Por Carlos Castilho, no Observatório da Imprensa:
A esmagadora maioria dos jornais, revistas e telejornais sempre encarou o Facebook como um lugar para fofocas, confidências e exibicionismo, mas pesquisas recentes mostraram que a maior rede social do planeta já é a fonte de notícias para 30% da população adulta dos Estados Unidos (cerca de 72 milhões de pessoas), o único país a ter estudos detalhados sobre o tema.
A pesquisa divulgada na penúltima semana de outubro pelo Pew Research Center, dos Estados Unidos, sinaliza duas questões ainda mais relevantes para a imprensa do que os dados numéricos. Em primeiro lugar indica uma mudança radical na forma como as pessoas chegam até a notícia, especialmente os jovens com menos de 25 anos. Em segundo lugar mostra o surgimento de uma dependência mútua entre jornais e a rede Facebook, algo impensável até pouco tempo atrás.
Com pouco mais de um bilhão de usuários e caminhando rapidamente para o bilhão e meio, a rede Facebook transformou-se numa espécie de grande aldeia virtual graças aos relacionamentos interpessoais e agora também aos negócios que estão se instalando na rede criada em 2004 num dormitório de estudantes na Universidade Harvard. Era inevitável que, atraindo tanta gente, ela acabaria servindo também para circular notícias, quebrando o monopólio da imprensa.
O papel das redes sociais na maneira como as pessoas se informam ainda é um assunto pouco estudado e quase um tabu entre os jornalistas. Mas os dados revelados pela pesquisa do Pew, embora relativos apenas à realidade norte-americana, servem como um indicador de tendências, inclusive para o Brasil, que está hoje entre os três países do mundo com maior numero de usuários do Facebook. As últimas estimativas nacionais apontam um total de 65 milhões de brasileiros vinculados à rede.
As pessoas já não saem mais à cata de notícias, mas esbarram nelas quando estão navegando na internet, especialmente quando circulam virtualmente em ambientes visitados por milhares de pessoais ao mesmo tempo, como é o caso do Facebook. Interesses específicos sobre algum tema, produto ou pessoa são o principal alvo dos usuários da internet. O acesso notícia jornalística passou a ficar condicionado a esses interesses, salvo nos casos de algum acontecimento extremamente importante para a coletividade.
Trata-se de uma mudança relevante no comportamento da média dos consumidores de notícias. Até agora estar bem informado era uma qualidade muito valorizada e um status adquirido pela leitura minuciosa de jornais, revistas e livros. Na era digital, estar bem informado já não é mais tão importante. Essencial mesmo é estar integrado em redes sociais porque é nelas que se sabe de tudo.
Nas redes sociais, a notícia é algo coletivo e colaborativo, graças à predominância das recomendações e referências, mas ao mesmo tempo individual, já que normalmente as sugestões são feitas de pessoa a pessoa. É uma situação diferente da mídia convencional, onde a notícia era produzida e publicada visando atingir o maior número possível de indivíduos – justo o oposto do que acontece no Facebook, por exemplo.
As redes sociais, como o Facebook, estão rapidamente se transformando em parceiras da imprensa. Redes e jornais tendem a uma dependência mútua porque elas são imbatíveis da disseminação de notícias, mas a imprensa ainda é, e provavelmente continuará tendo, um grande peso na seleção, checagem e contextualização de dados, fatos e eventos dotados de relevância social.
A gigantesca capilaridade e a interatividade interpessoal nas redes sociais virtuais viabilizam uma distribuição rápida e a custo quase nulo das notícias, condições que se tornaram inacessíveis para a imprensa convencional devido ao alto custo operacional. Além disso, as redes permitem que os jornalistas possam exercer uma função curadora ao filtrar e selecionar a enorme quantidade e variedade de dados dotados de noticiabilidade, ou seja, de ineditismo, relevância, pertinência e confiabilidade.
Redes como o Facebook tendem a ser, simultaneamente, fonte e ferramenta de disseminação de material jornalístico. Mas para que a parceria redes-imprensa funcione, o jornalismo terá que se adaptar à nova realidade, na qual ele não é mais a referência absoluta em matéria de noticia, mas uma parte do processo. A realidade do quotidiano está condenando os jornalistas a trabalhar com as redes e em rede. Já no andar de cima, o dos executivos da imprensa e das redes, a parceria pode demorar muito a acontecer porque estão em jogo egos e fortunas.
A esmagadora maioria dos jornais, revistas e telejornais sempre encarou o Facebook como um lugar para fofocas, confidências e exibicionismo, mas pesquisas recentes mostraram que a maior rede social do planeta já é a fonte de notícias para 30% da população adulta dos Estados Unidos (cerca de 72 milhões de pessoas), o único país a ter estudos detalhados sobre o tema.
A pesquisa divulgada na penúltima semana de outubro pelo Pew Research Center, dos Estados Unidos, sinaliza duas questões ainda mais relevantes para a imprensa do que os dados numéricos. Em primeiro lugar indica uma mudança radical na forma como as pessoas chegam até a notícia, especialmente os jovens com menos de 25 anos. Em segundo lugar mostra o surgimento de uma dependência mútua entre jornais e a rede Facebook, algo impensável até pouco tempo atrás.
Com pouco mais de um bilhão de usuários e caminhando rapidamente para o bilhão e meio, a rede Facebook transformou-se numa espécie de grande aldeia virtual graças aos relacionamentos interpessoais e agora também aos negócios que estão se instalando na rede criada em 2004 num dormitório de estudantes na Universidade Harvard. Era inevitável que, atraindo tanta gente, ela acabaria servindo também para circular notícias, quebrando o monopólio da imprensa.
O papel das redes sociais na maneira como as pessoas se informam ainda é um assunto pouco estudado e quase um tabu entre os jornalistas. Mas os dados revelados pela pesquisa do Pew, embora relativos apenas à realidade norte-americana, servem como um indicador de tendências, inclusive para o Brasil, que está hoje entre os três países do mundo com maior numero de usuários do Facebook. As últimas estimativas nacionais apontam um total de 65 milhões de brasileiros vinculados à rede.
As pessoas já não saem mais à cata de notícias, mas esbarram nelas quando estão navegando na internet, especialmente quando circulam virtualmente em ambientes visitados por milhares de pessoais ao mesmo tempo, como é o caso do Facebook. Interesses específicos sobre algum tema, produto ou pessoa são o principal alvo dos usuários da internet. O acesso notícia jornalística passou a ficar condicionado a esses interesses, salvo nos casos de algum acontecimento extremamente importante para a coletividade.
Trata-se de uma mudança relevante no comportamento da média dos consumidores de notícias. Até agora estar bem informado era uma qualidade muito valorizada e um status adquirido pela leitura minuciosa de jornais, revistas e livros. Na era digital, estar bem informado já não é mais tão importante. Essencial mesmo é estar integrado em redes sociais porque é nelas que se sabe de tudo.
Nas redes sociais, a notícia é algo coletivo e colaborativo, graças à predominância das recomendações e referências, mas ao mesmo tempo individual, já que normalmente as sugestões são feitas de pessoa a pessoa. É uma situação diferente da mídia convencional, onde a notícia era produzida e publicada visando atingir o maior número possível de indivíduos – justo o oposto do que acontece no Facebook, por exemplo.
As redes sociais, como o Facebook, estão rapidamente se transformando em parceiras da imprensa. Redes e jornais tendem a uma dependência mútua porque elas são imbatíveis da disseminação de notícias, mas a imprensa ainda é, e provavelmente continuará tendo, um grande peso na seleção, checagem e contextualização de dados, fatos e eventos dotados de relevância social.
A gigantesca capilaridade e a interatividade interpessoal nas redes sociais virtuais viabilizam uma distribuição rápida e a custo quase nulo das notícias, condições que se tornaram inacessíveis para a imprensa convencional devido ao alto custo operacional. Além disso, as redes permitem que os jornalistas possam exercer uma função curadora ao filtrar e selecionar a enorme quantidade e variedade de dados dotados de noticiabilidade, ou seja, de ineditismo, relevância, pertinência e confiabilidade.
Redes como o Facebook tendem a ser, simultaneamente, fonte e ferramenta de disseminação de material jornalístico. Mas para que a parceria redes-imprensa funcione, o jornalismo terá que se adaptar à nova realidade, na qual ele não é mais a referência absoluta em matéria de noticia, mas uma parte do processo. A realidade do quotidiano está condenando os jornalistas a trabalhar com as redes e em rede. Já no andar de cima, o dos executivos da imprensa e das redes, a parceria pode demorar muito a acontecer porque estão em jogo egos e fortunas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Comente: