Por Altamiro Borges
A presidenta Cristina Kirchner anunciou nesta semana a criação de um sistema de medição da audiência das emissoras de televisão na Argentina. O novo índice será feito por uma rede de 11 universidades públicas, batizada de Sifema (Sistema Federal de Medição de Audiência), e os novos dados devem começar a ser publicados já nos próximos 90 dias. Atualmente, apenas a empresa de origem brasileira Ibope – que o blogueiro Paulo Henrique Amorim batizou sarcasticamente de “Globope” –, mede a audiência das TVs na nação vizinha. A criação do Sifema acaba com o monopólio das pesquisas no setor, que sempre beneficiou a mídia monopolizada, e permite democratizar a distribuição da publicidade no país.
Ao justificar a iniciativa, Cristina Kirchner colocou o dedo na ferida. “No ano passado, as empresas privadas gastaram 31 bilhões de pesos (valor próximo a R$ 8 bilhões) em publicidade, que foram parar nos grandes meios concentrados”. Segundo o Ibope, a TV líder em audiência no país é a Telefe, que pertence à multinacional espanhola Telefônica; em segundo lugar surge o Canal Artear, do famigerado Grupo Clarín; em terceiro está a TV Pública. Com a nova medição, a tendência é que ocorram mudanças neste ranking. Segundo Marcelo Escolar, professor da Universidade de San Martin e coordenador do Sifema, o novo sistema irá contemplar o país inteiro – já o Ibope só mede a audiência na Grande Buenos Aires.
Diante da medida governamental, os barões da mídia da Argentina – que, a exemplo dos brasileiros, adoram bravatear sobre livre concorrência – estão histéricos. Com o fim do monopólio do Ibope, eles temem perder publicidade. Em 2013, o governo gastou 1,39 bilhão de pesos (cerca de R$ 376 milhões) em anúncios, mas restringiu o acesso à mídia monopolista. O Grupo Clarín, o mesmo que recentemente foi fatiado em seu império graças à aprovação da “Ley de Medios”, ingressou com ação na Suprema Corte questionando a perda de anúncios oficiais. Agora, com a criação do Sifema, esta e outras corporações midiáticas temem que também seja reduzida a fatia privada da publicidade.
Já as emissoras estatais e comunitárias, que adquiriram maior força com a aprovação da “Ley de Medios”, estão animadas com a criação do novo sistema de mediação da audiência. Elas acusam o Ibope de adotar “critérios ideológicos” para favorecer os grupos privados de mídia na obtenção de publicidade. As TVs públicas da Argentina têm excelente produção de conteúdo, já reconhecida mundialmente e com vários prêmios. É o caso do canal público PakaPaka, que exibe programas dedicados às crianças. Para Facundo Agrelo, coordenador de conteúdo da emissora, “é importante ter um canal para as crianças para ampliar os direitos. Nenhum dos meios privados tem essa missão. A proposta deles é o lucro”.
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Leia também:
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- Falsidades da mídia sobre a Argentina
- Argentina enfrenta ditadura da mídia
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A presidenta Cristina Kirchner anunciou nesta semana a criação de um sistema de medição da audiência das emissoras de televisão na Argentina. O novo índice será feito por uma rede de 11 universidades públicas, batizada de Sifema (Sistema Federal de Medição de Audiência), e os novos dados devem começar a ser publicados já nos próximos 90 dias. Atualmente, apenas a empresa de origem brasileira Ibope – que o blogueiro Paulo Henrique Amorim batizou sarcasticamente de “Globope” –, mede a audiência das TVs na nação vizinha. A criação do Sifema acaba com o monopólio das pesquisas no setor, que sempre beneficiou a mídia monopolizada, e permite democratizar a distribuição da publicidade no país.
Ao justificar a iniciativa, Cristina Kirchner colocou o dedo na ferida. “No ano passado, as empresas privadas gastaram 31 bilhões de pesos (valor próximo a R$ 8 bilhões) em publicidade, que foram parar nos grandes meios concentrados”. Segundo o Ibope, a TV líder em audiência no país é a Telefe, que pertence à multinacional espanhola Telefônica; em segundo lugar surge o Canal Artear, do famigerado Grupo Clarín; em terceiro está a TV Pública. Com a nova medição, a tendência é que ocorram mudanças neste ranking. Segundo Marcelo Escolar, professor da Universidade de San Martin e coordenador do Sifema, o novo sistema irá contemplar o país inteiro – já o Ibope só mede a audiência na Grande Buenos Aires.
Diante da medida governamental, os barões da mídia da Argentina – que, a exemplo dos brasileiros, adoram bravatear sobre livre concorrência – estão histéricos. Com o fim do monopólio do Ibope, eles temem perder publicidade. Em 2013, o governo gastou 1,39 bilhão de pesos (cerca de R$ 376 milhões) em anúncios, mas restringiu o acesso à mídia monopolista. O Grupo Clarín, o mesmo que recentemente foi fatiado em seu império graças à aprovação da “Ley de Medios”, ingressou com ação na Suprema Corte questionando a perda de anúncios oficiais. Agora, com a criação do Sifema, esta e outras corporações midiáticas temem que também seja reduzida a fatia privada da publicidade.
Já as emissoras estatais e comunitárias, que adquiriram maior força com a aprovação da “Ley de Medios”, estão animadas com a criação do novo sistema de mediação da audiência. Elas acusam o Ibope de adotar “critérios ideológicos” para favorecer os grupos privados de mídia na obtenção de publicidade. As TVs públicas da Argentina têm excelente produção de conteúdo, já reconhecida mundialmente e com vários prêmios. É o caso do canal público PakaPaka, que exibe programas dedicados às crianças. Para Facundo Agrelo, coordenador de conteúdo da emissora, “é importante ter um canal para as crianças para ampliar os direitos. Nenhum dos meios privados tem essa missão. A proposta deles é o lucro”.
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ARGENTINA CAMPEÃ MUNDIAL!!!!
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