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O grande fato político da semana passada, marcada por greves, manifestações, novas arbitrariedades contra os condenados na Ação Penal 470 e a intensificação das articulações de apoios partidários para o pleito presidencial, foi, sem sombra de dúvida, a presença da presidenta Dilma Rousseff no 17º Congresso Nacional da União da Juventude Socialista, no último sábado (24).
Dilma teve uma acolhida calorosa e correspondeu com uma participação vibrante no ato político sugestivamente denominado “Amar e Mudar as Coisas para o Brasil Avançar”, durante o qual a principal organização juvenil de massas do país proclamou apoio à sua candidatura à reeleição, com uma plataforma de reivindicações e lutas correspondentes às aspirações mais sentidas da juventude brasileira.
O apoio da UJS a Dilma foi uma decisão do 17º Congresso da entidade coerente com a trajetória que percorre desde o governo Lula, que abriu nova etapa política, compreendida pelos jovens socialistas como a superação de um ciclo histórico de desigualdade e injustiça. O congresso “Amar e Mudar as Coisas” concluiu que nos últimos 12 anos o Brasil tem vivido grandes avanços, especialmente para a juventude, com a implementação de políticas educacionais inovadoras e inclusivas, que propiciaram o ingresso de milhões de brasileiros à universidade. Destacam-se entre essas políticas o Prouni, o Reuni, a reserva de vagas, a ampliação dos IFETS, o Pronatec e a aprovação da lei que destina os royalties do petróleo para o ensino público. A UJS comemorou também a aprovação do Estatuto da Juventude e as políticas de cultura, de esporte e de direitos humanos.
“A UJS estará ao seu lado nos 27 estados do país. Aqui temos uma militância guerreira, incansável, que defenderá o nosso projeto nas ruas. Sempre que houver uma bandeira da UJS, ali estará um jovem abnegado, dedicado à luta por esse Brasil que estamos construindo juntos. Por isso, para enfrentar os poderosos, os interesses das elites financeiras, o oligopólio da mídia, as forças que impedem o avanço do Brasil, eu quero dizer: Conte conosco, presidenta! A nossa juventude está presente! A nossa juventude não falha!”, acentuou o presidente da entidade, André Tokarski, cujo mandato se encerrava naquele congresso.
Mais do que a emoção do momento, as palavras do líder da UJS introduziam um fator novo na luta política e eleitoral – a mobilização de setores organizados, politizados, representativos de contingentes numerosos, portadores de uma mensagem clara, intérpretes de densas reivindicações. Um evidente desmentido de que a partir das manifestações de junho do ano passado, as organizações de massas politizadas perderam espaço e razão de ser.
O congresso “Amar e Mudar as Coisas” teve significado político e incide no cenário eleitoral na medida em que foi mais um momento em que a presidenta Dilma Rousseff mantém a ofensiva que retomou a partir da celebração do 1º de Maio. Dilma sinalizou para os jovens socialistas uma das prioridades da sua campanha à reeleição – a Reforma Política. A mandatária mostrou-se convicta de que para isso é indispensável a participação popular.
Numa demonstração de que está preparada para o embate político, Dilma não poupou seus adversários, ao dizer que “mesmo aqueles que já nasceram velhos”, vão se dizer empenhados de corpo e alma na luta dos jovens por um espaço no presente e um lugar no futuro. “Mas é sempre bom perguntar onde esses se encontravam todos esses anos, quando nós começamos a mudar o Brasil, trabalhando ao lado daqueles que vinham sendo abandonados há tanto tempo?”, questionou Dilma Rousseff, para demonstrar que o seu governo e o do ex-presidente Lula priorizaram a educação no processo de desenvolvimento do país, com todos os programas sociais e políticas públicas ligados ao setor.
Desenvolta num ambiente de luta e espírito patriótico, Dilma defendeu a realização da Copa do Mundo no Brasil, respondendo àqueles que usam a fama adquirida nos campos de futebol para fazer propaganda negativa contra o país: “Não temos do que nos envergonhar e não temos complexo de vira-lata. Sei que vocês estão engajados na defesa da nossa Copa. Vamos mostrar a melhor Copa de todos os tempos".
A participação da presidenta Dilma no Congresso da UJS é uma indicação importante sobre como encarar o sentimento de mudança detectado nas sondagens de opinião pública, mal interpretado por analistas que consideram esse sentimento como algo contrário à reeleição, quando o justo enfoque é considerar que o que se quer é uma continuidade com mudança ou uma mudança com continuidade, como assinalou João Santana, coordenador de comunicação da campanha de Dilma, durante encontro nacional de comunicação do PCdoB, realizado no sábado (24).
O encontro de Dilma Rousseff com a juventude é carregado do simbolismo e da emoção característicos de uma campanha eleitoral e da luta política das forças progressistas, cujas armas são o futuro e a esperança, com foco em bandeiras caras para a sociedade como a realização das reformas estruturais democráticas, destacadamente a reforma política.
Nada como ver gente jovem disposta a realizar seus sonhos e se engajar hoje, para amanhã assumir os destinos desse grande país! Brava gente brasileira! Parabéns Presidenta por esse banho de juventude que demonstra!
ResponderExcluirSobre o comentário de Dilma “mesmo aqueles que já nasceram velhos”, vão se dizer empenhados de corpo e alma na luta dos jovens por um espaço no presente e um lugar no futuro. “Mas é sempre bom perguntar onde esses se encontravam todos esses anos, quando nós começamos a mudar o Brasil, trabalhando ao lado daqueles que vinham sendo abandonados há tanto tempo?”.
ResponderExcluirMas antes quero dar uma sugestão ao administrador deste Blog, o Senhor Altamiro Borges.
A dinâmica da mídia digital exige velocidade para que tenha um efeito mais eficaz, o que percebo na velocidade de publicações de novas postagens e ou matérias jornalísticas aqui. Porém não é o que se aplica para os comentários aprovados. Isto tem que mudar porque senão a dinâmica acima mencionada não se completa. Pois, isto faz parte do jogo, onde principalmente as críticas merecem análises maiores do autor, orador e leitores do que os apoios naturalmente por simpatia e partidarismos, às vezes cegos.
Do parágrafo a que me referi da fala de Dilma Roussef é necessária profunda análise e revisão, pois tudo que sai de sua boca atinge milhões.
Compara onde estava a maioria dos brasileiros enquanto uma endinheirada classe alta e média beneficiada por estudos em universidades, artes, culturas e línguas locais e estrangeiras, e, escolas socialistas clandestinas que só se encontravam nos grandes centros da época, anos 60 e 70, quando adquiriram conhecimentos sócio-políticos e se ingressaram nas lutas também a mãos-armadas, porém poéticas apesar de seus efeitos trágicos de torturas, mortes e desaparecimento de corpos.
Hoje posso falar como milhões de brasileiros, porque na época que estes jovens cultos travavam esta batalha político-filosófica. Como o Lula um dia, antes do que eu, travava a luta por sobrevivência nos rincões do Brasil onde recebíamos a formação cultural em colégios que seguiam o regime político destes tempos, por programas de rádio como a voz do Brasil e como alguém disse um dia, por programas de televisão das televisinhas que única ou no máximo exibiam o conteúdo de duas redes de Tv´s, mais jornais e revistas, todos apoiadores do governo. Uma verdadeira lavagem cerebral.
Lula ainda há tempo saiu do sertão do nordeste de extrema pobreza, e foi para São Paulo em Busca de uma sobrevivência digna. Com o diploma de primário concluído debaixo do braço adquiriu conhecimentos políticos empiricamente e lutou inteligentemente por seus direitos e de todos os trabalhadores brasileiros.
Começando como líder sindicalista, após a CONCLAT (Conferência das Classes Trabalhadoras), criou junto a outros colegas ligados aos movimentos sindicalistas, a CUT. Depois aliou a outros dirigentes sindicais e intelectuais de esquerda ligados a Teologia da Libertação da igreja católica e junto com dentre outros, os políticos Plínio Arruda Sampaio, Rui Falcão, Zé Dirceu, José Genoino para criarem o PT.
Eu como parte ofendida pelo discurso equivocado de Dilma a que me refiro aqui, talvez escrito por algum assessor.
Carregava também desde jovem, que há tempos fui, por falta de opção, grão em grão de areia para a construção de um país melhor.
Inclusive, hoje, já um tanto mais esclarecido, porém com um tanto mais a aprender. Votando na esquerda por acreditar que viria uma mudança profunda no modo de se governar este país.
Perguntem a ele, Lula, qual contribuição daria para a evolução de nosso país caso tivesse permanecido nos rincões do sertão do nordeste até hoje. Senão a de lutar pela própria sobrevivência e ao máximo carregar de grão em grão, areia para a construção deste país para melhor.
Estaria a Presidente Dilma perguntando ao seu próprio eleitorado: "O que vocês eleitores dos petistas e esquerdistas estavam fazendo enquanto lutávamos para construir um país melhor?".
Convenhamos! Lula jamais diria isto, porque veio de lá, donde farinha e rapadura um dia foi mais importante para sua vida e de sua família do que geopolítica, neoliberalismo, comunismo, capitalismo, sindicalismo, direita, esquerda e etc.
Atenciosamente,
José da Mota.