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Ainda não há um vencedor oficial da eleição presidencial de Honduras. Enquanto o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) não finaliza a apuração dos votos, tanto o candidato governista Juan Orlando Hernández, do PN (Partido Nacional), quanto a principal opositora, Xiomara Castro, do Partido Libre (Liberdade e Refundação), se declaram presidentes. O Libre também declarou não reconhecer os resultados apresentados pelo tribunal.
O ex-presidente Manuel Zelaya, esposo de Xiomara, rechaçou os resultados preliminares e convocou toda a dirigência do partido a uma reunião de emergência para esta segunda-feira (25/11). Com 54,47% das urnas apuradas, Juan Orlando Hernández estava à frente, com 34,14% dos votos. Em seguida aparecia Xiomara Castro, com 28,43%.
Em terceiro lugar vinha o candidato Mauricio Villeda, do Partido Liberal, com 21,03%, seguido por Salvador Nasralla, do Partido Anticorrupção (PAC), com 15,73%. O restante dos votos foi computado para os outros quatro candidatos à Presidência. Ao divulgar a última parcial, o TSE admitiu ter havido “inconsistência nas informações de pelo menos 20% das atas recebidas”.
Poucos minutos após o primeiro boletim do TSE, o candidato governosta se declarou ganhador e assegurou que convocaria todos os setores da sociedade e da política hondurenha para buscar em conjunto uma saída à gravde crise que afeta o país. Sua vitória foi reconhecida quase de imediato pelos presidente do Panamá, Ricardo Martinelli, e da Colômbia, Juan Manuel Santos. Também o felicitaram o ex-presidente salvadorenho Elías Antonio Saca e o presidente guatemalteco, Otto Pérez.
De acordo com a denúncia apresentada aos meios de comunicação por Zelaya, as autoridades eleitorais não haviam computado entre 19 e 20% das urnas por supostas anormalidades e inconscistências -- um total de quase 400 mil votos que podem alterar os resultados. “Nós não aceitamos esse resultado, protestamos contra esse resultado e o rechaçamos, porque nossas pesquisas de boca de urna e nossa contagem de atas confirmam que Xiomara ganhou a Presidência da República com mais de 3%", afirmou Zelaya.
Rixi Moncada, representante do Libre no Conselho Consultivo do TSE, disse existir uma manipulação dos dados reais e uma fraude descarada para favorecer um dos candidatos. "Há mais de 1.900 atas de departamentos (estados) onde o Libre ganha contundentemente que não foram incorporadas ao sistema de contagem, mas transferidas a um denominado procedimento de escrutínio especial”, contou. Moncada garantiu ter informes fidedignos que provam que foram introduzidos ao sistema de contagem "atas via escanner de lugares onde o escrutínio ainda não tinha sido concluído".
Tanto Moncada como o candidato à vice-presidência, Enrique Reyna, disseram que o que aconteceu neste domingo foi "uma clara fraude frente à vontade popular, que, sem dúvidas, está sendo alterada através da transmissão irregular de resultados”. Reyna afirmou também que representantes das MER (Mesa Eleitoral Receptora) tinham atrasado o envio de atas onde ganha o Libre, para assim atrasar o aumento da vantagem. Além disso, ele acusou o TSE de “não contabilizar atas onde ganhamos e que estranhamente foram escanneadas com a ponta dobrada, para ocultar o número. Essas são as que foram enviadas para auditoria", falou.
Juan Barahona, primeiro candidato à vice-presidência e subcoordenador da FNRP (Frente Nacional de Resistência Popular) fez um emotivo chamado aos representantes do Libre nas MER para que "não abandonem as urnas e cuidem dos votos”. Ao mesmo tempo, pediu aos militantes e simpatizantes do partido “estar atentos e atentas a qualquer chamado feito pelo Libre”.
Por sua vez, o candidato do PAC, Salvador Nasralla, não somente respaldou indiretamente a denúncia do Libre, mas foi além e falou de "fraude descarada" e "instalação de uma ditadura" em Honduras. Ele desconheceu o resultado e assegurou que não vai acatar os dados difundidos pelo TSE.
Mais um aviso para nós que 2014 não será um ano eleitoral tranquilo nem transparente. Temos já os primeiros deslizes no showmício de JB nas últimas semanas. Temos o imprevisível Marco Aurélio de Mello no STE. Temos novas formas de identificação dos eleitores, onde podemos prever que um número razoável poderá ficar de fora por falta de orientação (a propaganda do STE não é suficiente, ainda mais nos rincões mais pobres do país. Temos que agir rápido e exigir do STE um aviso formal para cada eleitor. Quem gasta em propagandas caríssimas, pode muito bem mandar um aviso por correio.
ResponderExcluirMaria Rita
Isso é resultado da instrumentalização do poder judiciário pelas elites. O Brasil tb corre esse risco.
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