Editorial do site Vermelho:
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, anunciou nesta quarta-feira (28) o que a publicidade da Casa Branca apresentou como as “novas linhas” da política externa dos Estados Unidos.
Simbolicamente, o pronunciamento foi feito durante a formatura dos cadetes da Academia Militar de West Point, mesmo cenário em que 12 anos atrás o ex-presidente George W. Bush proclamou a política externa belicista que tantos danos provocou à paz mundial e à segurança internacional. Em jogada de sentido eleitoral, Obama tentou encenar que fazia o oposto.
Foi mais uma tentativa de apresentar sua visão sobre o papel dos Estados Unidos no mundo, num quadro em que externamente crescem a resistência anti-imperialista dos povos e a oposição de forças emergentes que não toleram o exercício da hegemonia estadunidense. No plano interno, Obama defronta-se com uma oposição das forças mais reacionárias, representadas pelo Partido Republicano, que o acusam de fraqueza nas relações com países rivais, como a Rússia. Sintomaticamente, o chefe da Casa Branca disse aos cadetes que a nação a que eles estavam sendo chamados para servir procuraria evitar “desventuras militares no exterior”, ao mesmo tempo em que enfrenta um novo conjunto de “ameaças terroristas do Oriente Médio para a África”.
Obama enalteceu o multilateralismo, o papel da ONU, reiterou a retirada de tropas do Iraque e Afeganistão e chegou mesmo a dizer que “nem todo problema tem solução militar”. E comemorou a “chance real” de chegar a um acordo nuclear com o Irã.
O discurso de Obama não significa propriamente uma mudança na orientação da política externa, mas uma adaptação a uma realidade em que a política intervencionista e militarista não só é contestada, como sofre derrotas. Seu ponto de partida e essência é a centralidade dos interesses dos Estados Unidos nos assuntos globais, ou seja, a reafirmação da primazia dos Estados Unidos e de sua liderança imperial.
O militarismo e o intervencionismo constituem orientações permanentes da política externa estadunidense, observando-se quando muito uma mudança de ênfase em função de circunstâncias muito peculiares. O fato é que as guerras da chamada era Bush desgastaram ainda mais as posições norte-americanas no mundo e acrescentarem elementos de decadência e crise.
Até o ano passado, o governo de Obama se preparou ativamente para intervir militarmente na Síria, mas foi obrigado a recuar. A tenaz resistência popular e nacional, o repúdio internacional, a posição da Rússia e da China contrária à intervenção e a evidência de que os Estados Unidos e seus aliados se enfileiravam ao lado dos mesmos terroristas que diziam combater, levaram-no a recuar. Na atual crise no Leste europeu, que tem por epicentro a Ucrânia, deparou-se com uma posição firme da Rússia, decidida a não permitir a continuidade da expansão Ocidental para seus domínios.
Ao mesmo tempo em que defendeu platitudes sobre o multilateralismo e o papel da diplomacia, Obama reiterou a “guerra ao terrorismo”. “Temos que desenvolver uma estratégia que corresponde a esta ameaça difusa; uma estratégia que expande nosso alcance sem enviar forças (...) Precisamos de parceiros para lutar ao nosso lado contra os terroristas (...) Para o futuro próximo”, disse ele, "a ameaça mais direta para a América em casa e no exterior continua a ser o terrorismo”. Tais afirmações embasaram o anúncio de um Fundo de Parcerias Contraterrorismo, de US$ 5 bilhões, para organizar operações em países tidos como “vulneráveis”, como o Iraque, o Líbano e a Turquia, todos os vizinhos da Síria.
Mesmo diante do fracasso da intervenção direta na Síria, Obama reafirmou a estratégia de subverter a ordem interna no país árabe e continuar investindo recursos e instrumentalizando forças para derrocar o presidente Bashar al-Assad.
Não é a primeira vez que Barack Obama faz semelhante discurso sobre política externa, semeando a ilusão de que a paz está pendente da ação do seu governo.
A ofensiva para derrocar o governo sírio; a intervenção militar na Líbia; a estratégia militar voltada para a Ásia; o novo papel da Otan; a posição militarista na Península Coreana; as ameaças de desestabilização da Venezuela; a interferência direta na crise ucraniana, fomentando um golpe de Estado e instrumentalizando forças fascistas, em atos de provocação aberta contra a Rússia, demonstram o quanto são falsas as promessas multilateralistas e pacifistas dos Estados Unidos.
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, anunciou nesta quarta-feira (28) o que a publicidade da Casa Branca apresentou como as “novas linhas” da política externa dos Estados Unidos.
Simbolicamente, o pronunciamento foi feito durante a formatura dos cadetes da Academia Militar de West Point, mesmo cenário em que 12 anos atrás o ex-presidente George W. Bush proclamou a política externa belicista que tantos danos provocou à paz mundial e à segurança internacional. Em jogada de sentido eleitoral, Obama tentou encenar que fazia o oposto.
Foi mais uma tentativa de apresentar sua visão sobre o papel dos Estados Unidos no mundo, num quadro em que externamente crescem a resistência anti-imperialista dos povos e a oposição de forças emergentes que não toleram o exercício da hegemonia estadunidense. No plano interno, Obama defronta-se com uma oposição das forças mais reacionárias, representadas pelo Partido Republicano, que o acusam de fraqueza nas relações com países rivais, como a Rússia. Sintomaticamente, o chefe da Casa Branca disse aos cadetes que a nação a que eles estavam sendo chamados para servir procuraria evitar “desventuras militares no exterior”, ao mesmo tempo em que enfrenta um novo conjunto de “ameaças terroristas do Oriente Médio para a África”.
Obama enalteceu o multilateralismo, o papel da ONU, reiterou a retirada de tropas do Iraque e Afeganistão e chegou mesmo a dizer que “nem todo problema tem solução militar”. E comemorou a “chance real” de chegar a um acordo nuclear com o Irã.
O discurso de Obama não significa propriamente uma mudança na orientação da política externa, mas uma adaptação a uma realidade em que a política intervencionista e militarista não só é contestada, como sofre derrotas. Seu ponto de partida e essência é a centralidade dos interesses dos Estados Unidos nos assuntos globais, ou seja, a reafirmação da primazia dos Estados Unidos e de sua liderança imperial.
O militarismo e o intervencionismo constituem orientações permanentes da política externa estadunidense, observando-se quando muito uma mudança de ênfase em função de circunstâncias muito peculiares. O fato é que as guerras da chamada era Bush desgastaram ainda mais as posições norte-americanas no mundo e acrescentarem elementos de decadência e crise.
Até o ano passado, o governo de Obama se preparou ativamente para intervir militarmente na Síria, mas foi obrigado a recuar. A tenaz resistência popular e nacional, o repúdio internacional, a posição da Rússia e da China contrária à intervenção e a evidência de que os Estados Unidos e seus aliados se enfileiravam ao lado dos mesmos terroristas que diziam combater, levaram-no a recuar. Na atual crise no Leste europeu, que tem por epicentro a Ucrânia, deparou-se com uma posição firme da Rússia, decidida a não permitir a continuidade da expansão Ocidental para seus domínios.
Ao mesmo tempo em que defendeu platitudes sobre o multilateralismo e o papel da diplomacia, Obama reiterou a “guerra ao terrorismo”. “Temos que desenvolver uma estratégia que corresponde a esta ameaça difusa; uma estratégia que expande nosso alcance sem enviar forças (...) Precisamos de parceiros para lutar ao nosso lado contra os terroristas (...) Para o futuro próximo”, disse ele, "a ameaça mais direta para a América em casa e no exterior continua a ser o terrorismo”. Tais afirmações embasaram o anúncio de um Fundo de Parcerias Contraterrorismo, de US$ 5 bilhões, para organizar operações em países tidos como “vulneráveis”, como o Iraque, o Líbano e a Turquia, todos os vizinhos da Síria.
Mesmo diante do fracasso da intervenção direta na Síria, Obama reafirmou a estratégia de subverter a ordem interna no país árabe e continuar investindo recursos e instrumentalizando forças para derrocar o presidente Bashar al-Assad.
Não é a primeira vez que Barack Obama faz semelhante discurso sobre política externa, semeando a ilusão de que a paz está pendente da ação do seu governo.
A ofensiva para derrocar o governo sírio; a intervenção militar na Líbia; a estratégia militar voltada para a Ásia; o novo papel da Otan; a posição militarista na Península Coreana; as ameaças de desestabilização da Venezuela; a interferência direta na crise ucraniana, fomentando um golpe de Estado e instrumentalizando forças fascistas, em atos de provocação aberta contra a Rússia, demonstram o quanto são falsas as promessas multilateralistas e pacifistas dos Estados Unidos.
Como uma praga devastadora a belicosiddade imperialista estadunidense pratica a mais cínica política de guerras de rapinagem e saques.
ResponderExcluirEssa doutrina Obama seria uma resposta a uma pretensa diminuição do poder relativo Estadunidense no mundo. Em um momento em que intervenções militares diretas diminuíram, sob o governo Obama.
ResponderExcluirContudo as intervenções indiretas, via operações secretas aumentaram exponencialmente. Só pensar nos Estados Bálticos, na própria Ucrânia, na Venezuela. Entre outros países em que a atuação indireta estadunidense desestabiliza governos eleitos.
Vander Resende (tentei seguir Altamiro Borges no Facebook, mas não foi possível).
recomendo o link
ResponderExcluirhttp://contrapontopig.blogspot.com.br/2014/05/conraponto-13926-obama-aperfeicoa.html