Editorial do jornal Brasil de Fato:
Somente no futuro, quando analisarmos com mais profundidade o que aconteceu no ano de 2013 poderemos ter elementos mais precisos do que ele representou para a história recente da vida do povo brasileiro e para a luta social. Porém, desde logo podemos recolher alguns sinais principais.
No quesito melhoria das condições de vida da população, tivemos poucos avanços. O nível de emprego se manteve, a inflação dos preços da cesta básica se manteve e tivemos o programa de saúde pública Mais Médicos, que se propõe a levar profissionais aos lugares desamparados pela atenção medica, às vezes, na periferia das luxuosas capitais.
Porém, tivemos retrocessos na política econômica do governo, que de certa forma o Banco Central voltou a se considerar um ente autônomo, sem legitimidade para isso, e atua a seu bel prazer, aumentando a taxa de juros selic para 10%. Isso significa que vai aumentar as transferências de recursos públicos recolhidos de nossos impostos e destiná-los para os juros dos bancos, que são, afinal, apropriados em sua maioria por não mais de 5 mil ricaços, segundo estudos de Marcio Pochamnn.
Faltam recursos para democratizar a educação superior, ainda restrita aos 12% de jovens na universidade alcançados no governo Lula. Quando o necessário seria investir 10% do PIB nacional para educação.
Os investimentos públicos – de todas as esferas – em transporte público faltaram. Com isso, locomover-se nas grandes cidades é cada mais caro e sacrificado para milhões de brasileiros, que perdem horas de suas vidas no trânsito.
O custo dos alugueis e imóveis dispararam, com aumentos médios de 180% em todo o país, fruto da especulação desenfreada do capital financeiro.
Pior. Com falsos argumentos, entregamos 40% de nossas reservas do pré-sal para exploração compartida com duas transnacionais européias e duas chinesas, quando a Petrobras poderia fazê-lo sozinha.
Resultado: os ricos aumentaram seus ganhos e os trabalhadores se mantiveram na mesma base e tiveram as condições de vida pioradas.
Na vida institucional, os conservadores, a direita e sua bancada ruralista fazem a festa impondo agendas retrógradas e de perdas de direitos dos trabalhadores, dos povos indígenas, camponeses e pobres em geral.
A conquista de uma jornada de 40 horas semanais, já em vigor na maioria dos países industrializados, aqui é banalizada e combatida pela maioria dos congressistas. Eles impediram a proposta de uma reforma política, a convocação de uma Constituinte e de um Plebiscito Popular que havia sido proposta pela própria presidenta da República no calor das mobilizações de junho.
No poder Judiciário, cada vez mais discricionário, o imperador Barbosa age à revelia de qualquer norma jurídica, com apoio da Globo e talvez, tomara, sonhando em ser candidato a alguma coisa.
Portanto, um balanço econômico-político- institucional de perdas para os interesses do povo brasileiro.
Sinal no final do túnel
Se é verdade que a burguesia aproveitou- se de sua hegemonia na política econômica, nos meios de comunicação e no poder político para aumentar seus ganhos e impor sua agenda, por outro lado, o ano de 2013 foi revelador, pois a juventude foi às ruas, durante dois meses seguidos e demonstrou que quer mudanças!
Em princípio barrou os aumentos das tarifas de transporte e impôs aos governos a necessidade de investimentos públicos. Porém, as mudanças foram insuficientes para as demandas colocadas pelas ruas. Sinal, de que certamente voltarão.
E, mais além do que obter conquistas imediatas, as mobilizações da juventude sempre são um termômetro em qualquer sociedade. Elas prenunciam períodos de maior conscientização política e mobilização social de todo o povo. Portanto, eles são apenas o prenúncio do que poderá vir com mais força se a classe trabalhadora lograr unidade e for à rua com um programa de reformas estruturais.
Por outro lado, no bojo desse clima, as forças populares de todo o país e de todos os setores voltaram a construir um impressionante processo de unidade popular em torno da necessidade de luta por uma reforma política.
A reforma política do sistema de poder nacional, que envolve judiciário, legislativo e executivo é a porta de entrada necessária para as demais reformas estruturais, para obtermos melhorias das condições de vida ao povo.
Nesse sentido, se formou no últimos meses uma ampla coalizão, com mais de 100 entidades, movimentos, grupos e setores, que vão desde a CUT e centrais sindicais até a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e o Conselho Nacional de Igrejas Cristãs (Conic). Todos se juntaram para organizar um verdadeiro mutirão nacional para debater com o povo que tipo de mudanças políticas precisamos.
A ideia é recolher as sugestões do povo em milhares de reuniões de base e depois, no dia 7 de setembro de 2014, recolher a vontade popular, no plebiscito para que votem se é necessário uma Constituinte soberana e exclusiva para a reforma política.
Portanto, se 2013 foi um ano muito contraditório, mas anunciou mudanças, certamente 2014 será um ano ainda mais intenso de mobilizações e articulações das forças populares.
Somente no futuro, quando analisarmos com mais profundidade o que aconteceu no ano de 2013 poderemos ter elementos mais precisos do que ele representou para a história recente da vida do povo brasileiro e para a luta social. Porém, desde logo podemos recolher alguns sinais principais.
No quesito melhoria das condições de vida da população, tivemos poucos avanços. O nível de emprego se manteve, a inflação dos preços da cesta básica se manteve e tivemos o programa de saúde pública Mais Médicos, que se propõe a levar profissionais aos lugares desamparados pela atenção medica, às vezes, na periferia das luxuosas capitais.
Porém, tivemos retrocessos na política econômica do governo, que de certa forma o Banco Central voltou a se considerar um ente autônomo, sem legitimidade para isso, e atua a seu bel prazer, aumentando a taxa de juros selic para 10%. Isso significa que vai aumentar as transferências de recursos públicos recolhidos de nossos impostos e destiná-los para os juros dos bancos, que são, afinal, apropriados em sua maioria por não mais de 5 mil ricaços, segundo estudos de Marcio Pochamnn.
Faltam recursos para democratizar a educação superior, ainda restrita aos 12% de jovens na universidade alcançados no governo Lula. Quando o necessário seria investir 10% do PIB nacional para educação.
Os investimentos públicos – de todas as esferas – em transporte público faltaram. Com isso, locomover-se nas grandes cidades é cada mais caro e sacrificado para milhões de brasileiros, que perdem horas de suas vidas no trânsito.
O custo dos alugueis e imóveis dispararam, com aumentos médios de 180% em todo o país, fruto da especulação desenfreada do capital financeiro.
Pior. Com falsos argumentos, entregamos 40% de nossas reservas do pré-sal para exploração compartida com duas transnacionais européias e duas chinesas, quando a Petrobras poderia fazê-lo sozinha.
Resultado: os ricos aumentaram seus ganhos e os trabalhadores se mantiveram na mesma base e tiveram as condições de vida pioradas.
Na vida institucional, os conservadores, a direita e sua bancada ruralista fazem a festa impondo agendas retrógradas e de perdas de direitos dos trabalhadores, dos povos indígenas, camponeses e pobres em geral.
A conquista de uma jornada de 40 horas semanais, já em vigor na maioria dos países industrializados, aqui é banalizada e combatida pela maioria dos congressistas. Eles impediram a proposta de uma reforma política, a convocação de uma Constituinte e de um Plebiscito Popular que havia sido proposta pela própria presidenta da República no calor das mobilizações de junho.
No poder Judiciário, cada vez mais discricionário, o imperador Barbosa age à revelia de qualquer norma jurídica, com apoio da Globo e talvez, tomara, sonhando em ser candidato a alguma coisa.
Portanto, um balanço econômico-político- institucional de perdas para os interesses do povo brasileiro.
Sinal no final do túnel
Se é verdade que a burguesia aproveitou- se de sua hegemonia na política econômica, nos meios de comunicação e no poder político para aumentar seus ganhos e impor sua agenda, por outro lado, o ano de 2013 foi revelador, pois a juventude foi às ruas, durante dois meses seguidos e demonstrou que quer mudanças!
Em princípio barrou os aumentos das tarifas de transporte e impôs aos governos a necessidade de investimentos públicos. Porém, as mudanças foram insuficientes para as demandas colocadas pelas ruas. Sinal, de que certamente voltarão.
E, mais além do que obter conquistas imediatas, as mobilizações da juventude sempre são um termômetro em qualquer sociedade. Elas prenunciam períodos de maior conscientização política e mobilização social de todo o povo. Portanto, eles são apenas o prenúncio do que poderá vir com mais força se a classe trabalhadora lograr unidade e for à rua com um programa de reformas estruturais.
Por outro lado, no bojo desse clima, as forças populares de todo o país e de todos os setores voltaram a construir um impressionante processo de unidade popular em torno da necessidade de luta por uma reforma política.
A reforma política do sistema de poder nacional, que envolve judiciário, legislativo e executivo é a porta de entrada necessária para as demais reformas estruturais, para obtermos melhorias das condições de vida ao povo.
Nesse sentido, se formou no últimos meses uma ampla coalizão, com mais de 100 entidades, movimentos, grupos e setores, que vão desde a CUT e centrais sindicais até a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e o Conselho Nacional de Igrejas Cristãs (Conic). Todos se juntaram para organizar um verdadeiro mutirão nacional para debater com o povo que tipo de mudanças políticas precisamos.
A ideia é recolher as sugestões do povo em milhares de reuniões de base e depois, no dia 7 de setembro de 2014, recolher a vontade popular, no plebiscito para que votem se é necessário uma Constituinte soberana e exclusiva para a reforma política.
Portanto, se 2013 foi um ano muito contraditório, mas anunciou mudanças, certamente 2014 será um ano ainda mais intenso de mobilizações e articulações das forças populares.
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