Numa ofensiva militar que surpreendeu o império e sua mídia, na semana passada o grupo intitulado Estado Islâmico do Iraque e do Levante (EIIL) ocupou em poucos dias a cidade de Mossul, a segunda maior do Iraque, e várias outras regiões ao norte e oeste do país. A iniciativa confirma o total desastre da invasão estadunidense em 2003. Na época, amparado pela mídia imperial, George Bush justificou o genocídio com base em mentiras - de que o Iraque possuía armas químicas e bacteriológicas, de que Saddam Hussein era aliado da Al Qaeda e outras patifarias. Também garantiu que a invasão traria paz e prosperidade ao país. Foi a guerra do sangue pelo petróleo, que só devastou a sofrida nação.
Segundo editorial da Folha deste sábado (14), a vitoriosa ofensiva do EIIL "acelera a fragmentação territorial do Iraque e aproxima o país de mais um banho de sangue fratricida. Evidenciam-se, assim, os limites da ocupação unilateral promovida pelos EUA e que, em nove anos, foi incapaz de aplacar as tensões sectárias do Iraque". Na sua visão colonizada, o jornal fala dos "limites da ocupação", mas não condena os verdadeiros objetivos imperialistas dos EUA, que nunca tiveram o intento de "aplacar as tensões sectárias" - mas sim o de controlar o país, riquíssimo em petróleo, inclusive apostando na sua divisão territorial.
O saldo desta agressão imperialista, defendida pela mídia imperial e suas sucursais rastaqueras pelo mundo afora, é a destruição completa do país. Centenas de milhares de iraquianos já morreram nesta guerra de ocupação - além de 4 mil soldados estadunidenses lançados como bucha de canhão. Em 2011, o presidente Barack Obama determinou a retirada das tropas ianques. Lá permaneceram os tais "conselheiros militares" e as poderosas corporações de petróleo e de armamento dos EUA. Até hoje, apenas o jornal The New York Times fez uma autocrítica sobre o seu apoio à agressão. O restante da mídia privada, inclusive do Brasil, permanece com suas mãos sujas de sangue!
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