Escrevo enquanto a família se prepara para levar para o hospital minha filha Victoria, de 15 anos, portadora de paralisia cerebral, quem, de terça para quarta-feira, sofreu uma reviravolta em seu estado de saúde, com febre alta, problemas respiratórios e convulsões.
Aproxima-se a madrugada de quinta-feira. Enquanto, no quarto ao lado, o ritual pré-internação se desenrola, chega ao meu e-mail mensagem de Miruna Genoino, filha do ex-deputado José Genoino, agora preso de novo na penitenciária da Papuda por decisão do presidente do STF, Joaquim Barbosa.
Diz Miruna que seu pai, em poucos dias de prisão, volta a correr risco de sofrer um novo derrame cerebral; o índice de coagulação do sangue, que deveria estar em torno de 5, caiu para 1,6.
Impressiona seu relato sobre as regras de segurança na Papuda, que dizem dar “tratamento privilegiado” para os condenados do mensalão. Até as cartas da filha de Genoino e os desenhos do neto dele têm que ser “analisados” por seus carcereiros.
A mim, parece ridículo. Independentemente de ser regra ou não, enxergo nisso a burrice do nosso sistema carcerário.
Está certo, vão me dizer que milhares de presidiários brasileiros passam por problemas iguais ou piores, sendo que muitos já cumpriram pena e continuam presos, sendo que outros definham sem nem mesmo atendimento médico adequado.
Tampouco adianta dizer que Genoino está preso injustamente; condenado oficialmente, não há o que dizer para quem só é capaz de analisar as coisas por esse viés.
Apenas digo, a quem ler estas linhas, que, enquanto este pai pede aos amigos que torçam pela sua filha, aquela filha, desesperada, pede pelo pai. Não pede nada racional. Não há o que se possa fazer por ela ou por seu pai.
Apenas posso dizer que o que peço para a minha filha - a torcida dos amigos - é o mesmo que Miruna pede para o pai. Assim sendo, tudo que posso fazer é pedir que dividam com Genoino a torcida que estou pedindo para a minha Victoria.
Peço desculpas por não poder oferecer nada a mais hoje no Blog, por razões óbvias.
Reproduzo, abaixo, a mensagem de Miruna Genoino.
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NÃO POSSO CONTINUAR CALADA!
E preciso de sua ajuda para que escutem a minha voz
Meu pai sofreu uma isquemia cerebral transitória (ou o conhecido AVC) em agosto, quando se recuperava da cirurgia do coração e desde então vem sendo tratado com alimentação rigidamente controlada e medicação.
Meu pai precisa ter sempre o índice de coagulação entre 2 e 3.
Quando foi levado para o presídio a primeira vez, saiu de lá com o índice de coagulação em 5,6. Quase com hemorragia.
Agora foi mandado novamente para a prisão e obteve nessa semana um resultado GRAVE e PREOCUPANTE: 1,06. Alto risco de um novo AVC.
Hoje, na visita, depois de serem revistados de cima para baixo, depois da enorme fila, tensão e ansiedade, minha mãe e meus irmãos não puderam entregar as cartas que eu escrevo diariamente para meu pai. “Temos que ler”. Livros, nenhum. “Só religiosos”. Hoje, não puderam nem mesmo entregar alimentos PRESCRITOS pelo médico e pela nutricionista. Hoje, o desenho que meu filho fez para o avô só entrou depois que foi esquadrinhado e muito bem explicado. “Ele é meu sobrinho. (e é o quê dele?) É o neto. (e o que é isso?). É um desenho. Um avião”.
Por que estão fazendo isso com meu pai? Ele não vai mais se candidatar a nada, saiu da vida política, já foi condenado, já mancharam a sua história política, por que isso também? Por que a sua vida, a sua saúde?
Eu não quero um herói, não quero um mártir, nem um símbolo. Eu quero meu pai vivo. Eu quero ter um pai, quero que meus filhos tenham o avô. E quero sobreviver a tudo isso de alguma forma, ainda sem saber ao certo como.
Miruna Genoino
A dor sem fim 1! (de II)
ResponderExcluirEstimados Senhor Eduardo Guimarães e Senhora Miruna Genoino partilho da dor de ambos, com diferenças e me explico, logo após dizer que também solidarizo avós, pais e filhos que viram seus entes queridos correndo risco de morte ou partindo desta vida, ou em casos, muitos deles massacrados por guerras embasadas em fundamentos cruéis como foi no caso do holocausto, da rebelião na Síria, Afeganistão, Palestina e etc.
Voltando às dores, de minha seguinte história doída, explico as diferenças:
Era uma vez uma menina de nove anos que se chamava Maria Clara e se destacava na escola, adorava artes, caseiras. Desenhava, escrevia estórias ilustradas com seus desenhos, dedilhava violão ganho da Tia Martha e fez aulas deste instrumento. Em plena saúde e explodindo de energia e alegria.
Mas em um domingo, e aqui há semelhança com o que o Sr. Guimarães e família passam, com minha torcida para que tudo ocorra bem. Diferentemente do caso da Senhora Miruna Genoino, em semelhança, mas que também torço por um final feliz e vou detalhá-lo em busca de uma solução com um apelo verossímil. Porém, depois que concluir a história de minha amada sobrinha, que cresceu próxima de mim e sempre me recebeu com abraços e sorrisos carinhosos. Existem os tios avós, irmãos dos avós, neste considero-me um avô tio, porque a Kaká como carinhosamente é chamada, é filha do meu irmão caçula, temporão, bem mais moço do que eu e a maioria dos irmãos. Chego aqui à semelhança com o Senhor Eduardo Guimarães, e, torço do fundo do coração que só fique nela.
Neste certo domingo, dito acima, em setembro caso não me confundo porque a dor é tamanha que nem me esforço para buscar tal lembrança.
A Kaká estava estudando em seu apartamento com o auxílio de sua avó e o atrapalho de seu irmão caçula, o carismático Mateus, de 3 ou 4 anos na época.
Kaká estudava em seu quarto, fazia um trabalho de português para entregá-lo na segunda-feira, era manhã quase hora do almoço. Ia e vinha de 5 em 5 minutos para pedir auxílio de sua avó, minha mãe. Queria saber onde faltava uma vírgula, punha um ponto, mudava de parágrafo, usava uma letra maiúscula em um nome próprio que havia esquecido e ou no início de alguma frase, e, etc.
Neste vai e vem da Kaká, um tanto elétrica e aflita porque era preocupada com a qualidade de seus estudos, por conta própria, de repente há uma demora um tanto acima do normal. E minha mãe ouviu um estranho barulho, de quem caía no chão. Correu para o quarto da neta, juntamente com o espirituoso Mateus, e, encontram a Kaká, caída ao chão. No corre-corre entre hospital, coma induzido e coma natura, CTI isolada, visitas de parentes, amigos, espíritas, padres, pastores, médicos, enfermeiros, aparelhos para respiração artificial, controle de batimento cardíaco e temperatura, investigação da causa do acidente; virose ou outra causa. Passaram se quatro dias que pareceu uma eternidade, envelhecemos, eu e toda a minha família, no mínimo mentalmente além de algum tanto fisicamente, uns quarenta anos. Porque naquele quarto dia, Kaká nos deixou nesta vida, para sempre. Engasgo neste momento, pois evito ao máximo falar sobre este assunto e jamais havia escrito uma linha sequer sobre esta tristeza profunda que me acomete. Ela, minha sobrinha, tinha aneurisma cerebral congênito e não sabíamos, é raro e a medicina ainda não tem o hábito, ou, tecnologia, suficientes para diagnosticá-lo a tempo. Quando... Não quero entrar em detalhes.
Fica neste aqui, estimado Senhor Eduardo Guimarães, minha sincera solidariedade e toda a torcida para que o senhor e sua família voltem para casa com os corações aliviados e em paz.
Para a Senhora Miruna Genoino explico a diferença e clamo aos internautas por solidariedade, em uma corrente baseada na história, nos fatos e contra o que vem sendo literalmente uma sentença e ou pena, de morte. Logo mais em meu segundo comentário, no: “A dor sem fim II!” (de II.)
Talvez leve um tempo a mais ou nem consiga, porque preciso respirar fundo, desengasgar a dor para quem sabe a emoção permitir.
José da Mota.
A dor sem fim 2! (de II). Apêlo aos internautas para salvarem a vida daqueles que lutaram para salvar milhões delas por fome e miséria neste país, pátria amada, Brasil!
ResponderExcluirEstimada Senhora Miruna Genoino como descrito em meu primeiro comentário sob o título: A dor sem fim 1! (de II), venho modestamente é claro, convocar todos os internautas brasileiros a fazerem uma campanha de solidariedade em prol da vida e contra a displicência da maior corte de nosso judiciário, o STF. Em relação a não uma, mas duas sentenças, ou, penas, de morte. De dois inocentes e provo verossimilmente depois que explicar como devem fazer este movimento político apartidário pela vida. Criando, quem domina esta ferramenta, uma #hashtags, Como por exemplo, a seguinte sugestão: #Diga não para a pena de morte de José Genuíno e Zé Dirceu, mas caso tenham um idéia melhor é sempre bem vinda.
Indo para o verossímil como prometido no primeiro comentário e também neste, desta história da pena de morte de dois inocentes, apesar de se tratar de um tema mais do que claro. Que os dois homens citados, são inocentes, para as sentenças de morte para as quais estão sendo submetidos. Pois estes dois réus já foram julgados e condenados a regime semi-aberto. E por que então inocentes? Lembrem-se, digo que, perante a lei, o são para a pena de morte. Mas não estão cumprindo o regime semi-aberto? Um sim, que por direito jurídico não mais deveria, e outro não, está em regime fechado. Veja a seguir como e por quê?
No caso de José Genuíno, com problemas gravíssimos de saúde que o levam ao risco de morte a qualquer momento, sendo que; a constituição brasileira lhe dá o direito de cumprir a pena domiciliar. Do contrario o STF estaria literalmente condenando-o à pena de morte. Sentença que não existe no Código Penal Brasileiro.
Como também a tortura psicológica à qual estão submetendo o Zé Dirceu ao mantê-lo em regime fechado, arrisca matá-lo, como a qualquer outro cidadão. O que seria uma outra pena de morte atribuída à Suprema Corte deste país, o STF. Querem os Senhores Ministros do Supremo Tribunal Federal sujarem suas mãos de sangue? Claro que não!
Por isto acima dito é que é importante mobilizarmos nossa nação urgentemente contra três equívocos que, os atuais, Ministros da Suprema Corte podem cometer por se tratar de um processo julgado, e não despertarem em si a devida atenção.
Sendo eles, os três equívocos: A pena de morte propriamente dita, a morte anunciada de José Genuíno caso não tenha o direito de cumprir pena domiciliar concedido, para se tratar. E a arriscada morte de Zé Dirceu sob uma incessante tortura, a pior e mais letal delas, a psicológica, por não ter o direito de cumprir a pena em regime semi-aberto cumprido, por ele, o STF, que assim o julgou e ilogicamente vem displicentemente descumprindo o próprio veredicto.
Não vou entrar nos méritos e deméritos políticos dos dois homens aqui defendidos, porque independente do que você pensa sobre o que é fato ou boato, o importante é que: Esta campanha visa salvar vidas e evitarmos que o terrorismo midiático implante a pena de morte em nossa pátria. O grande objetivo é lutar por justiça, vida, transformando este país para melhor, e vivermos em paz!
Auxiliem a Senhora Miruna Genoino a ter o direito de tratar da saúde de seu pai José Genuíno, com dignidade. E a família de José Dirceu não viver na apreensão, angustia e ansiedade por sua arriscada morte pela incessante tortura psicológica que sofre.
José da Mota.