Por Renato Rabelo, em seu blog:
Já era de se esperar diante da força do capital financeiro/rentista esta nova alta da taxa de juros (Selic) de 0,50%. A taxa Selic chegou, desta forma, a 10,50%. Tratou-se da sétima alta consecutiva deste indicador. O Brasil perde, mais uma vez, alimentando o circulo vicioso que nos acomete desde 1994 sintetizado na perversa combinação de juros altos e câmbio valorizado. Esta combinação, para consumo externo, seria o remédio ideal – e à brasileira – ao combate à inflação.
Porém, entre a aparência e a essência muitas vezes existe uma imensa distância. A ação coordenada dos agentes dominantes do capital financeiro, iniciada como reação a tentativa da presidenta Dilma em mudar os parâmetros da política macroeconômica, surte efeitos retardados e com descomunal força. Baseado em uma campanha orquestrada (abandono do “tripé macroeconômico”, descontrole dos gastos públicos e da inflação etc), os instrumentos desta ação todos nós conhecemos e se resume a um terrorismo capaz tanto de mobilizar força política – na disputa pelo poder de fato em nosso país – quanto inviabilizar qualquer ambiente propício ao investimento e ao crescimento econômico calcados na produção e capaz de superar a predominância das finanças sobre a geração de riquezas.
A palavra-chave capaz de explicar todo esse processo não está em nenhum manual de macroeconomia. A palavra-chave é poder, poder político e a respectiva base material que o sustenta. Para tanto observar o processo, em detrimento do imediato, é essencial e nos deve remontar ao pacto político tácito que envolveu a criação do Plano Real como expressão da troca dos ganhos da hiperinflação pelos astronômicos lucros baseados diretamente num dumping do Estado sobre o próprio orçamento do Estado sob a rubrica dos juros ao pagamento da dívida pública.
Os juros da dívida pública transformaram-se, desde então, na base material que dão sustentabilidade política à Casa Grande do século XXI, a saber, o capital financeiro que por sua vez distribui suas migalhas aos seus súditos aquartelados na grande imprensa, nas grandes universidades e no seio do aparelho estatal. A combinação deste caldo político/financeiro pode muito bem aludir a algo próximo de um golpe de Estado e com alto grau de sofisticação, diferentemente de levantes militares típicos das décadas de 1960 e 1970.
Qual a alternativa a este estado de coisas? Poderíamos elencar uma série de medidas técnicas, entre elas, o da extinção das Letras Financeiras do Tesouro (LFTs), com o objetivo de desvincular o mercado de reservas bancárias do mercado de títulos da dívida pública. Pode-se até mesmo sinalizar para o início do fim da utilização da Selic como remédio contra-inflacionário em prol de uma busca de harmonia entre oferta e procura no médio prazo e baseada no aumento da taxa de investimentos.
Toda essa receita progressista alternativa demanda força política acumulada, convicções e um acordo geral rubricada por todos os segmentos da sociedade em torno da troca do curto prazo por uma estratégia desenvolvimentista de médio e longo prazos. Nada disso é fácil e demonstra onde estamos, pois significa proscrição de uma determinada estrutura de poder consolidada. Ideias, amplitude e radicalidade nunca foram tão necessárias como na conjuntura econômica atual.
Já era de se esperar diante da força do capital financeiro/rentista esta nova alta da taxa de juros (Selic) de 0,50%. A taxa Selic chegou, desta forma, a 10,50%. Tratou-se da sétima alta consecutiva deste indicador. O Brasil perde, mais uma vez, alimentando o circulo vicioso que nos acomete desde 1994 sintetizado na perversa combinação de juros altos e câmbio valorizado. Esta combinação, para consumo externo, seria o remédio ideal – e à brasileira – ao combate à inflação.
Porém, entre a aparência e a essência muitas vezes existe uma imensa distância. A ação coordenada dos agentes dominantes do capital financeiro, iniciada como reação a tentativa da presidenta Dilma em mudar os parâmetros da política macroeconômica, surte efeitos retardados e com descomunal força. Baseado em uma campanha orquestrada (abandono do “tripé macroeconômico”, descontrole dos gastos públicos e da inflação etc), os instrumentos desta ação todos nós conhecemos e se resume a um terrorismo capaz tanto de mobilizar força política – na disputa pelo poder de fato em nosso país – quanto inviabilizar qualquer ambiente propício ao investimento e ao crescimento econômico calcados na produção e capaz de superar a predominância das finanças sobre a geração de riquezas.
A palavra-chave capaz de explicar todo esse processo não está em nenhum manual de macroeconomia. A palavra-chave é poder, poder político e a respectiva base material que o sustenta. Para tanto observar o processo, em detrimento do imediato, é essencial e nos deve remontar ao pacto político tácito que envolveu a criação do Plano Real como expressão da troca dos ganhos da hiperinflação pelos astronômicos lucros baseados diretamente num dumping do Estado sobre o próprio orçamento do Estado sob a rubrica dos juros ao pagamento da dívida pública.
Os juros da dívida pública transformaram-se, desde então, na base material que dão sustentabilidade política à Casa Grande do século XXI, a saber, o capital financeiro que por sua vez distribui suas migalhas aos seus súditos aquartelados na grande imprensa, nas grandes universidades e no seio do aparelho estatal. A combinação deste caldo político/financeiro pode muito bem aludir a algo próximo de um golpe de Estado e com alto grau de sofisticação, diferentemente de levantes militares típicos das décadas de 1960 e 1970.
Qual a alternativa a este estado de coisas? Poderíamos elencar uma série de medidas técnicas, entre elas, o da extinção das Letras Financeiras do Tesouro (LFTs), com o objetivo de desvincular o mercado de reservas bancárias do mercado de títulos da dívida pública. Pode-se até mesmo sinalizar para o início do fim da utilização da Selic como remédio contra-inflacionário em prol de uma busca de harmonia entre oferta e procura no médio prazo e baseada no aumento da taxa de investimentos.
Toda essa receita progressista alternativa demanda força política acumulada, convicções e um acordo geral rubricada por todos os segmentos da sociedade em torno da troca do curto prazo por uma estratégia desenvolvimentista de médio e longo prazos. Nada disso é fácil e demonstra onde estamos, pois significa proscrição de uma determinada estrutura de poder consolidada. Ideias, amplitude e radicalidade nunca foram tão necessárias como na conjuntura econômica atual.
O Banco Central aumenta a taxa SELIC, o que provoca (segundo o ele, BC) a elevação dos juros no mercado, que leva à diminuição da demanda de bens e serviços, freiando, assim, a subida de preços e, em consequência, a inflação.
ResponderExcluirEntretanto, o BC parece se esquecer: 1) que a elevação da taxa SELIC aumenta sobremaneira os juros da dívida pública, tirando recursos de obras públicas e de áreas sociais; 2) que, com a elevação da SELIC, os emprésários vão correr para títulos da dívida pública, deixando de ampliar seus negócios, o que vai provocar o aumento de preços e da inflação, porque vai haver diminuição da oferta de bens e serviços, vindo no rastro o desemprego.
Diante disso, cabe aqui uma pergunta: ao invés de elevar a taxa SELIC, por que o BC não aumenta o COMPULSÓRIO DOS BANCOS? Essa medida vai provocar a elevação dos juros no mercado, o que desestimulará os consumidores de irem às compras, deixando assim de alimentar a inflação pelo excesso de consumo, sem os inconvenientes da elevação da SELIC.
O que tudo indica é que o Governo Dilma está dominado por banqueiros e por rentistas, razão pela qual o BC nem cogita de substituir a elevação da taxa SELIC pelo aumento dos depósitos COMPULSÓRIOS DOS BANCOS.