Por Carlos Neder, no blog Viomundo:
Enquanto o apagão da água é uma dura realidade para a população, devido à falta de planejamento do governo estadual do PSDB, no mínimo causa espanto a assinatura, no final de março, dos contratos de publicidade da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp).
Afinal, apesar de ter anunciado um corte de R$ 900 milhões no orçamento desse ano, justamente por conta da crise da falta de água, o órgão manteve intactos R$ 43,7 milhões para gastar com propaganda.
Esse valor pode aumentar ainda mais, chegando a quase R$ 88 milhões em um ano, com a renovação dos contratos das atuais agências de publicidade. Tem mais: a Sabesp já havia assinado outro contrato, de R$ 22 milhões, sem licitação, para divulgar ações de economia de água no verão.
A mais recente ação “estratégica” da administração tucana é o comercial, em horário nobre na TV, com participação de um conhecido apresentador de programa de auditório, cujo cachê nem de longe é dos mais baratos.
Aliás, as campanhas da Sabesp na televisão deixaram, curiosamente, de exibir a marca do governo paulista. No rádio, simplesmente não há mais menção de que a empresa é um órgão estadual.
Tudo para tentar descolar a imagem de Alckmin da instituição, que é controlada pelo Estado, e para disfarçar propaganda de cunho eleitoral pago com dinheiro público.
A falta do que justificar nesse caso fica ainda mais clara quando o governador foge de dar explicações e escala, em seu lugar, a presidente da Sabesp para falar sobre o assunto e rebater todas as críticas, a exemplo do que foi feito em relação à recente campanha do Partido dos Trabalhadores, tendo à frente o ex-ministro Alexandre Padilha.
Ela diz ser mentira o que infelizmente vemos no dia a dia. A incompetência técnica do modelo de gestão do PSDB resultou na situação lamentável em que se encontra o Sistema Cantareira.
Responsável por abastecer 47% da Grande São Paulo, ele está com 11,4% da sua capacidade – um novo recorde, negativo, para o governador.
Enquanto aguarda autorização da Agência Reguladora de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo (Arsesp) para aplicar multa a quem aumentar o consumo, Alckmin tenta se isentar da escassez de água.
Alega que não quer fazer “picuinha política” com a crise de abastecimento de água e coloca a presidente da Sabesp para responder sobre o problema por se tratar de uma questão técnica.
Governador Alckmin, a verdade é que o apagão da água não é somente técnico. Ele é também resultado de uma decisão política totalmente errada.
Sem ter o que explicar, prefere fugir da opinião pública pensando meramente no dano eleitoral à sua reeleição. Isso só deixa evidente a falta de um governo que esteja à altura dos paulistas.
Fica aqui o apelo, governador: deixe de picuinhas com a crise da água e tome providências que não penalizem mais a população, que tem sido a única prejudicada até o momento.
* Carlos Neder é deputado estadual (PT-SP)
Enquanto o apagão da água é uma dura realidade para a população, devido à falta de planejamento do governo estadual do PSDB, no mínimo causa espanto a assinatura, no final de março, dos contratos de publicidade da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp).
Afinal, apesar de ter anunciado um corte de R$ 900 milhões no orçamento desse ano, justamente por conta da crise da falta de água, o órgão manteve intactos R$ 43,7 milhões para gastar com propaganda.
Esse valor pode aumentar ainda mais, chegando a quase R$ 88 milhões em um ano, com a renovação dos contratos das atuais agências de publicidade. Tem mais: a Sabesp já havia assinado outro contrato, de R$ 22 milhões, sem licitação, para divulgar ações de economia de água no verão.
A mais recente ação “estratégica” da administração tucana é o comercial, em horário nobre na TV, com participação de um conhecido apresentador de programa de auditório, cujo cachê nem de longe é dos mais baratos.
Aliás, as campanhas da Sabesp na televisão deixaram, curiosamente, de exibir a marca do governo paulista. No rádio, simplesmente não há mais menção de que a empresa é um órgão estadual.
Tudo para tentar descolar a imagem de Alckmin da instituição, que é controlada pelo Estado, e para disfarçar propaganda de cunho eleitoral pago com dinheiro público.
A falta do que justificar nesse caso fica ainda mais clara quando o governador foge de dar explicações e escala, em seu lugar, a presidente da Sabesp para falar sobre o assunto e rebater todas as críticas, a exemplo do que foi feito em relação à recente campanha do Partido dos Trabalhadores, tendo à frente o ex-ministro Alexandre Padilha.
Ela diz ser mentira o que infelizmente vemos no dia a dia. A incompetência técnica do modelo de gestão do PSDB resultou na situação lamentável em que se encontra o Sistema Cantareira.
Responsável por abastecer 47% da Grande São Paulo, ele está com 11,4% da sua capacidade – um novo recorde, negativo, para o governador.
Enquanto aguarda autorização da Agência Reguladora de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo (Arsesp) para aplicar multa a quem aumentar o consumo, Alckmin tenta se isentar da escassez de água.
Alega que não quer fazer “picuinha política” com a crise de abastecimento de água e coloca a presidente da Sabesp para responder sobre o problema por se tratar de uma questão técnica.
Governador Alckmin, a verdade é que o apagão da água não é somente técnico. Ele é também resultado de uma decisão política totalmente errada.
Sem ter o que explicar, prefere fugir da opinião pública pensando meramente no dano eleitoral à sua reeleição. Isso só deixa evidente a falta de um governo que esteja à altura dos paulistas.
Fica aqui o apelo, governador: deixe de picuinhas com a crise da água e tome providências que não penalizem mais a população, que tem sido a única prejudicada até o momento.
* Carlos Neder é deputado estadual (PT-SP)
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