sábado, 3 de maio de 2014

Agora é Dilma versus Globo!

Por Paulo Henrique Amorim, no blog Conversa Afiada:

Rui Falcão falava no comício do PT , quando anunciou os dois compromissos prioritários do Partido: a reforma política, com plebiscito e Constituinte Exclusiva; e a Ley de Medios.

Aí, a plateia, em coro, bem alto, gritou:

“A verdade é dura, a Globo apoiou a ditadura”.

Lula tocou no mesmo nervo exposto: “a maior oposição é a da grande mídia”.

E ouviu: “É o PiG (*)!”.

Num outro ponto, a plateia gritou: “o povo não é bobo, abaixo a Rede Globo!”

Finalmente, o PT, o Lula e – inevitavelmente – a Dilma se deram conta de que a Globo é o inimigo #1!

É a Globo que interdita o debate político no pais.

Dizia o Dr Roberto: “o importante não é o que o Globo publica, mas o que não publica!”.

A Globo e sua editoria “o Brasil é uma m…” é que não deixam o povo saber que o copo está mais mais cheio que vazio.

A Globo incentiva o Golpe.

Como dizia o Jango, ela envenena o Brasil.

A Globo é o Clarín da Cristina K, a da Ley dos Medios.

É preciso fracionar, quebrar a Globo em pedaços, como a K fez com o Clarín.

Como o Theodore Roosevelt fez com a Standard Oil …

Uma Ley de Meios como a de TODOS os países civilizados.

Os filhos do Roberto Marinho – eles não têm nome próprio – teceram a armadilha em que caíram.

Vem ai a licitação do 4G.

O Google vai googlar a Globo.

Enquanto a audiência cai fantasticamente, sob a regência iluminada do Gilberto Freire com “i”(**).

As receitas fora da tevê aberta não pagam o salário do Cala a Boca Galvão …

Os filhos do Roberto Marinho nunca tiveram Plano B.

Ou era o neolibelismo (***) da Urubóloga, incorporado ao Principe da Privataria, ou nada.

Não imaginaram que pudessem viver tanto tempo fora do poder.

(Embora continuem a mamar no BV que levou o Pizzolatto à condenação…)

Os filhos do Roberto Marinho terceirizaram a opinião.

Os editoriais do Globo não tem a mínima importância, a mínima repercussão – como nos tempos do Jorge Serpa e do Dr Roberto.

Quando o Jorge Serpa – a mando do Dr Roberto – publicava aqueles tijolaços na primeira pagina de O Globo, a Republica tremia – ou caía na gargalhada…

O editorial é A voz do dono !

Agora, mandam os colonistas (****).

1001 colonistas que, somados, não tem a importância de meio Jorge Serpa (com o Dr Roberto, por trás…).

Como os filhos do Roberto Marinho não têm a competência do pai para fazer o jogo da política – e da opinião, do que NÃO publicar – entregaram a opinião e o que NÃO publicar a empregados.

Que precisam garantir o emprego, com a faca no dentes.

E se tornaram mais realistas que o Rei.

São empregados que se engalfinham na reunião de pauta – como o “i” e o Ataulfo (*****) – para ver quem concorda mais com o patrão.

E exageraram.

Destruíram as pontes.

Foram longe demais.

Mais longe do que seria compatível com a sobrevivência da empresa.

Colocaram-se a empresa na linha de fogo.

O PT e a Dilma não têm mais como recuar: ou atiram ou morrem !

Essa eleição é sobre a Petrobras – clique aqui para ler “como vai ser a CPI – Joel Rennó vs pré-sal para o povo”.

E também sobre a Globo.

A Globo vai tentar destruir a Dilma.

É um questão empresarial.

Porque a Organização (sic) não sobrevive a um segundo mandato da Dilma.

(E, se, depois do segundo mandato da Dilma, o Lula volta, como ele disse no comício ?)

A Globo não vai fazer caixa para sustentar o custo de ser a Globo.

Vai faltar grana.

Quanto mais ela mantém “o padrão de qualidade”, mais ela se enforca.

“Meu pedacinho do chão” só se paga enquanto ela conseguir embolsar 80% da verba de tevê aberta com menos de 40% da audiência.

Um dia, os anunciantes vão desconfiar…

Tão caro por tão pouco ?

E vão pedir o BV de volta.

Não dá para perder 30% de audiência em 10 anos e 10% num ano e ficar tudo na mesma.

A Globo vai ficar obsoleta como líder de audiência.

Como a Veja.

Como a Time.

Como a Look.

É a morte anunciada.

Que o Dr Roberto saberia evitar: porque sabia também o que publicar …

A Globo vai morrer gorda.

Como um dos filhos do Dr Roberto.

*****

Em tempo: na Globo se atribuía ao Dr Roberto outra interessante observação: “o Boni pensa que isso aqui é um circo. Isso aqui é uma fábrica de poder !”.

(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

(**) Ali Kamel, o mais poderoso diretor de jornalismo da história da Globo (o ansioso blogueiro trabalhou com os outros três), deu-se de antropólogo e sociólogo com o livro “Não somos racistas”, onde propõe que o Brasil não tem maioria negra. Por isso, aqui, é conhecido como o Gilberto Freire com “ï”. Conta-se que, um dia, D. Madalena, em Apipucos, admoestou o Mestre: Gilberto, essa carta está há muito tempo em cima da tua mesa e você não abre. Não é para mim, Madalena, respondeu o Mestre, carinhosamente. É para um Gilberto Freire com “i”.

(***) “Neolibelê” é uma singela homenagem deste ansioso blogueiro aos neoliberais brasileiros. Ao mesmo tempo, um reconhecimento sincero ao papel que a “Libelu” trotskista desempenhou na formação de quadros conservadores (e golpistas) de inigualável tenacidade. A Urubóloga Miriam Leitão é o maior expoente brasileiro da Teologia Neolibelê.

(****) Não tem nada a ver com cólon. São os colonistas do PiG que combateram na milícia para derrubar o presidente Lula e, depois, a presidenta Dilma. E assim se comportarão sempre que um presidente no Brasil, no mundo e na Galáxia tiver origem no trabalho e, não, no capital. O Mino Carta costuma dizer que o Brasil é o único lugar do mundo em que jornalista chama patrão de colega. É esse pessoal aí.

(*****) Ataulfo de Paiva foi o mais medíocre – até certa altura – dos membros da Academia. A tal ponto que seu sucessor, o romancista José Lins do Rego quebrou a tradição e espinafrou o antecessor, no
discurso de posse . Daí, Merval merecer aqui o epíteto honroso de “Ataulfo Merval de Paiva”, por seus notórios méritos jornalísticos, estilísticos, e acadêmicos, em suma. Registre-se, em sua homenagem, que os filhos de Roberto Marinho perceberam isso e não o fizeram diretor de redação nem do Globo nem da TV Globo. Ofereceram-lhe à Academia.E ao Mino Carta, já que Merval é, provavelmente, o personagem principal de seu romance “O Brasil”.

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