o centro do debate, será o futuro do Brasil.
Concordo com a questão do aumento do ritmo de mudanças e crescimento. Mas acho que a pauta das manifestações, mudanças, reformas mais eficientes/duras e constituinte soarão muito mal no eleitorado mais pobre. O Lula se elegeu em propaganda muito similar à da esquerda do chile na reabertura política, como se viu no filme "No". "A esperança venceu o medo". Esperança vende. Medo (a propaganda do Serra), Não. Mudanças estruturais não serão bem-vindas. A direita vai vir com tudo nas manifestações, atos de vandalismo, corrupção e outros. Vai pintar de novo o medo. A esquerda, acredito, deva vender os bons resultados econômicos e sociais com exemplos concretos e visando o eleitorado feminino e materno das classes médias mais baixas. A conquista e ampliação do primeiro emprego dos jovens, o impacto no dia a dia dos médicos interiorizados, as melhorias atuais e futuras na educação das famílias menos abastadas e o acesso e manutenção da moradia e programas sociais devem ao meu ver ser o eixo da propaganda política do PT. Além disso o apoio ao agronegócio tem que ser lembrado. Medo, mudança, transformação, manifestações será o discurso da direita. Marina vai vir com mais do mesmo acrescido do discurso verdófilo.
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