Cresce a repulsa em setores da sociedade contra a atitude arbitrária, vingativa e macabra de Joaquim Barbosa, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), que enviou ao presidio da Papuda, em pleno feriado do Dia da Proclamação da República, os condenados no midiático julgamento do “mensalão”. Até outro ministro do STF, Marco Aurélio Mello, criticou a ação intempestiva e exibicionista. Já há inclusive setores que aventam a possibilidade de solicitar a abertura de um processo de impeachment contra o truculento Joaquim Barbosa.
Segundo matéria do sítio Brasil-247 desta terça-feira (19), a ideia foi debatida ontem na reunião dos lideres da base aliada com a presidenta Dilma. “O líder do PT, Wellington Dias (PI), defendeu que o Senado usasse a sua competência constitucional para entrar com representação contra o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal). Os petistas avaliam que Barbosa feriu a Constituição ao determinar a prisão dos condenados ao regime semiaberto em regime fechado, por não atender aos pedidos de cumprimento das penas no local do domicilio, e por não dar tratamento adequado a quem precisa de atendimento médico, como o deputado José Genoino (PT-SP)”.
Caso o processo fosse aberto, ele poderia resultar no impeachment do atual presidente do STF. “No entanto, o líder petista não teve o aval nem da presidente Dilma nem dos demais líderes presentes, por temerem mais um conflito entre o Legislativo e o Judiciário. A presidente se disse preocupada com a situação de Genoino. Segundo ela, o médico Roberto Kalil, que a atende, fez um relato dramático de seu estado de saúde. ‘O Kalil me disse que o problema do Genoíno pode ser fatal. Mas eu não posso fazer qualquer manifestação pública sobre as prisões para não criar uma crise institucional. Essa é uma questão muito delicada’”, relata o sítio.
A ideia, porém, não está enterrada. A cada dia surgem novas críticas à postura prepotente de Joaquim Barbosa, o que pode acelerar o seu isolamento político. Apenas a mídia golpista, com seus colunistas adestrados, continua a endeusar a atitude do presidente do STF. Os mais rancorosos inclusive já apresentam Joaquim Barbosa como potencial candidato à sucessão presidencial de 2014. Mas mesmo neste campo adverso, pipocam as primeiras divergências. Vale conferir dois artigos da Folha tucana:
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Ricardo Mello – 18/11
Supremo Tapetão Federal
Num país onde Paulo Maluf e Brilhante Ustra estão soltos, até um cego percebe que as coisas estão fora de lugar
Derrotada nas eleições, a classe dominante brasileira usou o estratagema habitual: foi remexer nos compêndios do "Direito" até encontrar casuísmos capazes de preencher as ideias que lhe faltam nos palanques. Como se diz no esporte, recorreu ao tapetão.
O casuísmo da moda, o domínio do fato, caiu como uma luva. A critério de juízes, por intermédio dele é possível provar tudo, ou provar nada. O recurso é também o abrigo dos covardes. No caso do mensalão, serviu para condenar José Dirceu, embora não houvesse uma única evidência material quanto à sua participação cabal em delitos. A base da acusação: como um chefe da Casa Civil desconhecia o que estava acontecendo?
A pergunta seguinte atesta a covardia do processo: por que então não incluir Lula no rol dos acusados? Qualquer pessoa letrada percebe ser impossível um presidente da República ignorar um esquema como teria sido o mensalão.
Mas mexer com Lula, pera aí! Vai que o presidente decide mobilizar o povo. Pior ainda quando todos sabem que um outro presidente, o tucano Fernando Henrique Cardoso, assistiu à compra de votos a céu aberto para garantir a reeleição e nada lhe aconteceu. Por mais não fosse, que se mantivessem as aparências. Estabeleceu-se então que o domínio do fato vale para todos, à exceção, por exemplo, de chefes de governo e tucanos encrencados com licitações trapaceadas.
A saída foi tentar abater os petistas pelas bordas. E aí foi o espetáculo que se viu. Políticos são acusados de comprar votos que já estavam garantidos. Ora o processo tinha que ser fatiado, ora tinha que ser examinado em conjunto; situações iguais resultaram em punições diferentes, e vice-versa.
Os debates? Quantos momentos edificantes. Joaquim Barbosa, estrela da companhia, exibiu desenvoltura midiática inversamente proporcional à capacidade de lembrar datas, fixar penas coerentes e respeitar o contraditório. Paladino da Justiça, não pensou duas vezes para mandar um jornalista chafurdar no lixo e tentar desempregar a mulher do mesmo desafeto. Belo exemplo.
O que virá pela frente é uma incógnita. Para o PT, ficam algumas lições. Faça o que quiser, apareça em foto com quem quer que seja, elogie algozes do passado, do presente ou do futuro - o fato é que o partido nunca será assimilado pelo status quo enquanto tiver suas raízes identificadas com o povo. Perto dos valores dos escândalos que pululam por aí, o mensalão não passa de gorjeta e mal daria para comprar um vagão superfaturado de metrô. Mas, como foi obra do PT, cadeia neles.
É a velha história: se uma empregada pega escondida uma peça de lingerie da patroa para ir a uma festa pobre, certamente será demitida, quando não encarcerada - mesmo que a tenha devolvido. Agora, se a amiga da mesma madame levar "por engano" um colar milionário após um regabofe nos Jardins, certamente será perdoada pelo esquecimento e presenteada com o mimo.
Nunca morri de admiração por militantes como José Dirceu, José Genoino e outros tantos. Ao contrário: invariavelmente tivemos posições diferentes em debates sobre os rumos da luta por transformações sociais. Penso até que muitas das dificuldades do PT resultam de decisões equivocadas por eles defendidas. Mas, num país onde Paulo Maluf e Brilhante Ustra estão soltos, enquanto Dirceu e Genoino dormem na cadeia, até um cego percebe que as coisas estão fora de lugar.
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Janio de Freitas – 19/11/2013
Quando março chegar
A ida dos presos para cadeias injustificáveis em Brasília proporcionou um espetáculo de marketing
Na conturbada sessão do Supremo Tribunal Federal de quarta passada, quando decididas as prisões do mensalão sem esperar pelo fim dos recursos de defesa, um dos vários incidentes surgiu e repicou insistentemente sem sequer indício de algo que o explicasse. A ocorrência das prisões no 15 de novembro não só o explicou, como explicou muito mais. E com mais importância.
Já a antecipação das prisões entrava em discussão. Ricardo Lewandowski ponderou que, tendo o procurador-geral da República entrado com novo documento no processo, do qual o ministro recebera cópia e notara o despacho "Junte-se" assinado por Joaquim Barbosa, cabia à defesa pronunciar-se a respeito. Marco Aurélio Mello endossou de pronto a ponderação, pronunciamento de uma parte chama o da outra. O documento propunha as prisões imediatas.
Joaquim Barbosa desfechou, com raiva, um ataque súbito ao procurador-geral Rodrigo Janot, sentado à sua direita, por lhe mandar o documento na véspera, o qual nem ao menos lera antes de despachar. Do seu teor só tomava conhecimento ali, naquela hora.
Não precisaria dizer, aqui, que Marco Aurélio Mello se esbaldou em gozações ao presidente do tribunal que confessava assinar e despachar documentos sem os ler. Barbosa repetiu, e repetiu mais, o ataque à atitude de Janot, no entanto adotada com perfeita formalidade e no seu direito funcional.
Também não precisaria dizer que Joaquim Barbosa atropelou a ponderação sobre um direito de defesa e um dever de juízo, e aparentemente foi acompanhado pela maioria (com a intensidade da balbúrdia, o presidente não conseguiu formular o sentido e a forma da decisão do tribunal; adiou-a, e não a expôs na sessão seguinte).
Mas toda a crítica raivosa, que o procurador-geral Rodrigo Janot ouviu como um soldado ao tenentinho que experimenta o seu recente poder de humilhar, ficou explicada no feriado. Já em meio à exaltação com Marco Aurélio e Janot, aliás, Joaquim Barbosa dissera que já tinha preparada a medida quando o procurador-geral a pedira. Mas, na sessão, isso não pareceu importante porque nada levava a prever-se a intenção de Joaquim Barbosa de determinar as prisões para 15 de novembro.
Claro, com seu pedido, o procurador-geral pôs-se na iminência de se apropriar das prisões e dos efeitos promocionais decorrentes de providenciá-las. Mesmo não sendo esse o propósito de Rodrigo Janot, foi até manchete de primeira página com o que pedia. A intenção marqueteira pulou-lhe na garganta.
A ida dos presos de São Paulo, Belo Horizonte e Goiânia, cidades de suas residências, para cadeias injustificáveis em Brasília foi, mais do que sem sentido, por isso mesmo sem amparo legal. Mas proporcionou um espetáculo de marketing político extraordinário pelo alcance, social e geográfico, e pela concentração precisa sobre o beneficiário. Se apenas para colher palmas em lugares públicos ou para mais que isto, saberemos quando março encerrar o prazo especial de inscrições partidárias-eleitorais. Mas a convicção de que não será preciso esperar até lá, com as indicações dadas pelo espetáculo fabricado para o 15 de novembro, já supera as prisões como assunto na política.
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Leia também:
- Barbosa e a partidarização do STF
- Joaquim Barbosa é um fora-da-lei
- O STF e a classe média ressentida
- Joaquim Barbosa faz mal ao Brasil
ResponderExcluirA GUERRA É SUJA! SUJÍSSIMA!... O POVO TEM QUE IR ÀS RUAS!
Os(as) jornalistas ‘amigos dos patrões barões do PIG’ “estão conduzindo a festa macabra”!
Um *jornalista afirmou que num suposto julgamento do MENSALÃO DO PSDB, o STF irá julgar se os tucanos cometeram ou não o [simples!] caixa dois (sic) - “prática tão comum na nossa política tradicional!” adendo nosso...
*http://colunaesplanada.blogosfera.uol.com.br/2013/11/18/psdb-isola-azeredo-e-serra-em-encontro-do-partido/
Agora, outra lambança:
**‘Em retaliação ao mensalão, PT quer processar Barbosa por crime de responsabilidade’
**Por Gabriela Guerreiro “da Folha de São Paulo”
DE BRASÍLIA
18/11/2013 - 20h50
http://www1.folha.uol.com.br/poder/2013/11/1373266-em-retaliacao-ao-mensalao-pt-quer-processar-barbosa-por-crime-de-responsabilidade.shtml
LÁ VEM O MATUTO QUE SENTE CHEIRO DE GOLPE DESDE O DIA EM QUE NASCEU EM PINDORAMA!
Quer dizer, “intonci”, que um funcionário público – o atual presidente do ST – comete uma série de irregularidades administrativas, jurídicas e atrozes... E as vítimas ao expressarem a devida indignação, reivindicando a observância de preceitos Constitucionais, “estariam adotando uma atitude de represália, além de admitir os crimes inexistentes”?
O IMPORTANTE: - mais uma vez – ‘o PT da governança’ deixará ser pautado pelo PIG, ou irá preferir confiar no povo brasileiro?
RESCALDO: ah! O mesmo “jornalista” que antecipa o possível julgamento do “caixa dois” do conluio PSDB/DEMo, não se contentou “em dar o coice anterior”, segue:
***‘Na prisão, mensaleiros não escapam à revista a nu’
***http://colunaesplanada.blogosfera.uol.com.br/2013/11/19/na-prisao-mensaleiros-nao-escapam-a-revista-a-nu/
EM TEMPO FÚNEBRE: sim, ‘o vil metal’ e a canalhice os tornam, digamos, refinadamente desumanos!
(... Tudo tão vil e obsceno! Tudo tão efêmero!...)
“As elites são tão estúpidas que desprezam as próprias ignorâncias!” Eduardo Galeano – emérito escritor e pensador humanista uruguaio, autor dentre outros, do ‘best-seller’ As Veias Abertas da América Latina...
República de ‘Nois’ Bananas
Bahia, Feira de Santana
Messias Franca de Macedo
ResponderExcluirConcordo com que Joaquim Barbosa deva sofrer um impeachment, é mais do que justo. O ''cara'' passa por cima da Constituição, é um tirano , fora-da-lei. Finge ignorar, imagino, que está lidando com vidas humanas, em especial o estado delicado de saúde de José Genoíno.
Motivo é o que não falta para que este senhor, JB, seja impedido de ocupar a presidência do STF.
Estou nessa!
Elisa
Não posso aceitar que alguma instância do Poder possa ser imune à punição, qualquer que seja ela.
ResponderExcluirSe o Presidente da República pode ser afastado do cargo. Por quê não o Presidente do Supremo órgão da Justiça que não faça jus ao Cargo, de Ministro nem de Presidente? E nada dessa de aposentadoria compulsória. Para mim, isso é prêmio.
Até quando vamos esperar?
ResponderExcluirSOBRE OS NOSSOS DIAS E SONHOS!
... É comum um golpe transcorrer "democraticamente" (sic) no bojo de um, digamos, Estado Democrático e de Direito?!...
(... Coisas do 'brazil'?...)
Pano rápido!
República de ‘Nois’ Bananas
Bahia, Feira de Santana
Messias Franca de Macedo
Durante o julgamento da AT 470 lembro de um momento de um ministro bem enquadrado na telinha da TV falando ao mundo, com expressão de asco, sobre baixa escala da moralidade a que o pais foi levado pelos réus.
ResponderExcluirÉ comportamento contraditório do STF, que todas as tardes, durante a campanha eleitoral de 2012 invadia todas as televisões , mais os bônus agraciados pelos noticiários noturnos, sem falar nas chamadas pelos jornais do da manhã para os acontecimentos da tarde e agora, com tantos questionamentos e manifestações, o STF parece se esconder, e quando algum ministro fala, não convence.
Seria muito oportuno para a sociedade, pela e para a própria sociedade que uma corte internacional analisasse a AP 470, visto aos comportamentos multi regionais, de várias cores e sabores, antes, durante e agora com repercussões internacionais, pelo bem da Pátria. Parece que ingenuamente avançamos contra a nossa soberania nacional. O reconhecimento e respeito pelos outros povos pelo direito de sermos um país se obriga o reconhecimento e respeito do estado para com os cidadãos, tanto é que o artigo 5º da constituição da república, trata exatamente disto.
E quem paga despesa desnecessária do camburão voador? Nós os touxas contribuintes. Devia sair do bolso do barbosão.
ResponderExcluirParticipando da Construção de uma sociedade solidária, não está o Ministro Marco Aurélio.
ResponderExcluirA declaração de hoje com a declaração de ontem, se fosse invertida, com certeza haveriam sentenças diferentes. Como não, tanto o comportamento de ontem como o de hoje são iguais. Nada se altera.
Esperemos pela próxima manifestação do STF.
Vingança? É mesmo Joaquim Barbosa fez seu dever de casa, esperamos que tenha o mesmo rigor contra os corruptos da PRIVATARIA TUCANA, esse Estado Democrático e de direito mas parece uma REPUBLIQUETA DE BANANAS.
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