terça-feira, 10 de junho de 2014

Crise concentra capital e renda

Por Umberto Martins, no site da CTB:

O sistema capitalista internacional ainda não logrou superar a crise iniciada no final de 2007 nos Estados Unidos, mas enquanto a classe trabalhadora amarga o desemprego em massa, a redução dos salários e corte dos direitos, em geral as grandes empresas e os ricaços do mundo estão se dando muito bem. Neste caso, as dificuldades econômicas são mais uma oportunidade de centralização e concentração do capital e da renda.

De acordo com levantamento realizado pelo Boston Consulting Group (BCG), o grupo de famílias milionárias cresceu significativamente no mundo durante o ano passado, sendo hoje estimado em 16,3 milhões de famílias, bem acima dos 13,7 milhões do ano passado. Os Estados Unidos possuem o maior número de famílias endinheiradas (7,1 milhões), com patrimônio superior a US$ 1 milhão, sendo seguido pela China, que ultrapassou o Japão e conta com 2,4 milhões famílias neste ranking.

A riqueza financeira privada cresceu 14,6% em 2013, o que é atribuído por muitos analistas à alta das bolsas de valores. Nos Estados Unidos, onde a riqueza privada ficou em US$ 46 trilhões (mais de três vezes o valor do PIB e o dobro da China, que ocupa o segundo lugar com US$ 22 trilhões), a política monetária expansionista do Federal Reserve (FED) contribuiu para encher o bolso dos mais ricos. O Japão ficou em terceiro lugar, com US$ 15 trilhões.

O crescimento da riqueza dessas famílias durante o período de crise, ou seja desde 2008 foi de extraordinários 65%, perfazendo US$ 60 trilhões, de forma que agora elas constituem 1,1% do total de famílias que habitam nosso planeta (bem acima do percentual registrado em 2007: 0,7%). Os cem maiores bilionários também aumentaram sua fortuna em US$ 200 bilhões de dólares ao longo do ano passado.

Multinacionais
A centralização e concentração do capital também avançaram, especialmente através dos processos de fusões e aquisições e algumas grandes empresas experimentaram um crescimento estupendo dos lucros e do capital. É o caso da Apple, no ramo da informática, que no final de 2007 contava com uma capitalização em bolsa equivalente a 118.920 milhões de euros e hoje é a maior companhia cotada em bolsa, com 370 bilhões de euros, segundo dados do Bloomberg, citados em reportagem do jornal espanho “El país”.

O terceiro lugar na lista do Boomberg é ocupado pela Google, com uma capitalização em bolsa de 259.761 milhões de euros. A empresa, conhecida por seu motor de busca na internet, comprou em meados de abril a empresa de fabricação de drones Titan Aerospace. O ramo farmacêutico também tem se destacado no processo de centralização de capital, cabendo aqui destacar o propósito da Pfizer de comprar AstraZena, o que resultaria num gigante farmacêutico com uma capitalização de 218.272 milhões de dólares.

O ranking das 200 maiores empresas do mundo, promovido pela revista Forbes. que inclui companhias não cotadas em bolsa, revela a formidável ascensão da China, que tem nada menos que cinco empresas (50%) entre as 10 primeiras da lista, a maioria do ramo financeiro. O banco chinês ICBC lidera a classificação da revista, outro banco do país, China Constrution Bank, ocupa o segundo lugar. A petroleira Petro China e o Bank Of China também aparecem nos primeiros postos.

A crise vem sendo usada como pretexto pelos capitalistas para retirar direitos e reduzir a participação da classe trabalhadora na renda que eles próprios produzem e da qual acabam alienados em função da forma com que o capital organiza e dirige o processo de produção e distribuição da riqueza.

A centralização e concentração do capital também avançaram, especialmente através dos processos de fusões e aquisições e algumas grandes empresas experimentaram um crescimento estupendo dos lucros e do capital. É o caso da Apple, no ramo da informática, que no final de 2007 contava com uma capitalização em bolsa equivalente a 118.920 milhões de euros e hoje é a maior companhia cotada em bolsa, com 370 bilhões de euros, segundo dados do Bloomberg, citados em reportagem do jornal espanho “El país”.

O terceiro lugar na lista do Boomberg é ocupado pela Google, com uma capitalização em bolsa de 259.761 milhões de euros. A empresa, conhecida por seu motor de busca na internet, comprou em meados de abril a empresa de fabricação de drones Titan Aerospace. O ramo farmacêutico também tem se destacado no processo de centralização de capital, cabendo aqui destacar o propósito da Pfizer de comprar AstraZena, o que resultaria num gigante farmacêutico com uma capitalização de 218.272 milhões de dólares.

O ranking das 200 maiores empresas do mundo, promovido pela revista Forbes. que inclui companhias não cotadas em bolsa, revela a formidável ascensão da China, que tem nada menos que cinco empresas (50%) entre as 10 primeiras da lista, a maioria do ramo financeiro. O banco chinês ICBC lidera a classificação da revista, outro banco do país, China Constrution Bank, ocupa o segundo lugar. A petroleira Petro China e o Bank Of China também aparecem nos primeiros postos.

A crise vem sendo usada como pretexto pelos capitalistas para retirar direitos e reduzir a participação da classe trabalhadora na renda que eles próprios produzem e da qual acabam alienados em função da forma com que o capital organiza e dirige o processo de produção e distribuição da riqueza.

Na Europa, transformada desde 2011 no epicentro da crise, a troika (FMI, BCE e UE) impõe uma política que reduz salários, corta benefícios, precariza os serviços públicos, dificulta o acesso e diminui o valor das aposentadorias, privatiza e desmantela o chamado Estado de Bem Estar Social. Também no Brasil, em que pesem as diferenças políticas, é notória a pressão por mais cortes nos gastos públicos, fim da política de valorização do salário mínimo e precarização das relações trabalhistas, como sugere o forte lobby patronal pela aprovação do PL 4330, que escancara a terceirização.

Concentração da renda

O resultado desta reprodução ampliada (e perversa) do capital em posse dos mais afortunados é maior concentração de renda na sociedade, o que por sua vez funciona como um alimento para a crise, uma vez que deprime o consumo e a demanda das massas, provocando estagnação do comércio e queda da produção.

Como já apontava Karl Marx a evolução do capitalismo conduz à crescente polarização social, com concentração de riqueza num extremo e da miséria no outro. Esta é a regra, que conheceu uma breve exceção nos chamados anos dourados do capitalismo (décadas de 1950 e 1960), mas voltou a se impor com a emergência e hegemonia da ideologia e das políticas neoliberais no último quartel do século 20. Hoje, a ordem do dia na Europa e em quase todo o mundo, é destruir sem piedade o chamado Estado de Bem Estar Social e reduzir por todos os meios o custo da força de trabalho para elevar as taxas de mais valia e os lucros dos capitalistas.

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