sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Um queridinho em Davos

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Acabo de ler que o presidente do México, Peña Nieto, foi uma das estrelas de Davos. Quem diz isso é o Financial Times, num texto onde lembra ainda que o governo de Dilma Rousseff foi criticado até pelo economista chefe do Itaú, Ilan Goldfarb.

É claro que esta visão, em breve, vai estar nas conversas de botequim e nos discursos da oposição. "O México foi o emergente que recebeu mais tapinhas nas costas - e o presidente Enrique Peña Nieto reagiu enchendo o peito”, escreveu o jornal.

Os participantes aprovam as reformas que o país tem feito, analisa o mexicano Angel Gurria, secretário geral da OCDE. “No que tange a reformas, um país se sobressai e tem feito uma trabalho excepcional. E digo com orgulho: é o México”, afirmou.

Seria uma grande surpresa, na verdade, se Pena Nieto não fosse uma das atrações de Davos. A rigor, recebeu até poucas medalhas e tapinhas nas costas.

No final de 2013, seu governo conseguiu promover uma derrota histórica em seu país: reformou dois artigos da Constituição, abrindo caminho para a privatização da Pemex, a empresa estatal mexicana do petróleo, uma das maiores do mundo.

Essa mudança representou uma rendição do governo mexicano – mais uma – às pressões de seus vizinhos do Norte. Se nos anos 1990 o país entrou para o Nafta, reforçando sua dependência em relação a economia americana, a privatização da Pemex coloca uma riqueza estratégica como o petróleo na mesma situação.

Os argumentos favoráveis a privatização da Pemex não envolvem a função social da empresa, nem sua capacidade potencial de auxiliar no desenvolvimento do país. Embora sempre se possa apresentar críticas ao desempenho de qualquer empresa - estatal, pública ou privada - a questão envolve a partilha da riqueza de um país. Deve ser resolvida pela sociedade ou por grupos privados?

Este é o ponto.

3 comentários:

  1. Nao ha novidade, um Presidente que trabalha pros grandes grupos ficarem cada vez mais ricos e os pobres mais pobres. Um Presidente que incentiva a jogatina finaceira de Wall Street. Tem poucos paises no Mundo pra a turminha de Wall Street, e o PIG que e' internacional - WSJ, The Economist, Boomberg, FT e associados - poderem impor suas politicas predadoras, o US ainda esta ruim das pernas, assim como a Europa. Onde ha' mercado sem protecao e que o Presidente esta disposta a vender a soberania do Pais ? A China nao deixa, so tem um partido, na Russia tambem nao e' moleza pra esta turma. So sobrou o Brasil, Mexico, Turquia, mas o Brasil ainda e' o mais cobicado por estes abutres, por isso o PIG nacional feed o PIG internacional com o mesmo objetivo interno. Ou as forcas de esquerda em nosso Brasil aproveita para educarmos e fazermos nossos cidadaos mais humanistas e solidarios, ou a Casa Grande volta e ai teremos mais uma Petrolifera terminando com X.

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  2. Fazer a lição de casa pe;a cartilha do Capital vale tapinhas nas costas e elogios. Não aconteceu isso com FHC quando privatizou a Vale e todas as outras e o dinheiro nem entrou completamente nos cofres públicos? Ele emprestou dinheiro para eles todos. Acho que ganhou beijo na boca!

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  3. O Lula/ Dilma tambem favorecem grandes grupos. Voce ja ouviu falar nos compeoes nacionais? Bilhoes do BNDES drenados para poucos eleitos, os "amigos" do Mantega. Quanto a geracao de valor nas estatais de petroleo, definitivamente nao somos referencia. Enquanto drenamos bilhoes em importacoes de gasolina com o subsidio local, os Estados Unidos dao show de tecnologia e inovacao com o shale gas, que vai mudar totalmente a dinamica do comercio mundial quando a nossa moribunda Petrobras comecar a desenterrar o pre-sal. Parabens aos americanos, parabens a os mexicanos.

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