Por Miguel do Rosário, no blog Tijolaço:
Foi engraçado ler os jornais hoje. Nota-se um sentimento de total desorientação diante do novo cenário.
Alguns analistas bem que tentaram forçar a barra e dizer que a nova chapa desestabiliza a reeleição de Dilma Rousseff. Mas todos concordaram que o principal prejudicado é Aécio Neves e o PSDB, que periga ficar de fora, pela primeira vez em décadas, de um segundo turno presidencial. E se isso acontecer, o PSDB não perde apenas 2014; perde 2018 também.
Não por outra razão, até Dora Kramer, convertida há tempos ao antipetismo como filosofia de vida, deu hoje uma truncada forte em Marina Silva.
“A maneira como ela lidou com as providências práticas exigidas para que conseguisse registrar a legenda a tempo de incluí-la na eleição de 2014 não fala bem sobre os atributos de Marina para presidir um país. Tarefa que requer, sobretudo, capacidade de fazer acontecer.”
A bem da verdade, ninguém está engolindo o chororô de Marina contra a justiça eleitoral. Eurípedes Junior, presidente do recém-criado PROS, legenda que está apanhando que nem gente grande da mídia, acusada de ser legenda de aluguel, resumiu bem a coisa:
“Zombaram de mim. Acharam que eu não conseguiria montar um partido. Passei quatro anos por muitas dificuldades e não apenas sete meses, como alguns”, alfinetou.
Detalhe: Eurípedes não teve apoio do maior banco privado do país, o Itaú, nem de uma das maiores empresas da América Latina, a Natura, como teve Marina.
Lembre-se que o deputado federal Miro Teixeira, conhecido hoje nos meios progressistas como o principal lobista da Globo, se filiou ao Pros. Então, qualquer crítica ao Pros deve ser também destinada a Teixeira, tão paparicado pela mídia.
No jornal O Globo, os analistas entrevistados foram unânimes. Quem perdeu mais foi Aécio Neves.
Na Veja, Reinaldo Azevedo arriscou ontem uma análise tímida sobre o novo cenário, na qual enumera as contradições com que a nova aliança irá se deparar. Hoje não volta a tocar no assunto. Está com medo.
A Folha, por sua vez, escalou sua analista política mais arguta, Vera Magalhães, para identificar pontos negativos à Dilma na nova configuração eleitoral. Ela achou alguns, até válidos, mas não se conteve e quase encerrou com uma nota de pêsames endereçada à Aécio Neves.
O fim da polarização afeta também Aécio Neves. Para se contrapor à nova força que surge e pode ocupar o espaço de oposição, o tucano terá de ir atrás de aliados que sobraram no tabuleiro, como o PPS de Roberto Freire.
Um candidato cuja única salvação é procurar o PPS de Roberto Freire, minilegenda mais chutada que vira-lata em porta de botequim, está realmente em maus lençóis…
Foi engraçado ler os jornais hoje. Nota-se um sentimento de total desorientação diante do novo cenário.
Alguns analistas bem que tentaram forçar a barra e dizer que a nova chapa desestabiliza a reeleição de Dilma Rousseff. Mas todos concordaram que o principal prejudicado é Aécio Neves e o PSDB, que periga ficar de fora, pela primeira vez em décadas, de um segundo turno presidencial. E se isso acontecer, o PSDB não perde apenas 2014; perde 2018 também.
Não por outra razão, até Dora Kramer, convertida há tempos ao antipetismo como filosofia de vida, deu hoje uma truncada forte em Marina Silva.
“A maneira como ela lidou com as providências práticas exigidas para que conseguisse registrar a legenda a tempo de incluí-la na eleição de 2014 não fala bem sobre os atributos de Marina para presidir um país. Tarefa que requer, sobretudo, capacidade de fazer acontecer.”
A bem da verdade, ninguém está engolindo o chororô de Marina contra a justiça eleitoral. Eurípedes Junior, presidente do recém-criado PROS, legenda que está apanhando que nem gente grande da mídia, acusada de ser legenda de aluguel, resumiu bem a coisa:
“Zombaram de mim. Acharam que eu não conseguiria montar um partido. Passei quatro anos por muitas dificuldades e não apenas sete meses, como alguns”, alfinetou.
Detalhe: Eurípedes não teve apoio do maior banco privado do país, o Itaú, nem de uma das maiores empresas da América Latina, a Natura, como teve Marina.
Lembre-se que o deputado federal Miro Teixeira, conhecido hoje nos meios progressistas como o principal lobista da Globo, se filiou ao Pros. Então, qualquer crítica ao Pros deve ser também destinada a Teixeira, tão paparicado pela mídia.
No jornal O Globo, os analistas entrevistados foram unânimes. Quem perdeu mais foi Aécio Neves.
Na Veja, Reinaldo Azevedo arriscou ontem uma análise tímida sobre o novo cenário, na qual enumera as contradições com que a nova aliança irá se deparar. Hoje não volta a tocar no assunto. Está com medo.
A Folha, por sua vez, escalou sua analista política mais arguta, Vera Magalhães, para identificar pontos negativos à Dilma na nova configuração eleitoral. Ela achou alguns, até válidos, mas não se conteve e quase encerrou com uma nota de pêsames endereçada à Aécio Neves.
O fim da polarização afeta também Aécio Neves. Para se contrapor à nova força que surge e pode ocupar o espaço de oposição, o tucano terá de ir atrás de aliados que sobraram no tabuleiro, como o PPS de Roberto Freire.
Um candidato cuja única salvação é procurar o PPS de Roberto Freire, minilegenda mais chutada que vira-lata em porta de botequim, está realmente em maus lençóis…
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