quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Aloysio Nunes afunda no propinoduto

Por Renato Rovai, em seu blog:

O ex-diretor da Siemens Everton Rheinheimer entregou ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) um relatório onde mostra “a existência de um forte esquema de corrupção no Estado de São Paulo durante os governos (Mário) Covas, Alckmin e (José) Serra, e que tinha como objetivo principal o abastecimento do caixa 2 do PSDB e do DEM”. Apesar de o relatório ter sido entregue no dia 17 de abril, somente hoje a informação veio a público, a partir de uma matéria d’O Estado de S. Paulo, dos jornalistas Fernando Gallo, Ricardo Chapola e Fausto Macedo.


Rheinheimer diz ter provas e dá nome e sobrenome dos políticos tucanos que receberam propinas das empresas do cartel dos trens. Os “propineiros tucanos” fazem parte da Cúpula do PSDB. E essa é a primeira vez que os políticos são nominalmente citados no esquema de corrupção.

O ex-diretor esteve à frente da divisão de Transportes da Siemens até março de 2007, sendo que trabalhou por 22 anos na empresa. Ele é um dos seis denunciantes que topou contar tudo o que sabe em troca de redução de possíveis condenações, no acordo de leniência.

O documento trazido por Rheinheimer faz menção ao senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), os secretários estaduais José Aníbal (Energia), também deputado (PSDB-SP), e Jurandir Fernandes (Transportes Metropolitanos). Todos homens fortes do tucanato. Aloysio Nunes estava sendo cotado para ser vice de Aécio. O senador já foi alvo de denúncias em 2010, por sua ligação com Paulo Preto, o homem de confiança dos tucanos paulistas, acusado de sumir com quatro milhões de reais do “caixa 2″ da campanha de Serra.

O ex-diretor da Siemens cita ainda o secretário de Desenvolvimento Econômico de Alckmin, Rodrigo Garcia. Ele era o homem forte do ex-prefeito de São Paulo Gilberto Kassab e é deputado federal licenciado pelo DEM-SP. A máfia dos auditores fiscais na capital paulista, denunciada pelo governo Fernando Haddad, utilizava uma sala comercial para arrecadar propinas de construtoras, alugada em nome de Marco Aurélio Garcia, irmão de Rodrigo. Em menos de um mês, o secretário de Alckmin aparece envolvido em dois casos de corrupção, e continua no cargo.

Rheinheimer afirma ainda que o secretário da Casa Civil do governo Geraldo Alckmin, deputado licenciado Edson Aparecido (PSDB), era um dos que recebiam propina das empresas suspeitas de participar do cartel dos trens de São Paulo. É o Zé Dirceu de Alckmin.

As denúncias foram anexadas ao inquérito que investiga o cartel dos trens. Será que o Ministério Público vai arquivar na pasta errada como o procurador da República Rodrigo de Grandis fez com o pedido de investigação do acusados da Suíça?

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