O Ibope divulgou na manhã desta quinta-feira (19) sua nova pesquisa
sobre a eleição presidencial de outubro próximo. O levantamento confirma a
vantagem de Dilma Rousseff, com 39% das intenções de voto; Aécio Neves, o
cambaleante candidato tucano, mantém-se em segundo lugar, com 21%; e o
dissidente Eduardo Campos (PSB) aparece com 10%. Nao há muita diferença da
pesquisa realizada em maio pelo mesmo instituto – todos os candidatos tiveram
variações dentro da margem de erro. Dilma e Campos caíram um ponto, e Aécio
subiu um ponto.
O que chama a atenção na pesquisa é que, pelo cenário atual, estaria
confirmado o segundo turno. A soma de todos os candidatos adversários de Dilma,
incluindo os chamados “nanicos”, atinge 40%. Pela legislação em vigor, vence a
eleição no primeiro quem obtêm, pelo menos, 50% mais um dos votos válidos. O
Ibope também fez a sondagem sobre o segundo turno. No embate mais provável,
entre Dilma e Aécio, a petista venceria com 43% contra 30% do tucano, uma
diferença de 13 pontos. Na pesquisa anterior do Ibope a vantagem era mais
folgada, de 19 pontos.
Outro dado preocupante é sobre o índice de aprovação da gestão de Dilma
Rousseff. Ele caiu cinco pontos, com 31% avaliando o governo como bom ou ótimo.
Para 34%, ele é regular; e para 33%, ele é ruim ou péssimo. Houve queda também
na taxa de confiança na presidenta, que caiu de 48% para 41%. Todos estes dados
sinalizam que as eleições de outubro serão as mais renhidas dos últimos anos. A
velha e a nova oposição, com o apoio da mídia privada, farão de tudo para
vender a imagem de que o país está desgovernado e de que a presidenta é uma
péssima governante.
Já a presidenta Dilma e os
partidos e movimentos sociais que a apoiam terão que sair da defensiva
política. Como ela mesma disse recentemente, não dá mais para levar desaforo
para a casa. Durante muito tempo, a presidenta preferiu passar a imagem de
“gestora” e evitou fazer os necessários enfrentamentos. Agora não dá mais.
É preciso investir na politização da sociedade, mostrando os estragos causados
pelas forças neoliberais durante a gestão de FHC e denunciando as suas “medidas
impopulares”.
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Leia também:
- "Direita militante" vai radicalizar eleição
- Folha bota fé na unidade tucana?
- A carapuça de FHC foi comprada
- FHC é o pior cabo eleitoral do país
- Aécio se despede da Folha. Até breve!
altamiro, segue informaçao:
ResponderExcluirPesquisas para todos os gostos e desgostos
19 de junho de 2014 | 12:34 Autor: Fernando Brito
O “mercado” das pesquisas de mercado, digo, de intenção de voto para presidente perdeu seus últimos resquícios de pudor.
Como nada tem coerência, todo mundo pode comemorar os resultados da Ibope/CNI divulgada hoje.
Dilma, por exemplo, melhora porque piora ou piora porque melhora?
Sua intenção de voto sobe, sua aprovação diminui.
Sua rejeição dá um salto, mas num segundo turno, sua distância para os principais adversários sobre também num pulo.
Sobre Aécio, passa de 9 para 13 pontos e, diante de Eduardo Campos, de 11 para 16%.
E a rejeição de Aécio e de Campos, que pulam, respectivamente, de 18 para 32% e de 13 para 33%!
Em apenas uma semana, desde a marotíssima pesquisa Ibope “encomendada” pela insuspeitíssima “União dos Vereadores de São Paulo”!
Não me consta que algum dos dois tenha atropelado uma criancinha…
O que fica de concreto, para mim, a atribuir-se alguns gramas – poucos, fique claro – de credibilidade aos números.
1) Eduardo Campos vai ser devolvido ao que tem, algo como seis ou sete por cento do eleitorado e Lula está certíssimo em deixar que não se criem obstáculos para que suas perdas fluam para a conta de Dilma.
2) Não há processo de queda configurado em relação a Dilma Rousseff, embora ela não colabore em nada, com seu jeitão mal-humorado, para isso.
3) A polarização só não é mais evidente por conta da fraqueza de Aécio Neves que, não obstante, vai crescer até a faixa dos 30%, no horizonte visível.
4) De novo, teremos um primeiro turno decidido no photochart, por mais ou menos um ou dois por cento dos votos.
5) O “não vai ter copa”, o “caos que não houve” e a vaia VIP, se tiveram algum efeito, foi o de desqualificar a oposição.
Há dois fatores que, ainda, não mostraram seu peso neste processo.
Um é Lula e sua capacidade de comunicação com o povão.
Outro é o declínio do processo de aceleração inflacionária que marcou o final do ano passado e o início de 2014 e que, apesar da mídia, vai começar a ser percebido, embora ao custo de uma perda imensa para a economia brasileira.
Não que isso vá fazer alguma diferença na direita radicalizada e insensível.
Aquela que está no bem-bom da área vip deste país e, não obstante, vaia com toda a ferocidade.