quinta-feira, 8 de maio de 2014

Sheherazade é, sim, sócia da barbárie

Por Renato Rovai, em seu blog:

Valmir Dias Barbosa foi detido no bairro Morrinhos, a mesma região onde Fabiane Maria de Jesus foi brutalmente espancada até a morte, no Guarujá, litoral de São Paulo. Ela foi vítima de uma brutalidade insana. E ele em boa medida vítima do ódio distribuído em pílulas diariamente pela mídia tradicional por pessoas como a apresentadora Rachel Sheherazade, que ainda é âncora do Jornal do SBT e que estava de namoro com a Band para ir ganhar 350 mil reais por mês para voltar a incentivar a violência numa outra concessão pública.
Valmir foi reconhecido após as imagens do linchamento terem sido entregues à polícia. Outras duas pessoas foram levadas à delegacia. Segundo o delegado responsável pelo caso, elas testemunharam os fatos, conheciam a vítima e o homem que foi preso.Em sua defesa, Valmir alegou que tem filhos e que participou da ação por acreditar que as acusações à vítima, de que sequestrava crianças para rituais de magia negra, eram verdadeiras. “Aconteceu e aconteceu. Não posso fazer mais nada”, teria dito.

Valmir é o principal suspeito do crime, já que teria sido ele quem acertou a cabeça de Fabiane com um pedaço de madeira. “Dá a impressão que aquilo piorou a situação dela, o que contribuiu e reforçou que seja ele o principal autor desse homicídio”, afirmou o delegado à imprensa local.
Segundo o delegado, outras cinco pessoas aparecem em algumas imagens e a polícia depende da identificação e do endereço desses suspeitos para encontrá-los. Fabiane foi vítima dessas pessoas.

Mas os autores são vítimas, em boa medida, repito, da disseminação do ódio praticado por comunicadores como Sheherazade, que ganha dinheiro clamando por justiceiros. E não por justiça. E que vai continuar fazendo isso enquanto nossa mídia for esse mar de lama atual. E vai continuar fazendo pose por aí, enquanto Valmir vai apodrecer numa cadeia pelo ato bárbaro que cometeu e seus filhos vão ficar desprotegidos. E enquanto Fabiane está morta. É por isso que lutar contra insanidades que Sheherazade vocifera não é censura. É lutar pelos direitos humanos. E impedir a barbárie.

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