Por Renata Mielli, no blog Janela sobre a palavra:
Nesta sexta-feira, 22, o Estadão estampou em uma de suas chamadas de capa a manchete “Médico cubano é afastado por erro”. Na linha fina prossegue o jornal “Isole Gomez Molina, do Programa Mais Médicos, é acusado de prescrever dose quatro vezes maior de dipirona a bebê”.
Na notícia, o repórter teve o cuidado de ouvir o depoimento da mãe, que afirmou ter recebido do médico a orientação correta de como ministrar o medicamento – 1 gota por quilo do bebê, portanto 4 gotas. Mas, na receita, o médico prescreveu a quantidade como 40 gotas. A mãe, orientada corretamente, ministrou no filho a dosagem certa. Como a febre não baixara, procurou novamente atendimento médico e levou a receita. A médica que a atendeu pela segunda vez fez a denúncia à Secretaria de Saúde. O profissional foi levado à sindicância para apuração e afastado por este período. Para ler a notícia completa clique aqui.
Em primeiro lugar, tanto a postura da mãe, quanto a dos órgãos competentes estão corretas. A médica que fez a denúncia também agiu corretamente, mas talvez pelas motivações erradas, as mesmas que geraram o destaque deste fato que ocorreu em Feira de Santana – BA, no Estadão. Qual seja: o preconceito contra os médicos estrangeiros.
Erro médico é erro médico, uns tem consequências maiores outros menores, mas todos precisam ser apurados. O Estado brasileiro precisa aprimorar cada vez mais as condutas e orientações para que estes erros sejam evitados. A questão é quantos erros médicos ocorrem todos os dias no Brasil? E quando eles são notícias em grandes veículos de comunicação?
Geralmente ganham destaque nacional os erros que levam a morte ou a lesões importantes. Se a mídia fosse dar destaque para todos os erros que acontecem em diagnósticos, prescrições e procedimentos – com o mesmo espaço que deu para a notícia em questão – teria que dedicar páginas e páginas para isso.
O que está por trás desta notícia não é o erro em si, mas a tentativa de desqualificar a atuação dos profissionais estrangeiros – particularmente os cubanos – que participam do programa Mais Médicos. Outro objetivo é desqualificar o programa em si, o ministro Alexandre Padilha e o governo como um todo.
A reação das entidades médicas brasileiras, de parte da categoria e de setores conservadores da sociedade ao programa Mais Médicos tem sido virulenta e xenófoba. Nascem do preconceito social, racial e político. Crescem a partir do sentimento corporativista, de reserva de mercado, como se a saúde das pessoas fosse um mercado consumidor a ser disputado. Essas motivações desencadearam uma campanha agressiva e que ignora o interesse público e a carência de milhões de pessoas que não têm atendimento médico adequado. Parte da mídia nacional assumiu e conduziu essa campanha de difamação, com objetivos políticos bem claros, contudo não transparentes.
Esta é a triste notícia que se lê nas entrelinhas da matéria publicada no Estadão: Se o mesmo erro, tivesse sido cometido por um médico brasileiro, talvez e muito provavelmente sua colega nem teria feito a denúncia, a secretaria de Saúde não teria instalado sindicância e o médico continuaria atuando. E, mesmo que a denúncia tivesse sido feita e o médico afastado, ouso afirmar que este fato nunca teria ganhado destaque no jornal de circulação nacional.
Nesta sexta-feira, 22, o Estadão estampou em uma de suas chamadas de capa a manchete “Médico cubano é afastado por erro”. Na linha fina prossegue o jornal “Isole Gomez Molina, do Programa Mais Médicos, é acusado de prescrever dose quatro vezes maior de dipirona a bebê”.
Na notícia, o repórter teve o cuidado de ouvir o depoimento da mãe, que afirmou ter recebido do médico a orientação correta de como ministrar o medicamento – 1 gota por quilo do bebê, portanto 4 gotas. Mas, na receita, o médico prescreveu a quantidade como 40 gotas. A mãe, orientada corretamente, ministrou no filho a dosagem certa. Como a febre não baixara, procurou novamente atendimento médico e levou a receita. A médica que a atendeu pela segunda vez fez a denúncia à Secretaria de Saúde. O profissional foi levado à sindicância para apuração e afastado por este período. Para ler a notícia completa clique aqui.
Em primeiro lugar, tanto a postura da mãe, quanto a dos órgãos competentes estão corretas. A médica que fez a denúncia também agiu corretamente, mas talvez pelas motivações erradas, as mesmas que geraram o destaque deste fato que ocorreu em Feira de Santana – BA, no Estadão. Qual seja: o preconceito contra os médicos estrangeiros.
Erro médico é erro médico, uns tem consequências maiores outros menores, mas todos precisam ser apurados. O Estado brasileiro precisa aprimorar cada vez mais as condutas e orientações para que estes erros sejam evitados. A questão é quantos erros médicos ocorrem todos os dias no Brasil? E quando eles são notícias em grandes veículos de comunicação?
Geralmente ganham destaque nacional os erros que levam a morte ou a lesões importantes. Se a mídia fosse dar destaque para todos os erros que acontecem em diagnósticos, prescrições e procedimentos – com o mesmo espaço que deu para a notícia em questão – teria que dedicar páginas e páginas para isso.
O que está por trás desta notícia não é o erro em si, mas a tentativa de desqualificar a atuação dos profissionais estrangeiros – particularmente os cubanos – que participam do programa Mais Médicos. Outro objetivo é desqualificar o programa em si, o ministro Alexandre Padilha e o governo como um todo.
A reação das entidades médicas brasileiras, de parte da categoria e de setores conservadores da sociedade ao programa Mais Médicos tem sido virulenta e xenófoba. Nascem do preconceito social, racial e político. Crescem a partir do sentimento corporativista, de reserva de mercado, como se a saúde das pessoas fosse um mercado consumidor a ser disputado. Essas motivações desencadearam uma campanha agressiva e que ignora o interesse público e a carência de milhões de pessoas que não têm atendimento médico adequado. Parte da mídia nacional assumiu e conduziu essa campanha de difamação, com objetivos políticos bem claros, contudo não transparentes.
Esta é a triste notícia que se lê nas entrelinhas da matéria publicada no Estadão: Se o mesmo erro, tivesse sido cometido por um médico brasileiro, talvez e muito provavelmente sua colega nem teria feito a denúncia, a secretaria de Saúde não teria instalado sindicância e o médico continuaria atuando. E, mesmo que a denúncia tivesse sido feita e o médico afastado, ouso afirmar que este fato nunca teria ganhado destaque no jornal de circulação nacional.
9 comentários:
Só que não houve erro médico! O médico receitou 4 gotas 10 vezes ao dia, ou seja, 40 gotas!
José Antonio Meira da Rocha, você certamente é um completo idiota!!
Onde você já viu uma prescrição assim?!?!?!
Essa deve ser a dose que a sua mãe te dava quando era bebê, por isso ficou tão retardado...
Se tivesse sido um médico brasileiro teriam: processado civilmente para reparação de dano moral e material, registrado ocorrência policia para processo crime, denunciado no CRM e divulgado na mídia nacional. Como é estrangeiro ganha medalha.
Achei estranho o comentário de "Anônimo" de que se fosse médico brasileiro teria sido processado, etc, etc. Não me lembro de ter visto esse filme. Certamente, ele(a) dever ter lido alguma história de ficção.
O que vale é o que está no papel, foi erro médico sim!!! Deveria ser processado, assim como são os médicos brasileiros.
Erro gravíssimo e claro está na receita 40 gotas de 6/6h, assim como o programa mais médico, pois deveria obrigatoriamente atende todos os politico a favor do programa (Presidente de Republica, Senadores, Governadores, Deputados, Prefeitos,...)
Tá ganhando quanto pra defender esse governo de merda?
Escribo en español, idioma en el que me sobra ortografia, etica profesional y buenos modales.
No defiendo los errores ni de dres cubanos ni de ningun pais del mundo, pero solo piensen en esto,han sido errores que no han causado la muerte a nadie, o sea han sido pequeños.
Ahora bien, cuantos han muerto en este pais por falta de atencion medica. Cuantos han muerto por las negligencias cometidas por sus propios medicos.
Cuantos niños han muerto pudiendo haberse salvado con solo una dipirona o un simple suero oral para evitar desidratacion.
Deberia darles pena que otras personas han venido de tan lejos a hacer lo que ustedes no han sido capaces de hacer.
Dejen ya de criticar y dediquense a salvar vidas, pero con verdadera vocacion medica, con humanismo y profesionalismo
Anônimo que escreveu em espanhol. Acontece o seguinte, nós brasileiros estamos cansados de médicos mal preparados e que não são obrigados a fazer exames para exercer a profissão. Estou falando de médicos brasileiros. Embora os conselhos de medicina e quase todos os estudantes de medicina das universidades federais apoiem o exame, o governo e o congresso nacional vai procrastinhando. Resultado: O exame nunca sai. Por isso, os médicos brasileiros, mal preparados e sem fazer exame, cometem frequentes erros.
No caso dos médicos brasileiros, conhecemos as escolas e podemos evitar os formados em universidades com conceito abaixo de 4. Resumindo, se o médico é formado na UNIPAC (conceito 1) ou em Teresópolis (conceito 2), já saímos correndo. Agora não sei como são as faculdades de medicina de Cuba. Mas vi médico cubano que não sabia operar um tomógrafo, ou um equipamento de endoscopia, ou fazer uma mamografia. Aliás, os médicos cubanos que vieram fazer um curso em uma universidade onde trabalho passaram a nítida impressão de que nunca tinham visto um microscópio de contraste de fase ou equipamento de endoscopia. Tiveram dificuldades em preparar lâminas para patologia. Muitos médicos brasileiros têm essas deficiências. Mas os brasileiros já sabem reconhecê-los pela universidade onde formaram. Os cubanos, não sabemos reconhecer. Então deveriam ter feito a prova Revalida.
Postar um comentário