Por Renato Rovai, em seu blog:
O IG acaba de informar que na reunião que o ex-presidente Lula teve na sexta-feira com o prefeito Fernando Haddad a área de comunicação do governo municipal foi discutida e uma das decisões encaminhadas foi a de que a prefeitura de São Paulo faria uma campanha para explicar o aumento do IPTU. Pelo que entendi será uma campanha publicitária. Algo como tentar convencer aqueles que vão pagar mais de que isso é bom pra eles. Pode funcionar? Duvido. Mas o problema não é esse.
Os governos progressistas continuam operando suas comunicações como se vivêssemos, para ser caridoso, na década de 90. E a comunicação fosse ainda na base do one-to-many. Ou seja, num esquema broadcast e de um para muitos. Ou como se o cidadão atual estivesse sentado na frente de uma TV esperando para ser convencido de algo.
Fazer comunicação não é investir recursos em publicidade . Na primeira aula sobre a área para todo o gestor público essa deveria ser a frase de abertura. Ao contrário, o correto nos dias de hoje seria dividir essas áreas. Tanto a publicidade como a assessoria de imprensa deveriam ficar vinculadas diretamente ao gabinete do governante. E a comunicação deveria ser uma secretaria estratégica para ampliar a democracia num contexto de sociedade informacional.
Deveria caber à secretaria de Comunicação pensar, por exemplo, em como integrar todos os equipamentos públicos em redes de fibra ótica; como abrir ao máximo a conexão pela cidade; como transformar essa grande rede de rádios comunitárias num espaço para divulgação de artistas locais; como fazer com que os professores das escolas públicas venha a ter formação em educomunicação e possam ser multiplicadores de cidadania cultural; como implantar os Recursos Educacionais Abertos (REA) nas escolas; de que forma fazer uma web TV colaborativa municipal; como incentivar a produção de web docs que valorizem a história local; como adequar a legislação municipal ao novo momento tecnológico no setor; de que forma incentivar iniciativas que se realizam fora do mainstream.
Enfim, política de comunicação não é distribuir recursos em alguns veículos. E essa distribuição de recursos é absolutamente injusta, como sabemos. Hoje há veículos aos montes, principalmente na Internet, que deveriam receber uma quantidade muito maior de publicidade. Mas que continuam excluídos da lista dos beneficiados porque não são de grandes grupos. E também por absoluta decisão política. Mas não é a mudança de dinheiro dos grandes grupos para menores que vai resolver os problemas do ecossistema da comunicação no Brasil. Essa é apenas uma parte pequena da questão.
Os governos que se reivindicam progressistas precisam criar políticas para acabar com o balcão de negócios da área de comunicação. Precisam torná-la um setor antenado com as novas dinâmicas sociais e culturais e também sintonizado com uma nova esfera pública que já não lê jornais, assiste cada vez menos TV e desconfia cada vez mais das publicidades.
Essa visão equivocada na comunicação é o que tem levado o Brasil a andar mais devagar em uma série de outras áreas. E, infelizmente, pelo jeito isso ainda vai longe.
O IG acaba de informar que na reunião que o ex-presidente Lula teve na sexta-feira com o prefeito Fernando Haddad a área de comunicação do governo municipal foi discutida e uma das decisões encaminhadas foi a de que a prefeitura de São Paulo faria uma campanha para explicar o aumento do IPTU. Pelo que entendi será uma campanha publicitária. Algo como tentar convencer aqueles que vão pagar mais de que isso é bom pra eles. Pode funcionar? Duvido. Mas o problema não é esse.
Os governos progressistas continuam operando suas comunicações como se vivêssemos, para ser caridoso, na década de 90. E a comunicação fosse ainda na base do one-to-many. Ou seja, num esquema broadcast e de um para muitos. Ou como se o cidadão atual estivesse sentado na frente de uma TV esperando para ser convencido de algo.
Fazer comunicação não é investir recursos em publicidade . Na primeira aula sobre a área para todo o gestor público essa deveria ser a frase de abertura. Ao contrário, o correto nos dias de hoje seria dividir essas áreas. Tanto a publicidade como a assessoria de imprensa deveriam ficar vinculadas diretamente ao gabinete do governante. E a comunicação deveria ser uma secretaria estratégica para ampliar a democracia num contexto de sociedade informacional.
Deveria caber à secretaria de Comunicação pensar, por exemplo, em como integrar todos os equipamentos públicos em redes de fibra ótica; como abrir ao máximo a conexão pela cidade; como transformar essa grande rede de rádios comunitárias num espaço para divulgação de artistas locais; como fazer com que os professores das escolas públicas venha a ter formação em educomunicação e possam ser multiplicadores de cidadania cultural; como implantar os Recursos Educacionais Abertos (REA) nas escolas; de que forma fazer uma web TV colaborativa municipal; como incentivar a produção de web docs que valorizem a história local; como adequar a legislação municipal ao novo momento tecnológico no setor; de que forma incentivar iniciativas que se realizam fora do mainstream.
Enfim, política de comunicação não é distribuir recursos em alguns veículos. E essa distribuição de recursos é absolutamente injusta, como sabemos. Hoje há veículos aos montes, principalmente na Internet, que deveriam receber uma quantidade muito maior de publicidade. Mas que continuam excluídos da lista dos beneficiados porque não são de grandes grupos. E também por absoluta decisão política. Mas não é a mudança de dinheiro dos grandes grupos para menores que vai resolver os problemas do ecossistema da comunicação no Brasil. Essa é apenas uma parte pequena da questão.
Os governos que se reivindicam progressistas precisam criar políticas para acabar com o balcão de negócios da área de comunicação. Precisam torná-la um setor antenado com as novas dinâmicas sociais e culturais e também sintonizado com uma nova esfera pública que já não lê jornais, assiste cada vez menos TV e desconfia cada vez mais das publicidades.
Essa visão equivocada na comunicação é o que tem levado o Brasil a andar mais devagar em uma série de outras áreas. E, infelizmente, pelo jeito isso ainda vai longe.
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