Editorial do sítio Vermelho:
O mundo político brasileiro foi surpreendido no último sábado (5) pelo anúncio da filiação da ex-senadora Marina Silva ao Partido Socialista Brasileiro, um ato que representa, até aqui, a jogada política de maior envergadura do cenário pré-eleitoral.
A aliança entre a política acreana e o governador pernambucano cria uma força política nova na disputa eleitoral, que se pretende a “terceira via” alternativa na disputa entre a candidatura da presidenta Dilma Rousseff à reeleição, liderando uma coalizão progressista, e a do senador Aécio Neves, à frente das forças neoliberais e conservadoras.
Tanto a líder da Rede da Sustentabilidade como o cacique pernambucano bateram na tecla da quebra da “falsa polarização”. Mas, falsa é a tese que esposaram, como é falso o caminho que decidiram trilhar. É simplória a visão de que a polarização da vida política brasileira é entre o PT e o PSDB. O ex-líder do Partido Socialista Brasileiro, Miguel Arraes, um dos artífices da frente política que se formou em torno de Lula, analisaria em outros termos. Ele identificava a polarização real da vida política brasileira no confronto entre as forças patrióticas e democráticas, de um lado, e as conservadoras e entreguistas, de outro.
Nas circunstâncias da evolução da vida política nacional, a frente democrática e patriótica adquiriu também caráter popular e eventualmente passou a ser liderada por Lula e o PT, mas figura como algo mais, muito mais amplo do que o confronto entre esta sigla e o PSDB. Nela estão os comunistas do PCdoB, os trabalhistas do PDT e um conjunto de forças de centro, como estavam os socialistas do PSB.
A retórica de Marina Silva na busca de uma justificativa que tornasse plausível o seu ingresso numa sigla “tradicional” revelou a tentativa de aparecer como vítima, acusando o governo e o PT de terem dificultado a obtenção do registro do seu novo partido, a Rede da Sustentabilidade, nova agremiação que chegaria ao cenário político para lutar contra todos os partidos e políticos “tradicionais”.
Mas o fato é que, mesmo tendo obtido quase 20% dos votos na eleição presidencial de 2010 e sendo apontada pelas sondagens de opinião como forte concorrente no pleito do próximo ano, Marina foi incapaz de organizar o partido nos prazos definidos pela lei. Quer escamotear que a tentativa frustrou-se porque a exótica Rede não tem respaldo nem implantação social. Por isso, a acusação leviana de que “há no país uma tentativa, de forma casuística, de eliminar uma força política que legitimamente tem o direito de se constituir como partido político, o que é um risco de aviltamento da democracia”. Marina e seu grupo dirigente se queixaram do “insuportável aparelhamento do Estado e das instituições pelo PT”.
Não passa de retórica a afirmação de que a Rede é o primeiro partido “clandestino”, no quadro do sistema democrático brasileiro, como não passa de uma jogada publicitária a imagem que a ex-senadora tenta fixar de que ela é uma política “diferente” dos políticos “tradicionais”.
Marina é hoje agente e instrumento de uma operação política que – sob o verniz da modernidade expressa por meio de outros padrões éticos e de uma plataforma de mudança da velha política – pretende derrotar um governo que, malgrado as insuficiências, está abrindo um novo caminho para mudar o Brasil e torná-lo uma nação democrática, progressista e socialmente justa. Diante do fracasso das siglas abertamente reacionárias, como o PSDB e o DEM, do desmoronamento de sua base social, do fracasso de suas propostas políticas e do ocaso de suas lideranças, tenta-se criar uma nova força política que reúna condições para interromper, truncar e inverter o novo ciclo político iniciado com a vitória de Lula em 2002.
Que ninguém se engane. A própria ex-senadora revelou o que pretende, ao dizer que seu objetivo é "eliminar o chavismo do PT". Ao brandir pretextos de vitimização por uma suposta “instrumentalização do Estado” pelo governo e ao desfraldar a bandeira do “antichavismo”, a dupla Marina Silva-Eduardo Campos traça uma linha demarcatória em que aparece objetivamente alinhada com as forças reacionárias. Formam, assim, um polo antiprogressista.
O “antichavismo” corresponde ao que foi na época da guerra fria o anticomunismo, ou seja, a oposição ao que é progressista e revolucionário na luta política. É por meio do “antichavismo” que se expressa hoje a política do imperialismo estadunidense e das classes dominantes retrógradas em toda a América Latina. É com a bandeira do “antichavismo” que investem contra a democratização profunda da vida política, o protagonismo das massas populares, o patriotismo anti-imperialista, as políticas de desenvolvimento, as iniciativas de caráter social, a luta pela afirmação da soberania nacional e os esforços pela integração entre nações e povos em luta por sua emancipação.
O novo quadro político que se forma a partir da filiação de Marina Silva ao PSB deve ser corretamente interpretado pelas forças da esquerda consequente e requer novas propostas políticas com alcance eleitoral e para além das eleições de 2014. Mais do que nunca, é necessário avançar para a criação de uma frente de esquerda que reúna partidos políticos, movimentos sociais e personalidades progressistas e patrióticas, para levar adiante uma plataforma de mudanças estruturais no país.
O mundo político brasileiro foi surpreendido no último sábado (5) pelo anúncio da filiação da ex-senadora Marina Silva ao Partido Socialista Brasileiro, um ato que representa, até aqui, a jogada política de maior envergadura do cenário pré-eleitoral.
A aliança entre a política acreana e o governador pernambucano cria uma força política nova na disputa eleitoral, que se pretende a “terceira via” alternativa na disputa entre a candidatura da presidenta Dilma Rousseff à reeleição, liderando uma coalizão progressista, e a do senador Aécio Neves, à frente das forças neoliberais e conservadoras.
Tanto a líder da Rede da Sustentabilidade como o cacique pernambucano bateram na tecla da quebra da “falsa polarização”. Mas, falsa é a tese que esposaram, como é falso o caminho que decidiram trilhar. É simplória a visão de que a polarização da vida política brasileira é entre o PT e o PSDB. O ex-líder do Partido Socialista Brasileiro, Miguel Arraes, um dos artífices da frente política que se formou em torno de Lula, analisaria em outros termos. Ele identificava a polarização real da vida política brasileira no confronto entre as forças patrióticas e democráticas, de um lado, e as conservadoras e entreguistas, de outro.
Nas circunstâncias da evolução da vida política nacional, a frente democrática e patriótica adquiriu também caráter popular e eventualmente passou a ser liderada por Lula e o PT, mas figura como algo mais, muito mais amplo do que o confronto entre esta sigla e o PSDB. Nela estão os comunistas do PCdoB, os trabalhistas do PDT e um conjunto de forças de centro, como estavam os socialistas do PSB.
A retórica de Marina Silva na busca de uma justificativa que tornasse plausível o seu ingresso numa sigla “tradicional” revelou a tentativa de aparecer como vítima, acusando o governo e o PT de terem dificultado a obtenção do registro do seu novo partido, a Rede da Sustentabilidade, nova agremiação que chegaria ao cenário político para lutar contra todos os partidos e políticos “tradicionais”.
Mas o fato é que, mesmo tendo obtido quase 20% dos votos na eleição presidencial de 2010 e sendo apontada pelas sondagens de opinião como forte concorrente no pleito do próximo ano, Marina foi incapaz de organizar o partido nos prazos definidos pela lei. Quer escamotear que a tentativa frustrou-se porque a exótica Rede não tem respaldo nem implantação social. Por isso, a acusação leviana de que “há no país uma tentativa, de forma casuística, de eliminar uma força política que legitimamente tem o direito de se constituir como partido político, o que é um risco de aviltamento da democracia”. Marina e seu grupo dirigente se queixaram do “insuportável aparelhamento do Estado e das instituições pelo PT”.
Não passa de retórica a afirmação de que a Rede é o primeiro partido “clandestino”, no quadro do sistema democrático brasileiro, como não passa de uma jogada publicitária a imagem que a ex-senadora tenta fixar de que ela é uma política “diferente” dos políticos “tradicionais”.
Marina é hoje agente e instrumento de uma operação política que – sob o verniz da modernidade expressa por meio de outros padrões éticos e de uma plataforma de mudança da velha política – pretende derrotar um governo que, malgrado as insuficiências, está abrindo um novo caminho para mudar o Brasil e torná-lo uma nação democrática, progressista e socialmente justa. Diante do fracasso das siglas abertamente reacionárias, como o PSDB e o DEM, do desmoronamento de sua base social, do fracasso de suas propostas políticas e do ocaso de suas lideranças, tenta-se criar uma nova força política que reúna condições para interromper, truncar e inverter o novo ciclo político iniciado com a vitória de Lula em 2002.
Que ninguém se engane. A própria ex-senadora revelou o que pretende, ao dizer que seu objetivo é "eliminar o chavismo do PT". Ao brandir pretextos de vitimização por uma suposta “instrumentalização do Estado” pelo governo e ao desfraldar a bandeira do “antichavismo”, a dupla Marina Silva-Eduardo Campos traça uma linha demarcatória em que aparece objetivamente alinhada com as forças reacionárias. Formam, assim, um polo antiprogressista.
O “antichavismo” corresponde ao que foi na época da guerra fria o anticomunismo, ou seja, a oposição ao que é progressista e revolucionário na luta política. É por meio do “antichavismo” que se expressa hoje a política do imperialismo estadunidense e das classes dominantes retrógradas em toda a América Latina. É com a bandeira do “antichavismo” que investem contra a democratização profunda da vida política, o protagonismo das massas populares, o patriotismo anti-imperialista, as políticas de desenvolvimento, as iniciativas de caráter social, a luta pela afirmação da soberania nacional e os esforços pela integração entre nações e povos em luta por sua emancipação.
O novo quadro político que se forma a partir da filiação de Marina Silva ao PSB deve ser corretamente interpretado pelas forças da esquerda consequente e requer novas propostas políticas com alcance eleitoral e para além das eleições de 2014. Mais do que nunca, é necessário avançar para a criação de uma frente de esquerda que reúna partidos políticos, movimentos sociais e personalidades progressistas e patrióticas, para levar adiante uma plataforma de mudanças estruturais no país.
Juntou a idiota e o mediocre
ResponderExcluirQualquer movimento de oposição ao governo e o PT, os sítios ditos de esquerda esperneiam e dizem que são antiprogressistas ou direitistas...o PT e sua essência já se foi há muito tempo e a pauta está muito longe do que se espera de um governo com compromissos sociais e de desenvolvimento...
ResponderExcluirVoto em Marina sim, pois traz uma esperança de uma nova política seria, sem vícios