domingo, 20 de julho de 2014

Embargo ao Estado terrorista de Israel

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Por Altamiro Borges

Em mais um dia de intensos bombardeios, cerca de 60 palestinos foram assassinados neste domingo (20) pela ação terrorista do Estado de Israel. Segundo a agência de notícias Reuters, residentes de um bairro de Gaza "deixaram as ruas do conflito repletas de corpos e destroços, e muitos se abrigaram no hospital de Shifa. Lamentos e perguntas como 'você viu Ahmed' ou 'você viu minha esposa' ecoavam no pátio do hospital. Na parte de dentro, mortos e feridos eram vistos deitados no chão manchado de sangue. O diretor do hospital de Shifa, Naser Tattar, disse que 17 crianças, 14 mulheres e quatro idosos estavam entre os 62 mortos, e cerca de 400 pessoas foram feridas no ataque de Israel".

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, que comanda a ofensiva aérea e terrestre, parece não ter freios nesta ação terrorista, que já causou mais de 400 mortos - a maioria de civis, incluindo mulheres e crianças. Várias governantes já se pronunciaram contra o genocídio, inclusive a presidenta Dilma Rousseff, que condenou a "reação desproporcional" contra o Hamas. Já o primeiro-ministro da Turquia, Racyyp Erdogan, afirmou que Israel já superou a barbárie nazista. Neste domingo, o próprio secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, criticou o “terrível ataque" e apelou para que o exército israelense "faça mais" para poupar a vida dos civis palestinos.

Todos estes apelos, porém, não têm contido a fúria assassina do Estado terrorista de Israel, que conta apenas com o irrestrito apoio do governo dos EUA. Diante deste cenário de barbárie, ganha força um manifesto lançado nesta semana por intelectuais e artistas de diversos países que propõe o imediato embargo militar a Israel como forma de pressionar pelo fim das agressões e da ocupação na Palestina. Segundo o texto, as trocas comerciais e militares com o país bancam as ações do exército israelense. Entre os signatários do manifesto estão seis Prêmios Nobel da Paz. Reproduzo abaixo o documento:

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Israel, mais uma vez desencadeou toda a força de seu exército contra a população palestina em cativeiro, particularmente na sitiada Faixa de Gaza, em um ato desumano e ilegal de agressão militar. O atual ataque israelense em Gaza já matou muitos civis inocentes, causou centenas de feridos e devastou infraestrutura civil, incluindo o setor de saúde, que foi severamente danificado.

A capacidade de Israel para lançar este tipo de ataques devastadores com impunidade deriva em grande parte da vasta cooperação militar internacional e comércio de armas que Israel mantém com governos cúmplices em todo o mundo.

Durante o período de 2008 a 2019, os Estados Unidos pretendem fornecer ajuda militar a Israel no valor de 30 bilhões de dólares, enquanto vendas militares israelenses anuais mundiais chegam a bilhões de dólares. Nos últimos anos, os países europeus têm exportado armas para Israel no valor de bilhões de euros e a União Europeia financiou as empresas militares israelenses e universidades com bolsas de pesquisa militares no valor de bilhões euros.

As economias emergentes, como a Índia, Brasil e Chile, aumentam rapidamente o seu comércio e cooperação militar com Israel, apesar de afirmarem que apoiam os direitos dos palestinos.

Importando e exportando armas para Israel e facilitando o desenvolvimento de tecnologia militar israelenses, governos estão de fato enviando uma mensagem clara de aprovação da agressão militar de Israel, incluindo os seus crimes de guerra e possíveis crimes contra a humanidade.

Israel é um dos principais produtores e exportadores de drones militares do mundo. A tecnologia militar de Israel, desenvolvida para manter décadas de opressão, é comercializado sob a classificação de “testada no campo” e é exportado em todo o mundo.

O comércio militar com Israel e as relações de pesquisa militar conjunta incentivam a impunidade de Israel enquanto comete violações graves do direito internacional e facilitam a consolidação de um sistema israelense de ocupação, colonização e negação sistemática dos direitos dos palestinos.

Apelamos às Nações Unidas e governos de todo o mundo a tomar medidas imediatas para aplicar um abrangente e juridicamente vinculativo embargo militar contra Israel, semelhante a o embargo imposto a África do Sul durante o apartheid.

Governos que expressam sua solidariedade com a população palestina em Gaza, a mais atingida pelo militarismo, as atrocidades e a impunidade de Israel, devem começar a cortar todos os laços militares com Israel. Os palestinos hoje precisam da solidariedade efetiva não caridade.

- Arch Desmond Tutu, Prêmio Nobel da Paz, África do Sul;


- Rigoberta Menchú, Prêmio Nobel da Paz, Guatemala;

- Mairead Maguire, Prêmio Nobel da Paz, Irlanda;

- Adolfo Perez Esquivel, Prêmio Nobel da Paz, Argentina;

- Jody Williams, Prêmio Nobel da Paz, EUA;

- Betty Williams, Prêmio Nobel da Paz, Reino Unido/Irlanda do Norte;

- Roger Waters, músico, Reino Unido;

- Alice Walker, autora, EUA;

- Frei Betto, teólogo da libertação, Brasil;

- Zwelinzima Vavi, secretário-geral da COSATU, África do Sul;

- João Antonio Felicio, presidente da Confederação Sindical Internacional, Brasil;

- Slavoj Zizek, filósofo, Eslovénia;

- Nurit Peled, acadêmico, Israel;

- Gillian Slovo, autor, ex-presidente do PEN (UK), Reino Unido;

- Gita Hariharan, escritora, Índia;

- Federico Mayor Zaragoza, ex-diretor geral da UNESCO, Espanha;

- Chris Hedges, jornalista, Prêmio Pulitzer de 2002, EUA;

- Botas Riley, rapper, poeta, produtor de artes, EUA;

- Noam Chomsky, filósofo, comentador político, EUA;

- Ilan Pappe, historiador, Israel;

- John Dugard, ex-juiz do Tribunal Internacional de Justiça, África do Sul;

- John Pilger, jornalista e cineasta, Austrália;

- Richard Falk, ex-relator especial da ONU sobre os Territórios Palestinos Ocupados, EUA;

- Coodavia Ismail, ex-embaixador da África do Sul de Israel;

- Judith Butler, teórica de gênero, Prêmio Theodor W. Adorno, EUA.

Um comentário:

  1. Israel chamou o Brasil de anão diplomático, mas estes terroristas esquecem de que foi o voto do Brasil que funcionou como voto de minerva para a sua criação. Este foi o maior erro da diplomacia deste país.

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