Por Roberto Amaral, na revista CartaCapital:
“Esse é o Brasil fazendo um jogo estratégico de longo prazo no Caribe” Julia E. Sweig, dietora de estudos latino-americanos do Conselho de Relações Exteriores. The New York Times International Weekly.
“O Brasil não pode querer ser maior do que é” - Luiz Felipe Lampreia, ex-ministro das Relações Exteriores, governo FHC.
A liberdade de imprensa – ampla, geral e irrestrita – é um valor da democracia brasileira; conquistada pela dor dos que lutaram contra a ditadura, enquanto empresários do ramo colaboravam com a repressão, publicando textos laudatórios da ditadura, maquiando o noticiário televisivo, denegrindo a resistência, fornecendo viaturas e abrindo seus arquivos fotográficos aos esbirros. Faz parte, hoje, a ampla liberdade de imprensa, do patrimônio moral de nosso povo.
Dito isso, permito-me algumas observações sobre a imprensa brasileira. Brasileira? Aí surge o primeiro problema, de método e de fundo. O que é uma empresa jornalística brasileira? Tentemos decifrar a esfinge deitando o olhar, como convém, para os EUA. Podemos afirmar que o The New York Times é um típico jornalão norte-americano, pois está a serviço dos interesses tanto do capitalismo internacional, o grande norte, quanto dos interesses geopolíticos dos EUA. A divergência, quando se dá, é restrita ao pontual, e não é maior do que a distância entre democratas e republicanos.
Relativamente às políticas do Pentágono ou da CIA, por exemplo, a discrepância estanca na forma ou na avaliação dos métodos, jamais na condenação dos objetivos. Pode haver, e há, conflitos diante da política deste e daquele governo, preservada a defesa dos interesses estratégicos (militares acima de tudo, econômicos e políticos) dos EUA no mundo. Em outras palavras, as políticas de Estado são respeitadas, sem quebra de independência, pois a dependência essencial diz respeito aos interesses do capitalismo, nos EUA e no mundo, no mundo liderado pelos EUA. Mesmo os jornalistas liberais partem do princípio de que aquele pais é singular e deve exercer sua liderança no mundo que ele mesmo moldou a partir da segunda Guerra.
Se essas premissas forem aceitas, podemos afirmar que a imprensa dos EUA é aquela que, mesmo em conflito com a política deste ou daquele governo, está comprometida com os interesses supremos do país, e entre eles sobrelevam os interesses estratégicos e geopolíticos.
Aí começa o imbróglio, pois a grande imprensa brasileira, liderada ideologicamente pela revistona paulista, entende que o Brasil não deve ter projetos geopolíticos nem estratégia de projeção de longo prazo de nossos interesses para além de nós mesmos. Nisso, lamentavelmente, ela não está só. Ao contrário, pode ostentar a companhia ilustre de um ex-presidente da República (e ex-ministro das Relações Exteriores), para quem o grande erro de nossa política externa é exatamente a busca de independência, formulação e pleito que vem de Hélio Jaguaribe, Afonso Arinos e San Tiago Dantes, para ficarmos adstritos aos pensadores mais destacados da segunda metade do século passado. A questão crucial não é a independência em si, mas, exatamente, uma independência em face dos EUA. Eis o que incomoda. Assim, a República repete o Império, quando essa questão se colocava diante da potência inglesa. A independência possível, mínima, não se podia colocar contra os interesses de Sua Majestade britânica. O colonizado permanece colonizado, indiferente às alterações do processo histórico. Trocam-se os senhores, mas a dependência ideológica da classe dominante é irremovível. Subdesenvolvimento não se improvisa.
Essa visão dependentista vai para além do ‘complexo de vira-lata’, firmada e cevada que é sobre interesses objetivos, materiais, concretos, redutíveis monetariamente.
Enquanto os EUA reativam sua IV Frota, com a óbvia missão de policiar o Atlântico Sul, onde estamos, dada sua importância econômica e geopolítica, e militar, o ex-primeiro mandatário, diz que o Brasil deve ‘abrir-se ao Pacífico’, onde não temos interesses nem geopolíticos, nem estratégicos. Interesses esses, porém, que estão no Atlântico Sul, que nos põe face a face com 23 países da África ocidental. Nesse continente são notórias nossas condições privilegiadas de atuação política e a relevância de nossos interesses econômicos, pois para seus países temos o que exportar, para além de suco de laranja e soja. Um só dado para as considerações do ex-presidente: o potencial energético (petróleo) do Golfo da Guiné (100 bilhões de barris), da Nigéria, de Angola, do Congo, do Gabão, de São Tomé e Príncipe, além das grandes reservas de gás da Namíbia e de carvão na África do Sul. E esse espaço não ficará eternamente aberto. A China, menos hesitante, já está deslocando interesses brasileiros na África, inundando-a de capital (sem exigências de contrapartidas relativas à política interna dos países) e exportando seus serviços.
Recomenda o ex-presidente que estreitemos relações com os EUA. Certamente em retribuição ao fato de nos espionarem, sobretaxarem nossos produtos agrícolas, nos fazerem restrições na OMC, nos negarem assento permanente no Conselho de Segurança da ONU, serem contra nossos programas espacial e nuclear, negarem acesso a tecnologias de ponta, serem contra o MERCOSUL e tentarem impor-nos a ALCA, a colonização econômica final... Para os EUA (esteja um democrata ou um republicano sentado no trono da White House) deveremos ser a grande reserva alimentar do mundo, eternos fornecedores de commodities (alimentos e minérios não processados) e importadores de produtos manufaturados. Além, claro, de ideologia. Evidentemente é judicioso manter boas relações diplomáticas com os EUA, mas em rigoroso nível de reciprocidade, e disputar o mercado internacional, sem prioridades ou ‘relações carnais’ como pedia um ex-colega de FHC, o grotesco Ménem, ou seja, nossa política deve ser vender e comprar segundo nossas necessidades e a quem oferecer as melhores condições. A propósito, o governo Dilma acaba de dar-nos um bom exemplo, ao optar, na compra dos caças da FAB, pela proposta sueca, a que oferecia menor preço e a única a garantir transferência de tecnologia. Como eles agem, aliás...
Para setores majoritários da grande imprensa brasileira, volto a tratar da influente revistona paulista, essa história de ter projeto geopolítico, estratégia de conquista de espaços e mercados, inserção internacional, estender seus interesses para além de suas fronteiras, é política reservada às grandes potencias, aos EUA e quejandos. Intentada pelo Brasil, soa como cretinice aos ouvidos deles.
Assim, dando a entender ao leitor que está descobrindo a pólvora, ou, no jargão jornalístico, dando um ‘furo’, a revistona ‘descobre’ que o Brasil (leia-se BNDES) está financiando, em Cuba, as obras de remodelação do ponto de Mariel, tocadas por uma empreiteira brasileira.
Misturemos, agora, os argumentos do ex-presidente e do pasquim, pois ambos convergem em vários pontos, mas principalmente na negação do dever (mais que um direito) que tem um país como o Brasil – sexta economia do mundo, quarto território do planeta (lembremos, 8.500 mil km2), 200 milhões de habitantes, um litoral de quase 8 mil km de extensão, uma fronteira terrestre com cerca de 17 mil km, limítrofe com dez países, 50% do território e da produção da America do Sul – de procurar ter política externa independente, consciência de seu papel de líder continental e preocupações com sua segurança, e, como consequência de tudo isso, projetar-se no mundo.
Que significa nossa presença em Cuba, de quem já somos o terceiro parceiro comercial, logo após Venezuela e China, senão uma ponte para o Caribe? Ou isso também nos é vedado? Ou não atende aos interesses brasileiros a abertura de mercados? A revistona percebeu o alcance político da ‘operação Cuba’, chamemo-la assim, e só por isso a combate, pois estamos ocupando espaços deixados pela estreiteza da política dos EUA com vistas à ilha, mesquinha política dirigida pelos ‘refugiados’ de Miami. Eis a questão, estamos nos aproveitando do isolamento imposto a Cuba, estamos nos aproveitando de sua política – irreversível— de abertura ao mercado, estamos nos instalando no Caribe, e ainda estamos ajudando um povo pobre a superar o subdesenvolvimento.
O The New Yok Times, porém, entendeu o que pretende o Brasil com essa política de longo prazo.
Sobre o mesmo porto Mariel e sobre a colaboração Brasil-Cuba (que inclui a ‘importação’ de médicos), e na mesma semana do artigo do ex-presidente e da ‘reportagem’ da revistona, o The New Yok Times, edição internacional circulando com a FSP (datada de 6 de janeiro), logo após registrar que o Brasil “contrata médicos cubanos para suprir as necessidades do SUS” (e não para mandar dinheiro para “a ditadura dos irmãos Castro” como diz a revistona), observa o que a miopia nacional não pode enxergar: “(...) o projeto sinaliza uma ambição maior do governo brasileiro que, na verdade, pretende exercer influência em Cuba – onde, lentamente, a abertura do governo vai expondo o país às forças do mercado”.
E vai mais longe: “Baseados nos programas assistenciais para aumentar as safras cubanas, os produtores brasileiros de soja e arroz também já se destacam como principais fornecedores de alimento da ilha – mas o grande projeto do Brasil é a modernização do Porto de Mariel, no valor de US$ 900 milhões, fechado pela construtora Odebrecth”.
Eis a questão: estamos nos preparando para um futuro que não podemos prever. Se o atual regime cubano fortalecer-se mediante o aprofundamento de sua atual política de ‘abertura’, estaremos, amanhã, também fortalecidos, teremos fortalecidos nossas relações e nossos interesses. Se o atual regime estiver em sua fase ‘terminal’, como afirma a revistona, afirmação que apenas revela desejo, lá estaremos quando chegarem os novos tempos. Mas ocorre que nossa presença, atendendo em qualquer hipótese aos nossos interesses, certamente dificultará a presença de quem sempre lutou contra os interesses do povo cubano. Eis a questão.
“Esse é o Brasil fazendo um jogo estratégico de longo prazo no Caribe” Julia E. Sweig, dietora de estudos latino-americanos do Conselho de Relações Exteriores. The New York Times International Weekly.
“O Brasil não pode querer ser maior do que é” - Luiz Felipe Lampreia, ex-ministro das Relações Exteriores, governo FHC.
A liberdade de imprensa – ampla, geral e irrestrita – é um valor da democracia brasileira; conquistada pela dor dos que lutaram contra a ditadura, enquanto empresários do ramo colaboravam com a repressão, publicando textos laudatórios da ditadura, maquiando o noticiário televisivo, denegrindo a resistência, fornecendo viaturas e abrindo seus arquivos fotográficos aos esbirros. Faz parte, hoje, a ampla liberdade de imprensa, do patrimônio moral de nosso povo.
Dito isso, permito-me algumas observações sobre a imprensa brasileira. Brasileira? Aí surge o primeiro problema, de método e de fundo. O que é uma empresa jornalística brasileira? Tentemos decifrar a esfinge deitando o olhar, como convém, para os EUA. Podemos afirmar que o The New York Times é um típico jornalão norte-americano, pois está a serviço dos interesses tanto do capitalismo internacional, o grande norte, quanto dos interesses geopolíticos dos EUA. A divergência, quando se dá, é restrita ao pontual, e não é maior do que a distância entre democratas e republicanos.
Relativamente às políticas do Pentágono ou da CIA, por exemplo, a discrepância estanca na forma ou na avaliação dos métodos, jamais na condenação dos objetivos. Pode haver, e há, conflitos diante da política deste e daquele governo, preservada a defesa dos interesses estratégicos (militares acima de tudo, econômicos e políticos) dos EUA no mundo. Em outras palavras, as políticas de Estado são respeitadas, sem quebra de independência, pois a dependência essencial diz respeito aos interesses do capitalismo, nos EUA e no mundo, no mundo liderado pelos EUA. Mesmo os jornalistas liberais partem do princípio de que aquele pais é singular e deve exercer sua liderança no mundo que ele mesmo moldou a partir da segunda Guerra.
Se essas premissas forem aceitas, podemos afirmar que a imprensa dos EUA é aquela que, mesmo em conflito com a política deste ou daquele governo, está comprometida com os interesses supremos do país, e entre eles sobrelevam os interesses estratégicos e geopolíticos.
Aí começa o imbróglio, pois a grande imprensa brasileira, liderada ideologicamente pela revistona paulista, entende que o Brasil não deve ter projetos geopolíticos nem estratégia de projeção de longo prazo de nossos interesses para além de nós mesmos. Nisso, lamentavelmente, ela não está só. Ao contrário, pode ostentar a companhia ilustre de um ex-presidente da República (e ex-ministro das Relações Exteriores), para quem o grande erro de nossa política externa é exatamente a busca de independência, formulação e pleito que vem de Hélio Jaguaribe, Afonso Arinos e San Tiago Dantes, para ficarmos adstritos aos pensadores mais destacados da segunda metade do século passado. A questão crucial não é a independência em si, mas, exatamente, uma independência em face dos EUA. Eis o que incomoda. Assim, a República repete o Império, quando essa questão se colocava diante da potência inglesa. A independência possível, mínima, não se podia colocar contra os interesses de Sua Majestade britânica. O colonizado permanece colonizado, indiferente às alterações do processo histórico. Trocam-se os senhores, mas a dependência ideológica da classe dominante é irremovível. Subdesenvolvimento não se improvisa.
Essa visão dependentista vai para além do ‘complexo de vira-lata’, firmada e cevada que é sobre interesses objetivos, materiais, concretos, redutíveis monetariamente.
Enquanto os EUA reativam sua IV Frota, com a óbvia missão de policiar o Atlântico Sul, onde estamos, dada sua importância econômica e geopolítica, e militar, o ex-primeiro mandatário, diz que o Brasil deve ‘abrir-se ao Pacífico’, onde não temos interesses nem geopolíticos, nem estratégicos. Interesses esses, porém, que estão no Atlântico Sul, que nos põe face a face com 23 países da África ocidental. Nesse continente são notórias nossas condições privilegiadas de atuação política e a relevância de nossos interesses econômicos, pois para seus países temos o que exportar, para além de suco de laranja e soja. Um só dado para as considerações do ex-presidente: o potencial energético (petróleo) do Golfo da Guiné (100 bilhões de barris), da Nigéria, de Angola, do Congo, do Gabão, de São Tomé e Príncipe, além das grandes reservas de gás da Namíbia e de carvão na África do Sul. E esse espaço não ficará eternamente aberto. A China, menos hesitante, já está deslocando interesses brasileiros na África, inundando-a de capital (sem exigências de contrapartidas relativas à política interna dos países) e exportando seus serviços.
Recomenda o ex-presidente que estreitemos relações com os EUA. Certamente em retribuição ao fato de nos espionarem, sobretaxarem nossos produtos agrícolas, nos fazerem restrições na OMC, nos negarem assento permanente no Conselho de Segurança da ONU, serem contra nossos programas espacial e nuclear, negarem acesso a tecnologias de ponta, serem contra o MERCOSUL e tentarem impor-nos a ALCA, a colonização econômica final... Para os EUA (esteja um democrata ou um republicano sentado no trono da White House) deveremos ser a grande reserva alimentar do mundo, eternos fornecedores de commodities (alimentos e minérios não processados) e importadores de produtos manufaturados. Além, claro, de ideologia. Evidentemente é judicioso manter boas relações diplomáticas com os EUA, mas em rigoroso nível de reciprocidade, e disputar o mercado internacional, sem prioridades ou ‘relações carnais’ como pedia um ex-colega de FHC, o grotesco Ménem, ou seja, nossa política deve ser vender e comprar segundo nossas necessidades e a quem oferecer as melhores condições. A propósito, o governo Dilma acaba de dar-nos um bom exemplo, ao optar, na compra dos caças da FAB, pela proposta sueca, a que oferecia menor preço e a única a garantir transferência de tecnologia. Como eles agem, aliás...
Para setores majoritários da grande imprensa brasileira, volto a tratar da influente revistona paulista, essa história de ter projeto geopolítico, estratégia de conquista de espaços e mercados, inserção internacional, estender seus interesses para além de suas fronteiras, é política reservada às grandes potencias, aos EUA e quejandos. Intentada pelo Brasil, soa como cretinice aos ouvidos deles.
Assim, dando a entender ao leitor que está descobrindo a pólvora, ou, no jargão jornalístico, dando um ‘furo’, a revistona ‘descobre’ que o Brasil (leia-se BNDES) está financiando, em Cuba, as obras de remodelação do ponto de Mariel, tocadas por uma empreiteira brasileira.
Misturemos, agora, os argumentos do ex-presidente e do pasquim, pois ambos convergem em vários pontos, mas principalmente na negação do dever (mais que um direito) que tem um país como o Brasil – sexta economia do mundo, quarto território do planeta (lembremos, 8.500 mil km2), 200 milhões de habitantes, um litoral de quase 8 mil km de extensão, uma fronteira terrestre com cerca de 17 mil km, limítrofe com dez países, 50% do território e da produção da America do Sul – de procurar ter política externa independente, consciência de seu papel de líder continental e preocupações com sua segurança, e, como consequência de tudo isso, projetar-se no mundo.
Que significa nossa presença em Cuba, de quem já somos o terceiro parceiro comercial, logo após Venezuela e China, senão uma ponte para o Caribe? Ou isso também nos é vedado? Ou não atende aos interesses brasileiros a abertura de mercados? A revistona percebeu o alcance político da ‘operação Cuba’, chamemo-la assim, e só por isso a combate, pois estamos ocupando espaços deixados pela estreiteza da política dos EUA com vistas à ilha, mesquinha política dirigida pelos ‘refugiados’ de Miami. Eis a questão, estamos nos aproveitando do isolamento imposto a Cuba, estamos nos aproveitando de sua política – irreversível— de abertura ao mercado, estamos nos instalando no Caribe, e ainda estamos ajudando um povo pobre a superar o subdesenvolvimento.
O The New Yok Times, porém, entendeu o que pretende o Brasil com essa política de longo prazo.
Sobre o mesmo porto Mariel e sobre a colaboração Brasil-Cuba (que inclui a ‘importação’ de médicos), e na mesma semana do artigo do ex-presidente e da ‘reportagem’ da revistona, o The New Yok Times, edição internacional circulando com a FSP (datada de 6 de janeiro), logo após registrar que o Brasil “contrata médicos cubanos para suprir as necessidades do SUS” (e não para mandar dinheiro para “a ditadura dos irmãos Castro” como diz a revistona), observa o que a miopia nacional não pode enxergar: “(...) o projeto sinaliza uma ambição maior do governo brasileiro que, na verdade, pretende exercer influência em Cuba – onde, lentamente, a abertura do governo vai expondo o país às forças do mercado”.
E vai mais longe: “Baseados nos programas assistenciais para aumentar as safras cubanas, os produtores brasileiros de soja e arroz também já se destacam como principais fornecedores de alimento da ilha – mas o grande projeto do Brasil é a modernização do Porto de Mariel, no valor de US$ 900 milhões, fechado pela construtora Odebrecth”.
Eis a questão: estamos nos preparando para um futuro que não podemos prever. Se o atual regime cubano fortalecer-se mediante o aprofundamento de sua atual política de ‘abertura’, estaremos, amanhã, também fortalecidos, teremos fortalecidos nossas relações e nossos interesses. Se o atual regime estiver em sua fase ‘terminal’, como afirma a revistona, afirmação que apenas revela desejo, lá estaremos quando chegarem os novos tempos. Mas ocorre que nossa presença, atendendo em qualquer hipótese aos nossos interesses, certamente dificultará a presença de quem sempre lutou contra os interesses do povo cubano. Eis a questão.
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