Por Luis Nassif, no Jornal GGN:
No meio do dia de ontem, um blogueiro amigo, colunista de uma grande publicação, divulgou pelo Twitter a seguinte mensagem: “Vergonha: religioso preso na Espanha por abusar de garota de 12 anos é brasileiro”. O religioso abusou da garota por ser brasileiro? Se não era, a troco de quê a vergonha?
Não se trata de mero masoquismo cívico.
No início do século 19, o economista alemão Friedrich List já alertava para esse expediente, na guerra entre internacionalistas e defensores de projetos nacionais autônomos.
Os internacionalistas tratavam de derrubar a autoestima nacional para demover as tentativas de criação de modelos autônomos de desenvolvimento. E essa publicidade negativa deveria se refletir sobre todos os aspectos nacionais, dos culturais e sociais aos econômicos.
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Talvez por isso, no evento do lançamento do navio Henrique Dias, construído pelo estaleiro Atlântico no Porto de Suape, no Recife, a presidente Dilma Rousseff tenha sido tão enfática não apenas na defesa da Petrobras, mas na exaltação do papel do chamado povo brasileiro.
No discurso, pela primeira vez Dilma mostrou o lado positivo de sua política, para se diferenciar dos adversários – especialmente de Aécio Neves, que representa a corrente neoliberal do governo Fernando Henrique Cardoso.
O modelo neoliberal defende o papel do Estado exclusivamente para criar as condições macroeconômicas favoráveis para a atuação do capital financeiro.
Considera nocivas políticas de substituição de importações, defesa da produção nacional, estímulos fiscais e financeiros a novas atividades, devido à margem de subjetividade embutidas nessas políticas.
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Nos anos 70, o Brasil teve a segunda indústria naval do mundo. O projeto foi abandonado. A Petrobras estimulada a adquirir navios do exterior, levando em conta apenas a economicidade - e deixando de lado os enormes ganhos futuros advindo do estímulo ao desenvolvimento de uma indústria local. E havia um movimento nítido de tentativa de privatização da empresa.
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A partir de 2003, Lula colocou como prioridade a reconstrução da indústria naval e, nela, os papéis mais relevantes foram desempenhados por Dilma, na condição de Ministra das Minas e Energia e Graça Foster, atual presidente da Petrobras.
Em seu discurso, Dilma lembrou que, dentre os trabalhadores do estaleiro, havia pessoas que saíam do comércio, da lavoura de cana e de trabalho informal.
Para contrapor à queda de valor atual da Petrobras mostrou que no final do governo FHC, a Petrobras valia R$ 15 bi e hoje, mesmo depois da queda recente, vale R$ 98 bi.
Na indústria naval, o número de empregos saltou para 80 mil - entre estaleiros e fornecedores - devendo chegar a 97 mil nos próximos dois anos. "Nós temos em operação 133 plataformas, 41 sondas de perfuração e 361 barcos de apoio".
O sucesso da indústria naval não a absolve dos seguidos erros de implementação de políticas sem planejamento.
A diferença está no fato de que o modelo econômico que representa, expurgado dos exageros, gera empregos e estimula setores econômicos. Já a fórmula FHC privilegia o mercado e propõe o ajuste através do sacrifício do emprego e do salário e do mercado interno, sem oferecer a contrapartida dos estímulos à produção.
No meio do dia de ontem, um blogueiro amigo, colunista de uma grande publicação, divulgou pelo Twitter a seguinte mensagem: “Vergonha: religioso preso na Espanha por abusar de garota de 12 anos é brasileiro”. O religioso abusou da garota por ser brasileiro? Se não era, a troco de quê a vergonha?
Não se trata de mero masoquismo cívico.
No início do século 19, o economista alemão Friedrich List já alertava para esse expediente, na guerra entre internacionalistas e defensores de projetos nacionais autônomos.
Os internacionalistas tratavam de derrubar a autoestima nacional para demover as tentativas de criação de modelos autônomos de desenvolvimento. E essa publicidade negativa deveria se refletir sobre todos os aspectos nacionais, dos culturais e sociais aos econômicos.
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Talvez por isso, no evento do lançamento do navio Henrique Dias, construído pelo estaleiro Atlântico no Porto de Suape, no Recife, a presidente Dilma Rousseff tenha sido tão enfática não apenas na defesa da Petrobras, mas na exaltação do papel do chamado povo brasileiro.
No discurso, pela primeira vez Dilma mostrou o lado positivo de sua política, para se diferenciar dos adversários – especialmente de Aécio Neves, que representa a corrente neoliberal do governo Fernando Henrique Cardoso.
O modelo neoliberal defende o papel do Estado exclusivamente para criar as condições macroeconômicas favoráveis para a atuação do capital financeiro.
Considera nocivas políticas de substituição de importações, defesa da produção nacional, estímulos fiscais e financeiros a novas atividades, devido à margem de subjetividade embutidas nessas políticas.
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Nos anos 70, o Brasil teve a segunda indústria naval do mundo. O projeto foi abandonado. A Petrobras estimulada a adquirir navios do exterior, levando em conta apenas a economicidade - e deixando de lado os enormes ganhos futuros advindo do estímulo ao desenvolvimento de uma indústria local. E havia um movimento nítido de tentativa de privatização da empresa.
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A partir de 2003, Lula colocou como prioridade a reconstrução da indústria naval e, nela, os papéis mais relevantes foram desempenhados por Dilma, na condição de Ministra das Minas e Energia e Graça Foster, atual presidente da Petrobras.
Em seu discurso, Dilma lembrou que, dentre os trabalhadores do estaleiro, havia pessoas que saíam do comércio, da lavoura de cana e de trabalho informal.
Para contrapor à queda de valor atual da Petrobras mostrou que no final do governo FHC, a Petrobras valia R$ 15 bi e hoje, mesmo depois da queda recente, vale R$ 98 bi.
Na indústria naval, o número de empregos saltou para 80 mil - entre estaleiros e fornecedores - devendo chegar a 97 mil nos próximos dois anos. "Nós temos em operação 133 plataformas, 41 sondas de perfuração e 361 barcos de apoio".
O sucesso da indústria naval não a absolve dos seguidos erros de implementação de políticas sem planejamento.
A diferença está no fato de que o modelo econômico que representa, expurgado dos exageros, gera empregos e estimula setores econômicos. Já a fórmula FHC privilegia o mercado e propõe o ajuste através do sacrifício do emprego e do salário e do mercado interno, sem oferecer a contrapartida dos estímulos à produção.
Boatobras
ResponderExcluirAs questões envolvendo a Petrobras possuem aquela natureza temerária e nebulosa que a maioria dos espectadores só conhece pelos suspenses hollywoodianos. O montante das transações e o peso dos interesses envolvidos transformam o ramo petrolífero num antro de maldades que escapam à compreensão dos pobres mortais. Se o poder persuasivo dos gigantes inescrupulosos que dominam o meio ficasse apenas na riqueza financeira, já seria avassalador.
A mídia corporativa é o lado mais frágil e corruptível desse jogo. E seus “analistas de mercado” dispensam apresentações. Somando a tudo isso o oportunismo político-eleitoral da direita privatista, é fácil concluir que não será na grande imprensa brasileira que teremos fontes confiáveis para entender a estranhíssima onda de ataques à estatal e ao governo Dilma Rousseff.
A polêmica sobre a refinaria de Pasadena atinge uma relevante infra-estrutura brasileira instalada numa região estratégica dos EUA. Um canal de escoamento para o maior mercado consumidor de petróleo do mundo. Às vésperas da explosão produtiva do pré-sal. E ainda ficam repetindo que o imbróglio se resume aos valores investidos e a umas planilhas técnicas.
O encontro com as informações relevantes que a imprensa vem ignorando mostra que as confusões em torno do caso Pasadena ultrapassam o nível da pura ingenuidade.
http://www.guilhermescalzilli.blogspot.com.br/2014/03/boatobras.html