Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:
A contratação de Reinaldo Azevedo foi, certamente, uma bofetada nos profissionais da Folha de S. Paulo que, apesar do que o jornal faz, ainda acreditam que existe algum equilíbrio no matutino da Barão de Limeira.
Não porque Reinaldo, como qualquer outro profissional, não tenha direito a trabalhar em qualquer jornal. Tem, mas ninguém o contratou para fazer títulos, leads ou copidesque.
O motivo de darem-lhe um espaço nobre do jornal não foi outro senão o de “importar” para as páginas da Folha o mais grosseiro, incondicional, feroz e intransigente panfletário da direita.
(Reparem que não incluí nem inteligente nem eficaz entre os adjetivos)
Em relação à sua ombudswoman, Suzana Singer, foi, sim, uma atitude ofensiva, porque lhe cabe, para mal de seus pecados, ter de sustentar que o jornal segue, no que diz respeito ao debate de ideias, uma linha de equilíbrio e respeito à diversidade.
Mas, infelizmente, é também um momento para refletir como é injusto, em sua coluna, que as críticas da blogosfera ao jornal sejam tratadas como “selvageria” ou “guerrilha cibernética”. Até porque Azevedo não será o primeiro, nas páginas da Folha, a tratar pessoas abaixo da linha de dignidade.
E nunca isso mereceu um reparo civilizador.
A extensa lista de questões deste blog com a ombudswoman – que pode ser revisada aqui – jamais descambou para a grosseria e o ataque pessoal. Políticos, sim.
Não vejo em que Reinaldo Azevedo seja pior do que um Merval Pereira. Ao contrário, considero-o mais sincero e, por isso, menos criticável. Sobre isso, aliás, escrevi na sexta: “Ele tem o mérito de ser sincero em suas ideias obtusas e explícito nos seus pensamentos, ainda que estes possam ser filosoficamente obscenos.”
O que merece discussão, sim, é a atitude da Folha ao torná-lo um dos seus colunistas. Depois de ter excluído gente do gabarito de Paulo Nogueira Batista Jr, soa como uma opção preferencial não apenas pelo reacionarismo como pela grosseria.
E não o compensa o comentário de Suzana sobre o fato de ter chamado também Ricardo Melo para ter um espaço, sob a alegação que seu passado de “dirigente estudantil trotskista” seria um contrapeso à esquerda. Isso não diz nada sobre ninguém: afinal, o próprio Azevedo também foi adepto de Leon Trotski.
Quem está na berlinda é a Folha, a mesma Folha que publicou fichas policiais falsas de Dilma Rousseff e acusações, depois negadas pelo acusador, de corrupção na Casa Civil do governo Lula, sem nada que as sustentasse senão um personagem de passado sombrio.
No serrismo incondicional de Reinaldo é que se devem buscar as razões para sua entrada triunfal na Folha, não a seu direitismo, mais folclórico que ameaçador.
De resto, não se deve responder à mordida com mordida.
É fácil bater na figura caricata de “Tio Rei”. É, aliás, o que ele pede, em sua sede de notoriedade pessoal. Mas sua agressividade histérica jamais será, de fato, comparável a de um rottweiler, comparação mais própria se feita a seu “mestre”.
Esta briga é de “cachorro grande” e a chegada de Reinaldo Azevedo à Folha é apenas a primeira “baixaria” de 2014.
A contratação de Reinaldo Azevedo foi, certamente, uma bofetada nos profissionais da Folha de S. Paulo que, apesar do que o jornal faz, ainda acreditam que existe algum equilíbrio no matutino da Barão de Limeira.
Não porque Reinaldo, como qualquer outro profissional, não tenha direito a trabalhar em qualquer jornal. Tem, mas ninguém o contratou para fazer títulos, leads ou copidesque.
O motivo de darem-lhe um espaço nobre do jornal não foi outro senão o de “importar” para as páginas da Folha o mais grosseiro, incondicional, feroz e intransigente panfletário da direita.
(Reparem que não incluí nem inteligente nem eficaz entre os adjetivos)
Em relação à sua ombudswoman, Suzana Singer, foi, sim, uma atitude ofensiva, porque lhe cabe, para mal de seus pecados, ter de sustentar que o jornal segue, no que diz respeito ao debate de ideias, uma linha de equilíbrio e respeito à diversidade.
Mas, infelizmente, é também um momento para refletir como é injusto, em sua coluna, que as críticas da blogosfera ao jornal sejam tratadas como “selvageria” ou “guerrilha cibernética”. Até porque Azevedo não será o primeiro, nas páginas da Folha, a tratar pessoas abaixo da linha de dignidade.
E nunca isso mereceu um reparo civilizador.
A extensa lista de questões deste blog com a ombudswoman – que pode ser revisada aqui – jamais descambou para a grosseria e o ataque pessoal. Políticos, sim.
Não vejo em que Reinaldo Azevedo seja pior do que um Merval Pereira. Ao contrário, considero-o mais sincero e, por isso, menos criticável. Sobre isso, aliás, escrevi na sexta: “Ele tem o mérito de ser sincero em suas ideias obtusas e explícito nos seus pensamentos, ainda que estes possam ser filosoficamente obscenos.”
O que merece discussão, sim, é a atitude da Folha ao torná-lo um dos seus colunistas. Depois de ter excluído gente do gabarito de Paulo Nogueira Batista Jr, soa como uma opção preferencial não apenas pelo reacionarismo como pela grosseria.
E não o compensa o comentário de Suzana sobre o fato de ter chamado também Ricardo Melo para ter um espaço, sob a alegação que seu passado de “dirigente estudantil trotskista” seria um contrapeso à esquerda. Isso não diz nada sobre ninguém: afinal, o próprio Azevedo também foi adepto de Leon Trotski.
Quem está na berlinda é a Folha, a mesma Folha que publicou fichas policiais falsas de Dilma Rousseff e acusações, depois negadas pelo acusador, de corrupção na Casa Civil do governo Lula, sem nada que as sustentasse senão um personagem de passado sombrio.
No serrismo incondicional de Reinaldo é que se devem buscar as razões para sua entrada triunfal na Folha, não a seu direitismo, mais folclórico que ameaçador.
De resto, não se deve responder à mordida com mordida.
É fácil bater na figura caricata de “Tio Rei”. É, aliás, o que ele pede, em sua sede de notoriedade pessoal. Mas sua agressividade histérica jamais será, de fato, comparável a de um rottweiler, comparação mais própria se feita a seu “mestre”.
Esta briga é de “cachorro grande” e a chegada de Reinaldo Azevedo à Folha é apenas a primeira “baixaria” de 2014.
Permita-me: neste contexto, a primeira baixaria foi a contratação do Augusto Nunes para apresentar o roda viva. Também, Lobão na veja e o grande espaço dos cqc'boys, destaque para Danilo gentili, nas mídias. Grato!
ResponderExcluirUma curiosidade, daquelas que não interessam a ninguém: o feminino de "ombudsman" é "ombudskvinna", e não "ombudswoman" como andam dizendo por aí, talvez resultando do domínio do idioma inglês no mundo. Poderíamos ter adotado "ouvidor" e "ouvidora" de uma vez, não acham?
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