sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

Os ricos cada vez mais ricos

Por Altamiro Borges

Desde 2007, o sistema capitalista atravessa uma gravíssima crise econômica, comparada por muitos estudiosos à Grande Depressão de 1929. Mas quem paga o ônus são os assalariados, com recordes de desemprego, brutal arrocho dos salários e retirada de históricos direitos trabalhistas. Os causadores da desgraceira, os capitalistas, ainda ganham com a crise, concentrando mais capital. Isto é o que revela o recente índice da “Bloomberg Billionaires”, um ranking das 300 maiores fortunas do planeta.

Segundo matéria desta quinta-feira (2) do jornal Valor, dedicado à elite empresarial nativa, “as pessoas mais ricas do planeta ficaram ainda mais ricas em 2013 após aumentarem o seu patrimônio líquido coletivo em US$ 524 bilhões, segundo o índice Bloomberg Billionaires... O patrimônio líquido total dos principais bilionários do mundo permaneceu em US$ 3,7 trilhões no fechamento do mercado, em 31 de dezembro, segundo o ranking. Os maiores ganhos ocorreram na indústria de tecnologia, que subiu 28 por cento ao longo do ano”.

Das 300 pessoas que apareceram no ranking final de 2013, apenas 70 registraram uma perda líquida no período de 12 meses. Na maior caradura, o ricaço John Catsimatidis, fundador do conglomerado imobiliário e de energia Red Apple Group, ainda comemora. “Os ricos continuarão ficando mais ricos em 2014”. Bill Gates, fundador e presidente da Microsoft, foi quem mais lucrou em 2013. Sua fortuna cresceu de US$ 15,8 bilhões, para US$ 78,5 bilhões. “Gates retomou do investidor mexicano Carlos Slim o título de pessoa mais rica do mundo”, informa o Valor.

Sheldon Adelson, fundador da Las Vegas Sands Corp., a maior empresa de cassinos do mundo, foi o segundo maior ganhador em 2013, com um aumento de US$ 14,4 bilhões em sua riqueza depois que as ações da sua corporação subiram 71%. Além da indústria de alta tecnologia e do rei da jogatina, os banqueiros também auferiram altos lucros com a agiotagem financeira – explorando a desgraça alheia em meio à crise capitalista.

Na América Latina, o empresário Carlos Slim perdeu US$ 1,4 bilhão em 2013 devido às medidas adotadas pelo Congresso do México de combate ao monopólio nas telecomunicações. Mesmo assim, ele segue no posto de maior ricaço da região, US$ 51 bilhões à frente do brasileiro Jorge Paulo Lemann. A terceira pessoa mais rica da América Latina é o colombiano Luis Carlos Sarmiento, que controla mais de um quarto da indústria financeira do país. Quem mais perdeu no ano passado foi o empresário Eike Batista, cujo patrimônio líquido encolheu mais de US$ 12 bilhões.

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