Por Rodrigo Vianna, no blog Escrevinhador:
A pesquisa eleitoral sobre a eleição para governador (e também para presidente) no Rio de Janeiro, divulgada pelo jornal “O Dia”, mostra um quadro curioso – de muita pulverização e incerteza.
Garotinho (PR) e Crivela (PRB) seguem na frente – empatados, com 19% cada um. Pezão (PMDB) e Lindberg (PT) disputam a terceira colocação, com 11,7% e 10,5% dos votos, respectivamente. Cesar Maia (DEM) com 7% e Miro Teixeira (PROS) com 3% estão mais atrás.
No entanto, quem acompanha de perto as articulações de campanha no Rio, nessa frase pré-eleitoral, diz que os candidatos mais competitivos não são os dois que hoje lideram. Mas o terceiro e o quarto colocados.
Pezão tem a máquina do PMDB, tem o apoio de prefeitos por todo o interior do Rio (com exceção do norte fluminense, onde Garotinho mantem sua base eleitoral, em Campos). Há quem diga que até lideranças do PT no interior do Rio poderiam fechar com Pezão – e não com o candidato petista.
Lindberg, por sua vez, construiu uma candidatura que pode ter a cara do PT de outros tempos – com forte apoio entre setores médios da zona sul. Qual o sinal mais evidente disso? O apoio de Gabeira a Lindberg. O petista pode ter uma coalizão reunindo PT-PCdoB-PDT e setores do PV. Além disso, é uma candidatura que tem uma cara de zona sul, mas um pé fincado na Baixada Fluminense, onde Lindberg foi prefeito.
Não seria de se estranhar que, ao fim do primeiro turno, Pezão e Lindberg ficassem com as duas primeiras colocações. Um é do interior, com jeito de matuto. Outro foi carapintada, e tem fama de galã. Vão fazer a disputa final? Falta combinar com Garotinho e Crivella… Contra os dois que hoje lideram, pesam altos índices de rejeição.
Mas há outros fatores a considerar… Primeiro: podem ocorrer desistências ainda. Cesar Maia estaria disposto a manter sua candidatura até o fim, só para oferecer palanque a Aécio no Rio? Ou poderia fechar aliança com Pezão – a depender das alianças e conversas com o PMDB fluminense?
Pezão é herdeiro (?) político de Sergio Cabral, e diz que para presidente apóia Dilma (no Rio ela está em primeiro lugar, com 33%). Mas, espertamente, permite que o PMDB do Rio faça um pacto com Aécio (que alcança 16% no estado, segundo a pesquisa). Já há uma chapa circulando pelo Rio: “Aezão” (mistura de Aécio e Pezão).
Dilma terá que fazer malabarismos no Rio. Não pode (e talvez nem queira) fazer campanha ostensiva para Lindberg, para não criar rusgas com PR, PRB e PMDB – que são da base de apoio do governo no Congresso. O diálogo com Pezão é fundamental para Dilma. Do contrário, o peemedebista pode se bandear oficialmente para o lado de Aécio, construindo um palanque forte para o tucano no Rio.
No plano nacional, chama atenção também que Pastor Everaldo (PSC) tenha 6% dos votos no Rio, empatado com Eduardo Campos (PSB), que tem 7%. O Rio se consolida como um estado de forte apelo evangélico. Garotinho e Crivella são fortes para a disputa estadual. E um pastor – quase desconhecido – está em terceiro na disputa presidencial.
Randolfe do PSOL amarga apenas 1%.
Por fim: como vai votar a classe média “indignada”? Pelo visto, no PSOL é que não vai ser. Se conheço bem a zona sul do Rio, é capaz desse voto se dividir: para presidente, Eduardo/Aécio, para governador Lindeberg/Cesar Maia.
Poderíamos ter, assim, duas chapas mistas: “Aezão” (ajudando Aécio a se popularizar em grotões do estado) e “Linduardo” – oferecendo uma alternativa para a classe média que torce o nariz para o PT nacional, mas até engole Lindberg. Classe média que – ressalte-se – faz muito barulho, veste a fantasia de Batman, tem espaços em “O Globo”. Mas não ganha eleição.
Lindberg pode colher alguma vantagem se trouxer para o lado petista fatias dessa classe média. Sozinha não ganha eleição. Mas somada ao voto da Baixada, pode levar o petista (que hoje está em terceiro ou quarto) ao segundo turno.
Por último uma observação de cautela: a pesquisa publicada em “O Dia” foi encomendada pelo PMDB de Pezão. O que isso quer dizer? Deixo aos internautas as conclusões…
A pesquisa pode ter “forçado a mão”? Pezão pode estar ainda abaixo de 10%, com menos intenções de voto do que indica o levantamento GPP? Ok. Mas o fato é que, pela máquina e pela pulverização das candidaturas, ele tem boa chance de ir sim ao segundo turno.
A pesquisa eleitoral sobre a eleição para governador (e também para presidente) no Rio de Janeiro, divulgada pelo jornal “O Dia”, mostra um quadro curioso – de muita pulverização e incerteza.
Garotinho (PR) e Crivela (PRB) seguem na frente – empatados, com 19% cada um. Pezão (PMDB) e Lindberg (PT) disputam a terceira colocação, com 11,7% e 10,5% dos votos, respectivamente. Cesar Maia (DEM) com 7% e Miro Teixeira (PROS) com 3% estão mais atrás.
No entanto, quem acompanha de perto as articulações de campanha no Rio, nessa frase pré-eleitoral, diz que os candidatos mais competitivos não são os dois que hoje lideram. Mas o terceiro e o quarto colocados.
Pezão tem a máquina do PMDB, tem o apoio de prefeitos por todo o interior do Rio (com exceção do norte fluminense, onde Garotinho mantem sua base eleitoral, em Campos). Há quem diga que até lideranças do PT no interior do Rio poderiam fechar com Pezão – e não com o candidato petista.
Lindberg, por sua vez, construiu uma candidatura que pode ter a cara do PT de outros tempos – com forte apoio entre setores médios da zona sul. Qual o sinal mais evidente disso? O apoio de Gabeira a Lindberg. O petista pode ter uma coalizão reunindo PT-PCdoB-PDT e setores do PV. Além disso, é uma candidatura que tem uma cara de zona sul, mas um pé fincado na Baixada Fluminense, onde Lindberg foi prefeito.
Não seria de se estranhar que, ao fim do primeiro turno, Pezão e Lindberg ficassem com as duas primeiras colocações. Um é do interior, com jeito de matuto. Outro foi carapintada, e tem fama de galã. Vão fazer a disputa final? Falta combinar com Garotinho e Crivella… Contra os dois que hoje lideram, pesam altos índices de rejeição.
Mas há outros fatores a considerar… Primeiro: podem ocorrer desistências ainda. Cesar Maia estaria disposto a manter sua candidatura até o fim, só para oferecer palanque a Aécio no Rio? Ou poderia fechar aliança com Pezão – a depender das alianças e conversas com o PMDB fluminense?
Pezão é herdeiro (?) político de Sergio Cabral, e diz que para presidente apóia Dilma (no Rio ela está em primeiro lugar, com 33%). Mas, espertamente, permite que o PMDB do Rio faça um pacto com Aécio (que alcança 16% no estado, segundo a pesquisa). Já há uma chapa circulando pelo Rio: “Aezão” (mistura de Aécio e Pezão).
Dilma terá que fazer malabarismos no Rio. Não pode (e talvez nem queira) fazer campanha ostensiva para Lindberg, para não criar rusgas com PR, PRB e PMDB – que são da base de apoio do governo no Congresso. O diálogo com Pezão é fundamental para Dilma. Do contrário, o peemedebista pode se bandear oficialmente para o lado de Aécio, construindo um palanque forte para o tucano no Rio.
No plano nacional, chama atenção também que Pastor Everaldo (PSC) tenha 6% dos votos no Rio, empatado com Eduardo Campos (PSB), que tem 7%. O Rio se consolida como um estado de forte apelo evangélico. Garotinho e Crivella são fortes para a disputa estadual. E um pastor – quase desconhecido – está em terceiro na disputa presidencial.
Randolfe do PSOL amarga apenas 1%.
Por fim: como vai votar a classe média “indignada”? Pelo visto, no PSOL é que não vai ser. Se conheço bem a zona sul do Rio, é capaz desse voto se dividir: para presidente, Eduardo/Aécio, para governador Lindeberg/Cesar Maia.
Poderíamos ter, assim, duas chapas mistas: “Aezão” (ajudando Aécio a se popularizar em grotões do estado) e “Linduardo” – oferecendo uma alternativa para a classe média que torce o nariz para o PT nacional, mas até engole Lindberg. Classe média que – ressalte-se – faz muito barulho, veste a fantasia de Batman, tem espaços em “O Globo”. Mas não ganha eleição.
Lindberg pode colher alguma vantagem se trouxer para o lado petista fatias dessa classe média. Sozinha não ganha eleição. Mas somada ao voto da Baixada, pode levar o petista (que hoje está em terceiro ou quarto) ao segundo turno.
Por último uma observação de cautela: a pesquisa publicada em “O Dia” foi encomendada pelo PMDB de Pezão. O que isso quer dizer? Deixo aos internautas as conclusões…
A pesquisa pode ter “forçado a mão”? Pezão pode estar ainda abaixo de 10%, com menos intenções de voto do que indica o levantamento GPP? Ok. Mas o fato é que, pela máquina e pela pulverização das candidaturas, ele tem boa chance de ir sim ao segundo turno.
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