quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Quando não dá mais para calar

Por Sônia Corrêa, em seu blog:

Já escrevi, um milhão de vezes, que sou contra a depredação de patrimônio público, em protestos e manifestações sociais.

Entretanto, não sou nenhuma purista. O fato é que o povo das periferias cansou de assistir calado, cego e surdo os abusos cometidos historicamente por policiais racistas contra jovens pobres e negros.

Cansou de ver seus filhos assassinados e no outro dia, ao perguntar para quem quer que fosse, ninguém sabe, ninguém viu ou ouviu nada. Cansou de aceitar passivamente que a vítima fosse tratada como um bandido, traficante e o assassino teria agido "em legítima defesa", ou que "foi acidental".

Cansou, também, de assistir a mídia, que sustenta este podre poder, acusar de vândalos aqueles que só tem no extremismo de colocar fogo em ônibus, ou em carros de link's de emissoras a sua arma para chamar a atenção aos desmandos de uma sociedade hipócrita, fascista, racista, machista e homofóbica, mas, acima de tudo, uma sociedade de profundas desigualdades sociais.

Amarildo e Douglas são apenas símbolos de uma incontável quantidade de pessoas assassinadas cruelmente por um genocídio silencioso financiado pelo Estado e promovido pela mídia, que prioriza jovens, negros e pobres.

O que se está chamando de vandalismo, eu que sempre me disse contra estes atos, afirmo que é apenas o rompimento do silêncio social de milhares de mães, pais, filhos, esposas que não aguentam mais perder seus entes.

3 comentários:

  1. Sejamos honestos, se houvesse PM na espoca da Bastilha ela não cairia. É sintoma de capitalismo em crise que não se resolve. O que eu lamento é que a preocupação é com a depredação e não a violência da policia.

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  2. Promover a satanização da policia afirmando que a barbárie que acontece nas regiões mais pobres e se espalha sistematicamente por todo o estado é somente fruto da histórica falta de alinhamento desta instituição com os moradores pobres e as lutas sociais (o que também é verdade ) é fruto de quem pouco conhece o que é morar na periferia, os policiais em sua imensa maioria também são moradores da periferia, também são pobres, também sofrem violência, inclusive do estado, são mal selecionados, mal treinados e mal pagos,e trabalhão sob pressão digno de uma guerra como a do Iraque ou Vietna, portanto essa retorica é simplificar a questão

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  3. Pergunta pra mãe do menino de é retórica simplista

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