Por Altamiro Borges
A revista Veja resistiu ao máximo a tratar do propinoduto tucano em São Paulo. Mas na edição desta semana, finalmente, ela citou o escândalo, que envolve chefões do PSDB e poderosas multinacionais, como a Siemens e Alstom. É certo que ele não deu capa e nem destilou o seu costumeiro veneno. Ela até tentou justificar o seu atraso na denúncia. Na prática, porém, a Veja confessou que foi atropelada pelo “trensalão” tucano.
No artigo assinado por Alana Rizzo, intitulado “Corrupção em São Paulo: PF mostra a trilha do dinheiro”, a revista reconhece que os “documentos da Polícia Federal revelam enriquecimento inexplicável de servidores suspeitos de envolvimento no esquema que envolvia a Siemens”. A seletiva revista argumenta, de forma cínica e risível, que demorou a se manifestar sobre o escândalo porque não existiam provas concretas.
“Nunca saiu da fase genérica a acusação de formação de cartel de companhias estrangeiras fornecedoras de equipamentos para governos de São Paulo comandados desde 1995 pelo PSDB”. Agora, porém, afirma a “responsável” Veja, surgiram provas concretas de “que houve combinação de preços entre as empresas de modo a encarecer a conta para os cofres do estado”.
“Investigação da PF sobre a atuação da multinacional francesa Alstom, uma das parceiras da Siemens no arranjo, descobriu evidências, mesmo que indiretas, do pagamento de propina a servidores. Isso coloca o caso num estágio superior ao que estava antes... Os relatórios de inteligência e laudos da evolução patrimonial de funcionários do governo paulista aos quais Veja teve acesso revelaram que ao menos quinze investigados, que ocuparam cargos nas áreas de transporte e energia, tiveram movimentações financeiras incompatíveis com seus rendimentos”.
A revista tenta jogar a culpa pelo desvio do dinheiro público em servidores do governo paulista. Mas é obrigada a citar os chefões tucanos. “Na semana passada, foi revelado que João Roberto Zaniboni, ex-diretor de operações da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), recebeu 836.000 dólares em uma conta em um banco suíço. Zaniboni esteve em todos os governos tucanos de São Paulo, de Mário Covas a José Serra, passando por Alckmin”.
Com a tímida reportagem, o “trensalão” acaba de atropelar um dos últimos bastiões do tucanato paulista. Só falta agora a Assembleia Legislativa de São Paulo aprovar a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar as denúncias de desvio de recursos públicos e de propina para figurões do PSDB – e, tudo indica, para a montagem de caixa-2 de campanha da legenda. Será que agora vai? A conferir!
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Leia também:
- Propinoduto tucano sumiu da mídia
- Propinoduto tucano e mídia seletiva
- Homem-bomba do propinoduto tucano
- Globo esconde propinoduto tucano
- Cadê a CPI do propinoduto tucano?
- Andrea Matarazzo sumiu da mídia
- Soninha ignora propinoduto tucano
A revista Veja resistiu ao máximo a tratar do propinoduto tucano em São Paulo. Mas na edição desta semana, finalmente, ela citou o escândalo, que envolve chefões do PSDB e poderosas multinacionais, como a Siemens e Alstom. É certo que ele não deu capa e nem destilou o seu costumeiro veneno. Ela até tentou justificar o seu atraso na denúncia. Na prática, porém, a Veja confessou que foi atropelada pelo “trensalão” tucano.
No artigo assinado por Alana Rizzo, intitulado “Corrupção em São Paulo: PF mostra a trilha do dinheiro”, a revista reconhece que os “documentos da Polícia Federal revelam enriquecimento inexplicável de servidores suspeitos de envolvimento no esquema que envolvia a Siemens”. A seletiva revista argumenta, de forma cínica e risível, que demorou a se manifestar sobre o escândalo porque não existiam provas concretas.
“Nunca saiu da fase genérica a acusação de formação de cartel de companhias estrangeiras fornecedoras de equipamentos para governos de São Paulo comandados desde 1995 pelo PSDB”. Agora, porém, afirma a “responsável” Veja, surgiram provas concretas de “que houve combinação de preços entre as empresas de modo a encarecer a conta para os cofres do estado”.
“Investigação da PF sobre a atuação da multinacional francesa Alstom, uma das parceiras da Siemens no arranjo, descobriu evidências, mesmo que indiretas, do pagamento de propina a servidores. Isso coloca o caso num estágio superior ao que estava antes... Os relatórios de inteligência e laudos da evolução patrimonial de funcionários do governo paulista aos quais Veja teve acesso revelaram que ao menos quinze investigados, que ocuparam cargos nas áreas de transporte e energia, tiveram movimentações financeiras incompatíveis com seus rendimentos”.
A revista tenta jogar a culpa pelo desvio do dinheiro público em servidores do governo paulista. Mas é obrigada a citar os chefões tucanos. “Na semana passada, foi revelado que João Roberto Zaniboni, ex-diretor de operações da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), recebeu 836.000 dólares em uma conta em um banco suíço. Zaniboni esteve em todos os governos tucanos de São Paulo, de Mário Covas a José Serra, passando por Alckmin”.
Com a tímida reportagem, o “trensalão” acaba de atropelar um dos últimos bastiões do tucanato paulista. Só falta agora a Assembleia Legislativa de São Paulo aprovar a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar as denúncias de desvio de recursos públicos e de propina para figurões do PSDB – e, tudo indica, para a montagem de caixa-2 de campanha da legenda. Será que agora vai? A conferir!
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