Ilustração: Marcio Baraldi |
Relatório divulgado na semana passada pelo BIS – o banco central dos bancos centrais do planeta – confirmou o que muitos já desconfiavam. Os bancos brasileiros são dos mais lucrativos do mundo, mas prestam serviços de péssima qualidade aos seus clientes. Eles despontam em terceiro lugar no ranking mundial de lucro bancário – abaixo apenas da Rússia e da China, onde imperam regras diferentes no sistema financeiro. Já no quesito eficiência, que inclui os serviços prestados e os custos das operações bancárias, eles estão na liderança mundial, à frente dos EUA, Rússia e Índia.
“Os bancos brasileiros não são tão eficientes e não têm escala adequada para diluir o peso dos custos fixos. Falta compartilhar caixas eletrônicos, serviços comuns de transporte de dinheiro, tecnologia, etc.”, explica Erivelto Martins, especialista da Austin Ratings. Por motivos óbvios, já que representa o interesse dos banqueiros, o BIS não analisou a situação dos bancários. Se este item fosse incluído no ranking, a situação dos bancos nativos – que pagam péssimos salários, demitem em massa e não garantem condições dignas de trabalho – seria ainda mais vexatória!
Apesar desta limitação da pesquisa, bem que o ranking do BIS mereceria algum destaque na mídia. A denúncia, porém, não foi manchete e virou notinha de rodapé nos jornalões. Já na tevê, Carlos Aberto Sardenberg, Miriam Leitão e outros “analistas de mercado” – nome fictício dos porta-vozes dos rentistas – evitaram tratar do assunto. É compreensível. Os bancos garantem fortunas em anúncios publicitários nestes veículos. Além do fator econômico, os barões da mídia hoje estão associados à oligarquia financeira e defendem os seus interesses de classe!
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