sexta-feira, 20 de junho de 2014

Empregos na Copa e o silêncio da mídia

Por Altamiro Borges

O presidente do Instituto Brasileiro de Turismo (Embratur), Vicente Neto, concedeu nesta quinta-feira (19) uma entrevista sobre os impactos da Copa do Mundo no Brasil. Entre outras informações, ele afirmou que o megaevento gerou cerca de um milhão de empregos somente no setor de turismo. A mídia tucana, com seu complexo de vira-latas e sua visão neoliberal de negação do Estado, não deu qualquer destaque para a entrevista. Até a Agência Brasil, que é pública, menosprezou o tema, talvez contaminada pelo pessimismo reinante na chamada grande imprensa. Reproduzo abaixo trechos da entrevista, publicada no Portal da Copa, e retorno na sequência.

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Presidente da Embratur: “Copa gerou mais de 15% dos 4,8 milhões de empregos criados no governo Dilma”
Qual a estimativa do total de empregos gerados pela Copa no setor do turismo?
O total geral de novos postos de trabalho com a Copa chega perto de 1 milhão. Desse total, 710 mil são empregos fixos e outros 200 mil são postos temporários. Diretamente na cadeia do turismo, foram injetados 50 mil trabalhadores. Isso significa que a Copa do Mundo representa mais de 15% da geração dos empregos ao longo do governo da Presidenta Dilma Rousseff.

De que maneira grandes eventos como a Copa podem impulsionar o setor de turismo no Brasil?
A Copa do Mundo põe o setor de turismo num novo patamar. Só com este evento estamos criando cerca de 1 milhão de postos de trabalho diretos, fora os indiretos. Adicione a isso os cerca de R$ 30 bilhões que, segundo pesquisa da FIPE, serão injetados em nossa economia. Apenas no setor de turismo estimamos movimentar R$ 6,7 bilhões, com gastos dos 3,7 milhões de turistas nacionais e estrangeiros que irão circular pelo país durante o evento. É importante ressaltar que esses novos empregos são, em grande parte, de maior qualificação profissional. Isso porque estamos seguindo a determinação da presidenta Dilma de implementar o Pronatec Turismo, uma vertente do Pronatec, o maior programa de formação de mão de obra técnica da história do Brasil.

Quais são os principais investimentos feitos em qualificação profissional no setor turístico relacionados ao Mundial?
Foram R$ 16,3 milhões no Pronatec Turismo, que treinoumais de 160 mil brasileiros para receber bem os turistas nacionais e de outros países. Somente em cursos de idiomas foram quase 30 mil matrículas. Mas quando eu me refiro à formação de mão de obra, não é só a vinda do Pronatec, não é só curso de línguas. A cadeia inteira está sendo beneficiada. O Sistema S fez cursos para a formação de artesãos, houve cursos em todas as cidades-sede com taxistas, motoristas de ônibus, entre outros.

Que impacto a Copa deverá ter na atração de turistas estrangeiros ao Brasil?
Com a Embratur, realizamos uma ação internacional forte chamada Goal to Brazil. Nós fomos a 14 países e agora estamos colhendo o resultado de nossa circulação da promoção com a vinda de turistas bem informados sobre o país. São cerca de 600 mil turistas de outros países que virão ao Brasil durante a Copa. Nós fizemos, por exemplo, dois eventos promocionais fortes nesse período na Colômbia, que é o quinto comprador de ingressos estrangeiros.


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No jornal O Globo desta sexta-feira (20), a entrevista de Vicente Neto mereceu uma nota de quatro parágrafos. Nenhum dos “calunistas” da famiglia Marinho, sempre tão ágeis em seus comentários, tratou do assunto. Já a Folha tucana deu generosas quatro linhas sobre a geração de um milhão de empregos no setor de turismo. Haja jornalismo de qualidade e imparcial! No mesmo espaço em que enterrou a entrevista do presidente da Embratur, o diário da famiglia Frias aproveitou para fazer mais terrorismo contra o megaevento. Segundo o jornal, a “Cesta da Copa sobe até três vezes mais que a inflação”, com o aumento das passagens aéreas e de outros produtos e serviços nos últimos anos.

“Além da Copa, outro fator que pode ter pesado na alta de preços de passagens e hotéis é a antecipação das férias escolares para junho. Para os analistas, é difícil mensurar qual o peso da Copa na inflação. No caso dos alimentos, por exemplo, a pressão de custos é influenciada por fatores como clima e impostos”, informa o jornal. Mesmo com esta ressalva, a matéria teve o nítido propósito de culpar a Copa pela alta dos preços. Outro destaque na Folha desta sexta-feira na retranca “A Copa como ela é”: “Picanha para o churrasco? Só a da promoção”.

Como se observa, mesmo com o êxito do evento nestes primeiros dias, a mídia tucana não abandona os seus objetivos políticos. Ela está em plena campanha eleitoral!
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