domingo, 29 de dezembro de 2013

50 anos do golpe militar. O que fazer?

Por Miguel do Rosário, no blog Tijolaço:

Em 2014, o Brasil viverá a mais dolorosa efeméride de sua história: 50 anos do golpe de Estado.

O que está sendo preparado pelo governo, pelos partidos, pelas organizações civis e pela mídia para que o passado não seja esquecido?

A coincidência com ano eleitoral, Copa do Mundo, e prováveis protestos de rua, nos dá a chance de forçarmos o Brasil a fazer o que até hoje nunca fez: politizar o debate sobre o golpe de 64. Por que ele aconteceu? Quem se beneficiou? Quem são os herdeiros do golpe?

Seria um belíssimo presente à democracia brasileira, por exemplo, se a Lei da Anistia fosse revista. Não para prender velhinhos, mas para darmos uma satisfação política a nós mesmos, enquanto povo.

Não se anistia tortura. Não se anistia golpe.

Sobretudo, é preciso lembrar à sociedade que o que vivemos não foi nenhuma “ditabranda”. Vivemos um período de ruptura democrática, truculento e sinistro, que abortou o sonho de milhões de brasileiros. O golpe serviu para ampliar a desigualdade de renda, achatar o salário dos trabalhadores, e esmagar as esperanças de setores organizados de construir um país mais justo.

Não há nada de brando no esmagamento do sonho de centenas de milhões de cidadãos e na violação da normalidade democrática, com a instalação de um regime militar de exceção que, paulatinamente, aniquilou todas as liberdades no país.

Não há nada de brando na ruptura brutal de toda uma série de estudos e pesquisas acadêmicas e científicas em curso no país, nas universidades, quase todas abandonadas por causa de uma repressão estúpida e paranóica.

O Brasil, especialmente a nossa juventude, precisa ser melhor informado sobre o que aconteceu. A ditadura trouxe corrupção, miséria e degradação institucional. A origem do sucateamento dos serviços públicos está na ditadura. O problema da corrupção política também tem raízes no período de exceção, porque era um tempo sem liberdade de imprensa, sem instituições de controle e com chefes políticos exercendo cargos administrativos importantes de maneira quase totalitária. Quem ousaria acusar o diretor de uma estatal de corrupção, sendo o mesmo um coronel ou general com poder de mandar prender o acusador por “subversão”?

Precisamos conhecer melhor a história da construção do golpe. Como ele foi gestado, como foi a campanha midiática que o preparou? As passeatas que antecederam o golpe também merecem ser objeto de mais estudo, até porque a mídia, a mesma mídia que apoiou o golpe, prossegue até hoje tentando organizar protestos “espontâneos” para derrubar forças populares.

Um comentário:

  1. UM GENERAL MURIMBUNDO DISSE - PRA QUE SERVIU O GOLPE DE NADA ADIANTOU- ELE tinha razao certamente esse era um dos generais que nao sabia o que estava realmente por traz do golpe militar. alias 2 ou 3 generais e poucos civiis tambem o sabiam. A retirada de Jango do Poder pois ele queria tomar da iniciativa privada empresas que passaram para as maos de americanos, isso foi mais um dos motivos que levaram as forças armadas que sempre defenderam os interesses americanos, e com certeza podemos dizer. TEMOS UMA FORÇA MILITAR PAGA COM DINHEIRO DO POVO BRASILEIRO MAIS QUE SERVE AOS INTERESSES AMERICANOS. Claro que la dentro tambem tem os nacionalistas mais se eles se pronunciam isoladamente alguma coisa acontece com ele é o caso do Capitao Fernando que teve seu carro arrombado e com um bilhete ameaçador. ou do outro que por ter se candidatado a vereador na sua cidade foi atropelado e nunca se esclareceu o verdadeiro motivo.

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