Antes de começar acho importante esclarecer que não sou uma grande conhecedora de futebol. Tenho um time por questões diplomáticas (para o caso de alguém perguntar, eu tenha o que responder), e não acompanho os jogos e campeonatos, mas acho o nome da Libertadores da América sensacional.
Porém, a Copa do Mundo é diferente. O único campeonato que sempre acompanhei, de leve, mas sempre. Desde 1994, quando o Brasil venceu a Itália nos Estados Unidos e conquistou o quarto título mundial. A Copa é o momento que minha família se reúne pra ver um jogo de futebol, comer nossas comidas típicas e tomar cerveja, chimarrão ou vinho. Durante a Copa o Brasil festeja, os bares estão lotados de torcedores apaixonados que param tudo para ver uma cobrança de pênalti, e vibram como loucos no momento do gol.
As ruas se pintam de verde e amarelo e as crianças brincam de ser os grandes craques em qualquer campo de terra Brasil afora. A rixa clássica com a Argentina ganha força e a simpatia por diversas outras seleções também. O fato é que Copa do Mundo é sempre uma festa.
Agora, por que quando realizamos este grande evento na nossa casa haveria de ser diferente? Nossa Copa já começou, com todas nossas belezas e mazelas, que existem independente deste ou de qualquer outro megaevento. O debate de atrasos e incapacidade administrativa já foi vencido. Estamos realizando uma Copa do Mundo depois de mais de sessenta anos. É a oportunidade de mostrar um novo Brasil, que já não se ajoelha mais ao Imperialismo e não se deixa ser refém da União Europeia. Somos uma potência que negocia com outros países emergentes da América Latina, Ásia, África e Oriente Médio. É nossa oportunidade de mostrar isso ao mundo, esse novo país que nos tornamos.
Tenho visto em São Paulo a receptividade do povo brasileiro aos turistas. Do povo mesmo, gente trabalhadora que vai e volta do trabalho de metrô, não fala nenhum outro idioma além do português e ainda sim está puxando conversa com os gringos. Tive a sorte de ver o ônibus da seleção brasileira passando e sentir a energia contagiante das pessoas na rua que correram para fotografar (porque hoje smartphone é um objeto popular), e gritar "vai, Brasil".
Os brasileiros mostram porque nosso país é querido no mundo todo. Somos receptivos, carismáticos, empolgados, amistosos e carinhosos com quem vem de fora. As torcidas andam pelas ruas com as camisetas de seus países e são bem recebidas. Vi outro dia umas pessoas pedirem um "selfie" com a torcida da Holanda, sem entender patavinas do idioma alheio. Nesse clima de festa, o idioma predominante é a harmonia e a boa convivência entre os povos, que com certeza serão a marca desta Copa no Brasil.
Entramos em campo depois de vencer muitos obstáculos e o pessimismo de quem torce contra. Com muito esforço acabamos de vencer a Croácia em um jogo bonito. Será uma grande Copa do Mundo, para lembrarmos de quando o povo brasileiro acreditou no Brasil e mostrou ao mundo que hoje somos um país desenvolvido, com cultura rica, tecnologia avançada e o mais importante de tudo: um povo que sonha, acredita e luta. Vai Brasil, essa Copa é nossa! A vitória nós já temos, agora é preciso conquistar o hexa.
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