Por Altamiro Borges
O deputado federal Marco Feliciano (PSC-SP) já foi alvo de vários pedidos de abertura de processo por quebra de decoro parlamentar em função dos seus discursos racistas, homofóbicos e de estímulo ao ódio. Mas sempre foi poupado por seus pares no Congresso Nacional. Agora, porém, ele poderá ser punido pelo seu próprio círculo religioso. A Convenção Fraternal das Assembleias de Deus do Estado de São Paulo, que reúne oito mil pastores do Ministério do Belém, não gostou nada da sua recente entrevista à revista Playboy e acionou o seu conselho de ética. O resultado da investigação poderá ser a perda do título de pastor do polêmico deputado.
Na entrevista, publicada em abril, Marco Feliciano revelou ter usado cocaína durante a adolescência e disse que sonha em ser presidente da República. Além disso, ele fez comentários sobre sexo anal. “Com certeza, tem homens que têm tara por ânus. Eu não entendo muito dessa área porque nunca fiz, graças a Deus, e espero nunca fazer, porque parece que quem faz não volta mais”. Para a Convenção Fraternal das Assembleias de Deus, a revista Playboy “não é uma leitura recomendada aos fieis” e a entrevista feriu as rígidas normas do grupo. As punições previstas pelo conselho de ética variam da cassação do título de pastor, advertência ou descredenciamento pastoral de Marco Feliciano.
Diante do risco da punição, o jornalista Leonardo Sakamoto imediatamente manifestou a sua “total e irrestrita solidariedade” – lógico que em tom irônico. “Se os ‘homens de bem’ calarem o Pastor Feliciano, os ‘pervertidos’ estarão com ele”, afirmou. Ele ainda ressaltou que se o deputado “precisar de um advogado ou advogada com experiência na defesa de direitos fundamentais para combater essa injustiça, posso indicar uma série de organizações que lutam pelos direitos de mulheres, gays, lésbicas, transexuais, travestis, negros, quilombolas, indígenas, pessoas com deficiência, pessoas com HIV, crianças e adolescentes, entre outras, que teriam prazer em defendê-lo. Apesar de tudo”.
Acrescento mais uma sugestão ao texto de “solidariedade” do blogueiro Leonardo Sakamoto. Caso se concretize a risível punição, o deputado-pastor Marco Feliciano deveria se rebelar de vez contra o conservadorismo. Que tal posar na revista Playboy? O Alexandre Garcia, quando era porta-voz do ditador João Batista Figueiredo, não vacilou em tomar essa atitude ousada. O general não gostou, mas ele conseguiu uma boquinha na TV Globo! Talvez uma atitude como esta até renda alguns votinhos em 2014 e reforce o seu sonho da Presidência da República.
*****
Leia também:
- Feliciano e o preconceito religioso
- Feliciano defende Rachel Sheherazade
- Tucano se divorcia de Feliciano
- "Insustentável". Feliciano vai cair?
- Marina Silva defende Feliciano
- Feliciano resistirá às pressões?
O deputado federal Marco Feliciano (PSC-SP) já foi alvo de vários pedidos de abertura de processo por quebra de decoro parlamentar em função dos seus discursos racistas, homofóbicos e de estímulo ao ódio. Mas sempre foi poupado por seus pares no Congresso Nacional. Agora, porém, ele poderá ser punido pelo seu próprio círculo religioso. A Convenção Fraternal das Assembleias de Deus do Estado de São Paulo, que reúne oito mil pastores do Ministério do Belém, não gostou nada da sua recente entrevista à revista Playboy e acionou o seu conselho de ética. O resultado da investigação poderá ser a perda do título de pastor do polêmico deputado.
Na entrevista, publicada em abril, Marco Feliciano revelou ter usado cocaína durante a adolescência e disse que sonha em ser presidente da República. Além disso, ele fez comentários sobre sexo anal. “Com certeza, tem homens que têm tara por ânus. Eu não entendo muito dessa área porque nunca fiz, graças a Deus, e espero nunca fazer, porque parece que quem faz não volta mais”. Para a Convenção Fraternal das Assembleias de Deus, a revista Playboy “não é uma leitura recomendada aos fieis” e a entrevista feriu as rígidas normas do grupo. As punições previstas pelo conselho de ética variam da cassação do título de pastor, advertência ou descredenciamento pastoral de Marco Feliciano.
Diante do risco da punição, o jornalista Leonardo Sakamoto imediatamente manifestou a sua “total e irrestrita solidariedade” – lógico que em tom irônico. “Se os ‘homens de bem’ calarem o Pastor Feliciano, os ‘pervertidos’ estarão com ele”, afirmou. Ele ainda ressaltou que se o deputado “precisar de um advogado ou advogada com experiência na defesa de direitos fundamentais para combater essa injustiça, posso indicar uma série de organizações que lutam pelos direitos de mulheres, gays, lésbicas, transexuais, travestis, negros, quilombolas, indígenas, pessoas com deficiência, pessoas com HIV, crianças e adolescentes, entre outras, que teriam prazer em defendê-lo. Apesar de tudo”.
Acrescento mais uma sugestão ao texto de “solidariedade” do blogueiro Leonardo Sakamoto. Caso se concretize a risível punição, o deputado-pastor Marco Feliciano deveria se rebelar de vez contra o conservadorismo. Que tal posar na revista Playboy? O Alexandre Garcia, quando era porta-voz do ditador João Batista Figueiredo, não vacilou em tomar essa atitude ousada. O general não gostou, mas ele conseguiu uma boquinha na TV Globo! Talvez uma atitude como esta até renda alguns votinhos em 2014 e reforce o seu sonho da Presidência da República.
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