Por Dandara Lima, no site da União da Juventude Socialista (UJS):
Na manhã da sexta-feira (23) começaram as mesas de debate do 17º Congresso da UJS “Amar e Mudar as Coisas”. Sérgio Amadeu, sociólogo, professor da UFACB e ativista do software livre, Altamiro Borges, presidente do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé e Nelson Breve, presidente da EBC, participaram da mesa “Redes e Ruas: As Formas de Participação e Mobilização da Juventude”.
A tenda, composta em sua maioria por secundaristas, discutiu democratização da mídia, monopólios dos meios de comunicação nos estados, mobilização em rede, rádios comunitárias, invisibilidade da juventude nos meios de comunicação, e também, propostas concretas para mobilização política e ganho de espaço nas redes.
Sérgio Amadeu iniciou o debate problematizando os usos das redes. “Não subestimem a tecnologia”.
“As pessoas acreditam que são livres no Facebook, mas é um espaço muito limitado onde você não é dono do conteúdo que produz. Vivemos em um novo estágio do capitalismo onde a moeda de troca é a informação”, afirma Sérgio. De acordo com ele as grandes empresas do mundo informacional pegam nossa vivência na rede e transformam em capital. “Mande agora um e-mail para algum amigo dizendo que você está em Brasília e gostaria de conhecer um restaurante legal. Em breve você receberá vários anúncios de restaurantes da cidade nas suas redes sociais e no seu e-mail”.
Para ele a solução não pode ser extremista como demonizar a tecnologia e desligar o computador, nós temos que avançar no debate e incentivar o desenvolvimento e a propagação de redes livres. “Se a direita pode ocupar esses espaços, nós devemos ocupar”, finalizou.
“Se perdermos a disputa nas redes, vamos perder nas ruas”
Altamiro Borges ressaltou a importância da juventude e dos movimentos de esquerda ocuparem as redes com conteúdo próprio e questionarem o modelo atual de comunicação.
De acordo com ele a juventude sempre foi muito participativa e combativa, mesmo antes das redes. As redes são mais um instrumento de discussão e organização da juventude. “A internet cresceu muito no Brasil, apesar do Paulo Bernardo. Mas é um meio, um meio que está em disputa”.
“Se perdermos a disputa nas redes, vamos perder nas ruas. Temos que produzir muito conteúdo, nos tornarmos intelectuais orgânicos das redes sociais”. A internet permite o contraponto aos meios concentrados, ao que ele chama de partido da mídia.
Ele lembrou as revoltas recentes que balançaram o mundo, mas que não conseguiram construir uma alternativa de poder, como a Primavera Árabe e os Indignados da Espanha. Aqui as Jornadas de Junho a Agosto mostraram que o Brasil quer mais, e para isso a juventude precisa participar da guerrilha da informação.
“Para o partido da mídia vocês são invisíveis, mas se ocuparem uma rua vão dizer que vocês estão atrapalhando o trânsito, independente da reivindicação. Mas se o movimento crescer, vão tentar disputar a direção, como aconteceu em Junho. A direita não tem capacidade sozinha para mobilizar, então ela usa as redes para criar climas”, declarou.
A grande mídia nega nossa história
Nelson Breve falou sobre a importância da luta da democratização da mídia e lembrou que os grandes veículos de comunicação são concessões públicas. “É um serviço público que precisa de regulamentação sim”.
Os jovens presentes no debate propuseram uma agenda de mobilização da juventude na questão de redes e ruas e a organização desse tipo de debate em todos os estados do país. Eles declararam que a grande mídia nega a nossa história, nega Osvaldão, Zumbi. Amarildo, Cláudia, e a juventude quer conhecer a sua história e ter voz, mostrar que não é despolitizada, ao contrário do que acredita o senso comum.
Eles também lembraram que a pauta política nas redes também é luta de classes, e brincaram “todo mundo tem um coxinha de estimação em debates no Facebook”.
Na manhã da sexta-feira (23) começaram as mesas de debate do 17º Congresso da UJS “Amar e Mudar as Coisas”. Sérgio Amadeu, sociólogo, professor da UFACB e ativista do software livre, Altamiro Borges, presidente do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé e Nelson Breve, presidente da EBC, participaram da mesa “Redes e Ruas: As Formas de Participação e Mobilização da Juventude”.
A tenda, composta em sua maioria por secundaristas, discutiu democratização da mídia, monopólios dos meios de comunicação nos estados, mobilização em rede, rádios comunitárias, invisibilidade da juventude nos meios de comunicação, e também, propostas concretas para mobilização política e ganho de espaço nas redes.
Sérgio Amadeu iniciou o debate problematizando os usos das redes. “Não subestimem a tecnologia”.
“As pessoas acreditam que são livres no Facebook, mas é um espaço muito limitado onde você não é dono do conteúdo que produz. Vivemos em um novo estágio do capitalismo onde a moeda de troca é a informação”, afirma Sérgio. De acordo com ele as grandes empresas do mundo informacional pegam nossa vivência na rede e transformam em capital. “Mande agora um e-mail para algum amigo dizendo que você está em Brasília e gostaria de conhecer um restaurante legal. Em breve você receberá vários anúncios de restaurantes da cidade nas suas redes sociais e no seu e-mail”.
Para ele a solução não pode ser extremista como demonizar a tecnologia e desligar o computador, nós temos que avançar no debate e incentivar o desenvolvimento e a propagação de redes livres. “Se a direita pode ocupar esses espaços, nós devemos ocupar”, finalizou.
“Se perdermos a disputa nas redes, vamos perder nas ruas”
Altamiro Borges ressaltou a importância da juventude e dos movimentos de esquerda ocuparem as redes com conteúdo próprio e questionarem o modelo atual de comunicação.
De acordo com ele a juventude sempre foi muito participativa e combativa, mesmo antes das redes. As redes são mais um instrumento de discussão e organização da juventude. “A internet cresceu muito no Brasil, apesar do Paulo Bernardo. Mas é um meio, um meio que está em disputa”.
“Se perdermos a disputa nas redes, vamos perder nas ruas. Temos que produzir muito conteúdo, nos tornarmos intelectuais orgânicos das redes sociais”. A internet permite o contraponto aos meios concentrados, ao que ele chama de partido da mídia.
Ele lembrou as revoltas recentes que balançaram o mundo, mas que não conseguiram construir uma alternativa de poder, como a Primavera Árabe e os Indignados da Espanha. Aqui as Jornadas de Junho a Agosto mostraram que o Brasil quer mais, e para isso a juventude precisa participar da guerrilha da informação.
“Para o partido da mídia vocês são invisíveis, mas se ocuparem uma rua vão dizer que vocês estão atrapalhando o trânsito, independente da reivindicação. Mas se o movimento crescer, vão tentar disputar a direção, como aconteceu em Junho. A direita não tem capacidade sozinha para mobilizar, então ela usa as redes para criar climas”, declarou.
A grande mídia nega nossa história
Nelson Breve falou sobre a importância da luta da democratização da mídia e lembrou que os grandes veículos de comunicação são concessões públicas. “É um serviço público que precisa de regulamentação sim”.
Os jovens presentes no debate propuseram uma agenda de mobilização da juventude na questão de redes e ruas e a organização desse tipo de debate em todos os estados do país. Eles declararam que a grande mídia nega a nossa história, nega Osvaldão, Zumbi. Amarildo, Cláudia, e a juventude quer conhecer a sua história e ter voz, mostrar que não é despolitizada, ao contrário do que acredita o senso comum.
Eles também lembraram que a pauta política nas redes também é luta de classes, e brincaram “todo mundo tem um coxinha de estimação em debates no Facebook”.
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