Por Mauricio Dias, na revista CartaCapital:
Livre da disputa interna com José Serra, o senador Aécio Neves divulgou o documento que deverá nortear os rumos da candidatura dele à Presidência da República, pelo PSDB, em 2014. Entre o discurso e o texto atacou o PT, o adversário a ser superado. Sem perder o tom mineiro, garantiu que não vai partir para o vale-tudo. Foi cuidadoso, antes de tudo. Sabe que, em jogo sem regras, a disputa entre petistas e tucanos terminaria empatada. De forma muito árdua para ele principalmente.
PT e PSDB, não necessariamente nessa ordem, já dedicaram quase duas décadas de discursos acusatórios em torno do tema corrupção. Um problema sistêmico no Brasil que deve levar o cidadão a desconfiar de candidato empunhando o estandarte com a promessa de dar um fim a esse problema sem fim.
Ninguém é a favor da corrupção, todo mundo é contra, afirmaria o vetusto Conselheiro Acácio, essa velha encarnação ficcional da obviedade, criada por Eça de Queirós.
Combate à corrupção é agenda falsa. Dispensa comprometimento por ser dever de ofício de qualquer administrador por mais que a sociedade, como parece ser a brasileira, seja permissiva com ela. Também por isso, a teatralização política do julgamento no STF da Ação 470, popularizada como “mensalão”, em 2013, terá influência mínima, ou nenhuma, nas eleições de 2014.
O eleitor não cai nessa armadilha. Vota por interesse concreto. Pode errar no voto, mas acerta na identificação dos problemas que o afligem e assim constrói a agenda verdadeira, desprezada pela demagogia política. Não há debate sério e constante em torno dos problemas reais. Falta consistência e argumento à oposição para enfrentá-los. Um conforto para o governo.
Essa agenda é visível em todas as pesquisas. Ao longo de mais de 20 anos, trimestralmente, a Confederação Nacional da Indústria e o Ibope identificam isso. A mais recente, com pequenas variações porcentuais, repete as “áreas com pior desempenho” do governo Dilma (tabela). A saúde é a pior. Quem discordaria?
A corrupção, protagonista do noticiário da imprensa conservadora e, como tal, antigovernista, aparece em quinto lugar no ranking da pesquisa. No entanto, diante da pergunta se o mal é ligado diretamente ao governo federal, o porcentual das respostas surpreende: é de zero por cento.
Segurança pública, violência e educação formam o trio de pior desempenho do governo. Em empate numérico com a educação aparece o combate às drogas.
Livre da disputa interna com José Serra, o senador Aécio Neves divulgou o documento que deverá nortear os rumos da candidatura dele à Presidência da República, pelo PSDB, em 2014. Entre o discurso e o texto atacou o PT, o adversário a ser superado. Sem perder o tom mineiro, garantiu que não vai partir para o vale-tudo. Foi cuidadoso, antes de tudo. Sabe que, em jogo sem regras, a disputa entre petistas e tucanos terminaria empatada. De forma muito árdua para ele principalmente.
PT e PSDB, não necessariamente nessa ordem, já dedicaram quase duas décadas de discursos acusatórios em torno do tema corrupção. Um problema sistêmico no Brasil que deve levar o cidadão a desconfiar de candidato empunhando o estandarte com a promessa de dar um fim a esse problema sem fim.
Ninguém é a favor da corrupção, todo mundo é contra, afirmaria o vetusto Conselheiro Acácio, essa velha encarnação ficcional da obviedade, criada por Eça de Queirós.
Combate à corrupção é agenda falsa. Dispensa comprometimento por ser dever de ofício de qualquer administrador por mais que a sociedade, como parece ser a brasileira, seja permissiva com ela. Também por isso, a teatralização política do julgamento no STF da Ação 470, popularizada como “mensalão”, em 2013, terá influência mínima, ou nenhuma, nas eleições de 2014.
O eleitor não cai nessa armadilha. Vota por interesse concreto. Pode errar no voto, mas acerta na identificação dos problemas que o afligem e assim constrói a agenda verdadeira, desprezada pela demagogia política. Não há debate sério e constante em torno dos problemas reais. Falta consistência e argumento à oposição para enfrentá-los. Um conforto para o governo.
Essa agenda é visível em todas as pesquisas. Ao longo de mais de 20 anos, trimestralmente, a Confederação Nacional da Indústria e o Ibope identificam isso. A mais recente, com pequenas variações porcentuais, repete as “áreas com pior desempenho” do governo Dilma (tabela). A saúde é a pior. Quem discordaria?
A corrupção, protagonista do noticiário da imprensa conservadora e, como tal, antigovernista, aparece em quinto lugar no ranking da pesquisa. No entanto, diante da pergunta se o mal é ligado diretamente ao governo federal, o porcentual das respostas surpreende: é de zero por cento.
Segurança pública, violência e educação formam o trio de pior desempenho do governo. Em empate numérico com a educação aparece o combate às drogas.
ResponderExcluirDENÚNCIAS GRAVÍSSIMAS Mesmo acuado por busca e apreensão, advogado denuncia que morte de modelo tem ligação com mensalão tucano em Minas Advogado acusa réu do mensalão tucano de ser mandante da morte de modelo Por Lúcia Rodrigues, em Belo Horizonte* Um homem acuado e com medo de morrer. É assim que o advogado Dino Miraglia se define. Até 21 de agosto ele advogava para Nilton Monteiro, o delator do mensalão tucano, que está preso no complexo penitenciário de segurança máxima Nelson Hungria, em Contagem, região metropolitana de Belo Horizonte, acusado de ser falsário. Nilton tinha intimidade com o ninho tucano em Minas Gerais. Participou de esquemas. Para figurões do PSDB, trata-se de um chantagista que decidiu ganhar dinheiro com informação, o que ele contesta. [Leia aqui a entrevista exclusiva de Nilton Monteiro ao Viomundo] O advogado Miraglia deixou a defesa de Nilton Monteiro após ter a residência invadida por um grupo de dez delegados da Polícia Civil de Minas Gerais que buscavam, segundo ele, um documento falso. O episódio lhe custou um casamento de décadas, 26 anos de união e seis, de namoro. Assustadas com a operação policial, que envolveu até helicóptero, mulher e filha resolveram se afastar dele. (...) TEXTO E ÁUDIO DA ENTREVISTA com o advogado Dino Miraglia em http://www.viomundo.com.br/denuncias/advogado-contesta-versao-oficial-e-diz-que-morte-de-modelo-tem-ligacao-com-mensalao-tucano-em-minas.html NOTA: *A viagem da repórter a Minas Gerais, para fazer um balanço do mensalão tucano, foi financiada pelos leitores que contribuem com o Viomundo. publicado em 22 de dezembro de 2013 às 0:01