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A juíza Janete Lima Miguel, da 2a. Vara de Campo Grande da Justiça Federal, determinou que o Leilão da Resistência não seja realizado. Convocado pela Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul (Acrissul) e Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul), o leilão, marcado para o próximo dia 7, venderia para financiar seguranças armados contra indígenas.
Na terça-feira, 3, o conselho do Aty Guasu Guarani e Kaiowá e o Conselho Terena entraram com uma ação na Justiça Federal exigindo a suspensão do leilão, denunciando que ruralistas planejavam realizar a atividade para arrecadar fundos para a "contratação de empresas de segurança em supostas defesas de terra”, conforme apontava a petição inicial dos indígenas.
“Esse comportamento por parte da parte [fazendeiros] não pode ser considerado lícito, visto que pretendem substituir o Estado na solução do conflito existente entre a classe ruralista e os povos indígenas”, afirma a decisão da juíza. “Tal comportamento tem o poder de incentivar a violência (…) e colide com os princípios constitucionais do direito à vida, à segurança e à integridade física”.
Além de suspender o leilão do dia 7, a decisão também proíbe a realização de outros leilões similares em locais e datas diversas”, sob pena de multa de 200 mil reais, caso sejam realizados.
“Viajei do meu tekoha até aqui para falar para a juíza sobre esse leilão”, conta Genito Kaiowá, filho do cacique Nízio Gomes, do Guaiviry, assassinado em sua própria aldeia em novembro de 2011. Ele viajou do município de Aral Moreira, a 411 quilômetros de Campo Grande, para uma reunião com a juíza. "Antes de eu sair eu pedi para o Ñanderu (rezador tradicional) rezar bastante para que nós tivéssemos vitória. Eu nem precisei conversar com ela”, conclui.
Um país imenso, ainda com muitos territórios demarcados pelos poderosos que se sentem acima da lei, ou na pior das hipóteses, com dinheiro suficiente para comprá-la. O desespero dessa turma do tea party tupiniquim é tanto que criam um fato perigoso muito semelhante ao que aconteceu no país muito menor e que foi suficiente para derrubar o presidente do Paraguai. Que bem depois foi inocentado da acusação da responsabilidade da chacina feita por grupos muito semelhantes a esse da notícia.
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