Por Mauro Santayana, em seu blog:
Em um momento em que os Estados Unidos tentam, inutilmente, isolar a Rússia, atacando-a com sanções, e enfraquecer a unidade dos BRICS, Putin viajou a Pequim e fecha o que pode ser chamado de o maior acordo comercial da história: o fornecimento, pelos russos, de 400 bilhões de dólares em gás, à China, pelos próximos 30 anos.
Aturdidos, “analistas” e observadores “ocidentais” estão fazendo força, nos diários econômicos internacionais, para ressaltar o caráter comercial do acordo. Esquecem-se, ou fingem esquecer-se, por conveniência, que tudo, ou quase tudo, que a Rússia e a China fazem, neste novo século, têm, em seu âmago, forte conotação geopolítica.
A decadência econômica da União Européia, hoje, um projeto fracassado, que os alemães relutam em continuar bancando; a vassalagem européia, do ponto de vista político e militar, aos interesses norte-americanos a que cada vez mais europeus se opõem; a desorientação estratégica dos EUA, em um mundo em que sua hegemonia se esfarela a cada dia, e suas aventuras perigosas e mal sucedidas em lugares como a Síria e a Ucrânia.
São estes os fatores que estão por trás da assinatura do Negócio da China e que atraem Pequim e Moscou como gigantescos imãs, para um novo projeto euro-asiático que pode mudar o mundo.
Nessa aliança, o gasoduto previsto no contrato – classificado, ontem, por Vladimir Putin, como a maior obra do mundo nos próximos quatro anos – é apenas o primeiro passo para a ocupação e o desenvolvimento da vasta fronteira que se estende entre os dois países, e o imenso território da Mongólia, nação que também se beneficiará com o acordo.
Junto com a Ferrovia Transiberiana, e a Transmongólica, que liga São Petersburgo a Pequim, e as novas obras que estão sendo construídas para a interligação terrestre dos dois países, no que já se está chamando de Nova Rota da Seda, o gasoduto unirá, como gigantesca ponte, os países da CEI – Comunidade dos Estados Independentes, que estão ligados a Moscou pelo passado comum soviético, e os países da OCX – Organização de Cooperação de Xangai, que, junto com a China, já representam o maior mercado do mundo.
Para se desenvolver, o projeto euro-asiático, ao qual poderá se unir, também, depois, a Índia, contará, no coração do maior continente do planeta, com dezenas de milhões de quilômetros quadrados de área e bilhões de habitantes, unindo a maior potência energética do século XXI ao maior consumidor de energia da nossa época.
Historicamente estendida entre o Leste e o Oeste, a Rússia, traz, em seu brasão, uma águia bicéfala dourada sobre campo vermelho.
A partir de agora, uma cabeça vigiará, permanentemente, o Ocidente, enquanto a outra trabalhará, junto com o Urso Chinês, na epopéia da construção da Nova Eurásia, nas vastas estepes do oriente.
Em um momento em que os Estados Unidos tentam, inutilmente, isolar a Rússia, atacando-a com sanções, e enfraquecer a unidade dos BRICS, Putin viajou a Pequim e fecha o que pode ser chamado de o maior acordo comercial da história: o fornecimento, pelos russos, de 400 bilhões de dólares em gás, à China, pelos próximos 30 anos.
Aturdidos, “analistas” e observadores “ocidentais” estão fazendo força, nos diários econômicos internacionais, para ressaltar o caráter comercial do acordo. Esquecem-se, ou fingem esquecer-se, por conveniência, que tudo, ou quase tudo, que a Rússia e a China fazem, neste novo século, têm, em seu âmago, forte conotação geopolítica.
A decadência econômica da União Européia, hoje, um projeto fracassado, que os alemães relutam em continuar bancando; a vassalagem européia, do ponto de vista político e militar, aos interesses norte-americanos a que cada vez mais europeus se opõem; a desorientação estratégica dos EUA, em um mundo em que sua hegemonia se esfarela a cada dia, e suas aventuras perigosas e mal sucedidas em lugares como a Síria e a Ucrânia.
São estes os fatores que estão por trás da assinatura do Negócio da China e que atraem Pequim e Moscou como gigantescos imãs, para um novo projeto euro-asiático que pode mudar o mundo.
Nessa aliança, o gasoduto previsto no contrato – classificado, ontem, por Vladimir Putin, como a maior obra do mundo nos próximos quatro anos – é apenas o primeiro passo para a ocupação e o desenvolvimento da vasta fronteira que se estende entre os dois países, e o imenso território da Mongólia, nação que também se beneficiará com o acordo.
Junto com a Ferrovia Transiberiana, e a Transmongólica, que liga São Petersburgo a Pequim, e as novas obras que estão sendo construídas para a interligação terrestre dos dois países, no que já se está chamando de Nova Rota da Seda, o gasoduto unirá, como gigantesca ponte, os países da CEI – Comunidade dos Estados Independentes, que estão ligados a Moscou pelo passado comum soviético, e os países da OCX – Organização de Cooperação de Xangai, que, junto com a China, já representam o maior mercado do mundo.
Para se desenvolver, o projeto euro-asiático, ao qual poderá se unir, também, depois, a Índia, contará, no coração do maior continente do planeta, com dezenas de milhões de quilômetros quadrados de área e bilhões de habitantes, unindo a maior potência energética do século XXI ao maior consumidor de energia da nossa época.
Historicamente estendida entre o Leste e o Oeste, a Rússia, traz, em seu brasão, uma águia bicéfala dourada sobre campo vermelho.
A partir de agora, uma cabeça vigiará, permanentemente, o Ocidente, enquanto a outra trabalhará, junto com o Urso Chinês, na epopéia da construção da Nova Eurásia, nas vastas estepes do oriente.
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