sexta-feira, 23 de maio de 2014

Um "mensaleiro" no palanque de Aécio

Por Altamiro Borges

O ex-governador de Minas Gerais e ex-presidente nacional do PSDB, Eduardo Azeredo, disse nesta quinta-feira (22) que participará da campanha de Aécio Neves, o cambaleante presidenciável tucano. Considerado o pai do chamado esquema do "mensalão", responsável pelos primeiros contratos com a agência de publicidade de Marcos Valério, ele garantiu que "vou ajudar na campanha no que for preciso, porque não me sinto impedido para isso". De fato, o Supremo Tribunal Federal (STF) deixou o tucano livre e solto - enquanto mantêm presos ilegalmente, em regime fechado, o ex-ministro José Dirceu e o ex-deputado José Genoíno, entre outros acusados do "mensalão petista".

A mídia tucana, que evita fazer escarcéu sobre o ex-deputado do PSDB, parece que não gostou da sua declaração atrevida. Segundo a Folha, ela pode atrapalhar os planos de Aécio Neves. "Aliados do presidenciável preferem que Azeredo fique afastado dos holofotes", registrou o jornal. As fotos de Eduardo Azeredo nos palanques com Aécio Neves e Pimenta da Veiga - candidato tucano ao governo de Minas Gerais e também envolvido no esquema do "mensalão" - poderiam melar o falso discurso "ético", udenista, da oposição de direita. Segundo a Folha, a sua presença seria constrangedora:  


"Aliados de Aécio Neves afirmam que, apesar de Azeredo ter a solidariedade do partido, acham que ele próprio decidirá 'se preservar' de aparições ao lado do presidenciável. Questionado sobre uma eventual participação de Azeredo em sua campanha, Aécio Neves disse, lacônico: 'Da forma que ele achar adequada'. Interlocutores de Aécio dizem ainda que Azeredo se 'ressente pessoalmente' de notícias que o vinculam ao mensalão tucano e que, como o caso é mencionado sempre que está ao lado do senador, acabaria se convencendo de que é mais prudente manter-se afastado dos holofotes".

Eduardo Azeredo renunciou o mandato de deputado federal em fevereiro passado, após o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pedir a sua condenação a 22 anos de prisão pelo envolvimento no "mensalão tucano" - que a mídia amiga insiste em chamar de "mensalão mineiro". O STF, sempre tão seletivo em seus julgamentos, remeteu o processo do ex-presidente do PSDB à primeira instância, o que pode levar à prescrição da pena. Neste sentido, ele acerta ao dizer que não se sente "impedido" de subir ao palanque de Aécio e Pimenta da Veiga. Vamos ver se terá coragem!

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Um comentário:

  1. Certamente ele ajudara a fazer caixa para a campanha. Sua especialidade.

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