Por Renato Rovai, em seu blog:
A Copa que ainda não terminou no imaginário do brasileiro já teve seu fim futebolístico. A campeã Alemanha de repente se tornou símbolo de tudo que dá certo. Não só de um país que jogou por sete jogos o melhor futebol das seleções presentes no evento, mas de organização, de simpatia, de educação, de política. De repente, o #naovaiterCopa e o #imaginanaCopa se tornou algo como #OBrasilprecisaserAlemanha.
A Alemanha é um país repleto de qualidades. Produziu filósofos fantásticos, músicos sofisticados, cientistas brilhantes e já deu uma bela contribuição à história da humanidade. Mas a Alemanha também já produziu Hitler, por conta de um sistema político ultrapassado.E ainda hoje o discurso xenófobo encontra eco bastante razoável no país. Há um livro não tão recente, mas que merecia ser lido por alguns que entraram na onda do precisamos ser Alemanha. Chama-se Cabeça de Turco, de Günter Wallraff.
Berlim de fato é uma das cidades mais pulsantes do mundo e o time alemão não deu show só dentro de campo. Teve atitudes louváveis também fora de campo. Mas os exageros e as generalizações precisam ser debatidas.
A Alemanha foi campeã depois de 24 anos e neste período de escassez disputou um título em casa e também não chegou à final. Nem de finais da Eurocopa ela participou nas últimas edições. O Brasil neste período ganhou os título de 94 e 2002 (contra a Alemanha) e disputou a final de 98, tendo perdido num jogo de time desestabilizado pela crise emocional de Ronaldo. Numa Copa que fez uma campanha muito melhor do que a França antes de chegar à final.
Do ponto de vista político e econômico, nesta última década os avanços brasileiros também não devem nada aos que se realizaram na Alemanha. Lá a situação da maioria do povo era melhor do que hoje há 10, 15 anos. Aqui é ao contrário.
Isso quer dizer que o Brasil é muito melhor do que a Alemanha. Evidente que não. Isso significa que a gente precisa extirpar da alma nacional essa mania de querer achar sempre um lugar para colocar como referência de nossos sonhos.
O Brasil tem imensos problemas, mas é um país que pode construir seu caminho sem importar modelos. Tanto na qualificação da sua democracia, quanto no futebol. Parabéns para a Alemanha pela conquista da Copa, mas a gente vai ter que reencontrar nosso caminho no futebol a partir das nossas características. E nos caminhos da política e do desenvolvimento social a gente não deve nada a eles nos últimos tempos.
A Copa que ainda não terminou no imaginário do brasileiro já teve seu fim futebolístico. A campeã Alemanha de repente se tornou símbolo de tudo que dá certo. Não só de um país que jogou por sete jogos o melhor futebol das seleções presentes no evento, mas de organização, de simpatia, de educação, de política. De repente, o #naovaiterCopa e o #imaginanaCopa se tornou algo como #OBrasilprecisaserAlemanha.
A Alemanha é um país repleto de qualidades. Produziu filósofos fantásticos, músicos sofisticados, cientistas brilhantes e já deu uma bela contribuição à história da humanidade. Mas a Alemanha também já produziu Hitler, por conta de um sistema político ultrapassado.E ainda hoje o discurso xenófobo encontra eco bastante razoável no país. Há um livro não tão recente, mas que merecia ser lido por alguns que entraram na onda do precisamos ser Alemanha. Chama-se Cabeça de Turco, de Günter Wallraff.
Berlim de fato é uma das cidades mais pulsantes do mundo e o time alemão não deu show só dentro de campo. Teve atitudes louváveis também fora de campo. Mas os exageros e as generalizações precisam ser debatidas.
A Alemanha foi campeã depois de 24 anos e neste período de escassez disputou um título em casa e também não chegou à final. Nem de finais da Eurocopa ela participou nas últimas edições. O Brasil neste período ganhou os título de 94 e 2002 (contra a Alemanha) e disputou a final de 98, tendo perdido num jogo de time desestabilizado pela crise emocional de Ronaldo. Numa Copa que fez uma campanha muito melhor do que a França antes de chegar à final.
Do ponto de vista político e econômico, nesta última década os avanços brasileiros também não devem nada aos que se realizaram na Alemanha. Lá a situação da maioria do povo era melhor do que hoje há 10, 15 anos. Aqui é ao contrário.
Isso quer dizer que o Brasil é muito melhor do que a Alemanha. Evidente que não. Isso significa que a gente precisa extirpar da alma nacional essa mania de querer achar sempre um lugar para colocar como referência de nossos sonhos.
O Brasil tem imensos problemas, mas é um país que pode construir seu caminho sem importar modelos. Tanto na qualificação da sua democracia, quanto no futebol. Parabéns para a Alemanha pela conquista da Copa, mas a gente vai ter que reencontrar nosso caminho no futebol a partir das nossas características. E nos caminhos da política e do desenvolvimento social a gente não deve nada a eles nos últimos tempos.
Falta cérebro em nossos representantes e ojeriza ao dinheiro.
ResponderExcluirConcordo com tudo que disse...
ResponderExcluirhttp://papocerteiro.blogspot.com.br/
Boa noite
ResponderExcluirPoderiam citar a fonte desses 10% ? não encontrei esse percentual em nenhum lugar ....
Abs