Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:
O novo secretário de Recursos Hídricos de São Paulo, Mauro Arce, é agora o dirigente real da batalha para tentar evitar que a falta de água na Grande São Paulo atinja níveis dramáticos antes das eleições de outubro.
O secretário anterior, Edson Giriboni, do PV, representava apenas uma composição política e todo o poder era exercido por Dilma Pena, que ficou com a presidência da Sabesp.
Arce tem, agora, de fato, o controle da empresa e mudou totalmente a estratégia de enfrentamento do problema, com carta-branca de Alckmin, que percebeu que o levavam para uma situação de colapso geral.
Vai tentar evitar o esgotamento completo da principal represa – o Jaguari-Jacareí, que responde por quase 83% da capacidade de represamento de água e mandou praticamente fechar suas comportas e gastar a água que vinha sendo acumulada no Atibainha, o reservatório que será bombeado no seu volume morto.
Arce é profundo conhecedor da dinâmica deste reservatório, até porque esteve envolvido dos estudos para a redução dos volumes operacionais mínimos do sistema, há dez anos atrás e comandava, na prática, a empresa quando foi secretário durante a crise de 2003/2004, enquanto a presidência da Sabesp era ocupada por Dalmo Nogueira, um advogado sem maior experiência no setor.
Foi Arce quem levou Alckmin a admitir o “rodízio” no fornecimento da água – eufemismo de racionamento – e mudou a estratégia de armazenamento, o que a gente já vinha alertando aqui que estava acontecendo, desde a manhã de sexta-feira.
Vai acelerar o esvaziamento do Atibainha, para haver razão para o acionamento das bombas assim que elas estiverem operacionais e, enquanto isso, acumular o máximo de água ainda expressivas de abril e início de maio para acumular o que for possível de água no Jaguari-Jacareí e no Cachoeira, fazendo, aí sim, uma reserva técnica para manter o Atibainha em níveis que permitam um rendimento máximo das bombas.
Enfim, vai tentar voltar o Cantareira, mesmo em condições dramáticas, funcionar como um sistema de reservatórios, não como um simples funil.
É um plano desesperado, é certo, mas é um plano.
Que só não é anunciado porque evidenciaria que não havia plano algum, exceto as espertezas de Alckmin em ficar falando de transposição das águas do Paraíba do Sul – o que, em termos práticos para curto e médio prazo é tão factível quanto rebocar um iceberg do Pólo Sul.
Independente do julgamento político ou moral que se possa ter sobre Mauro Arce – cujo nome circula fartamente no caso Alstom – é a primeira iniciativa que alguém toma, dentro do governo paulista, para enfrentar o problema de frente.
Tomara que não seja tarde demais.
PS. Cadê os jornais paulistas?
O novo secretário de Recursos Hídricos de São Paulo, Mauro Arce, é agora o dirigente real da batalha para tentar evitar que a falta de água na Grande São Paulo atinja níveis dramáticos antes das eleições de outubro.
O secretário anterior, Edson Giriboni, do PV, representava apenas uma composição política e todo o poder era exercido por Dilma Pena, que ficou com a presidência da Sabesp.
Arce tem, agora, de fato, o controle da empresa e mudou totalmente a estratégia de enfrentamento do problema, com carta-branca de Alckmin, que percebeu que o levavam para uma situação de colapso geral.
Vai tentar evitar o esgotamento completo da principal represa – o Jaguari-Jacareí, que responde por quase 83% da capacidade de represamento de água e mandou praticamente fechar suas comportas e gastar a água que vinha sendo acumulada no Atibainha, o reservatório que será bombeado no seu volume morto.
Arce é profundo conhecedor da dinâmica deste reservatório, até porque esteve envolvido dos estudos para a redução dos volumes operacionais mínimos do sistema, há dez anos atrás e comandava, na prática, a empresa quando foi secretário durante a crise de 2003/2004, enquanto a presidência da Sabesp era ocupada por Dalmo Nogueira, um advogado sem maior experiência no setor.
Foi Arce quem levou Alckmin a admitir o “rodízio” no fornecimento da água – eufemismo de racionamento – e mudou a estratégia de armazenamento, o que a gente já vinha alertando aqui que estava acontecendo, desde a manhã de sexta-feira.
Vai acelerar o esvaziamento do Atibainha, para haver razão para o acionamento das bombas assim que elas estiverem operacionais e, enquanto isso, acumular o máximo de água ainda expressivas de abril e início de maio para acumular o que for possível de água no Jaguari-Jacareí e no Cachoeira, fazendo, aí sim, uma reserva técnica para manter o Atibainha em níveis que permitam um rendimento máximo das bombas.
Enfim, vai tentar voltar o Cantareira, mesmo em condições dramáticas, funcionar como um sistema de reservatórios, não como um simples funil.
É um plano desesperado, é certo, mas é um plano.
Que só não é anunciado porque evidenciaria que não havia plano algum, exceto as espertezas de Alckmin em ficar falando de transposição das águas do Paraíba do Sul – o que, em termos práticos para curto e médio prazo é tão factível quanto rebocar um iceberg do Pólo Sul.
Independente do julgamento político ou moral que se possa ter sobre Mauro Arce – cujo nome circula fartamente no caso Alstom – é a primeira iniciativa que alguém toma, dentro do governo paulista, para enfrentar o problema de frente.
Tomara que não seja tarde demais.
PS. Cadê os jornais paulistas?
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