Ilustração: Fernando Llera |
A Alemanha marcou um golaço. Não me refiro ao belo lance no segundo tempo da prorrogação que deu o título de campeã da Copa do Mundo à seleção alemã, em pleno Maracanã – até porque torci pela Argentina, não por razões futebolísticas, mas por um sentimento de pertencimento à América Latina. Mas sim à decisão do governo Angela Merkel de expulsar do seu país o chefe do escritório em Berlim da CIA – a nefasta agência de espionagem dos EUA. A corajosa medida foi anunciada na quinta-feira (10) como represália à infiltração ianque no serviço de inteligência da Alemanha. Com isso, agrava-se a crise política e diplomática entre as duas potências capitalistas ocidentais.
O clima já vinha tenso desde as revelações de Edward Snowden, ex-agente da Agência de Segurança Nacional (NSA), de que os EUA bisbilhotam milhares de mensagens eletrônicas e ligações telefônicas pelo mundo – inclusive as de Angela Merkel e da presidenta brasileira Dilma Rousseff. Houve várias críticas à espionagem ilegal, mas o presidente Barack Obama não tomou medidas mais efetivas para conter a ação criminosa. Para piorar, no início de junho um funcionário do serviço de inteligência alemã (BND) confessou ter repassado documentos secretos do governo para agentes da CIA em Berlim. A revelação gerou fortes reações no parlamento e forçou a chanceler a adotar uma posição mais dura diante dos EUA.
Esbanjando sua costumeira arrogância, a Casa Branca evitou explicar a ação ilegal e apenas afirmou que a relação com os alemães é “muito importante e mantém a Alemanha e os EUA seguros”. Ou seja: tudo se justifica em nome do chamado “combate ao terrorismo”, inclusive roubar segredos de Estado e espionar a governante do país. Em entrevista nesta sexta-feira (11), o ministro de Relações Exteriores da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier, confirmou que as relações entre as duas potências estão seriamente abaladas. Para ele, a expulsão do chefe da CIA em Berlim “era inevitável... Nós precisamos e esperamos uma relação baseada em confiança”.
As desconfianças diante da ingerência imperialista dos EUA crescem no mundo inteiro. Pesquisa do Instituto Pew, divulgada nesta segunda-feira (14), confirma esta tendência também no Brasil. Segundo o levantamento, a popularidade de Barack Obama entre os brasileiros caiu de 69% para 52% entre 2013 e 2014; já a imagem positiva do império baixou de 73% a 65%. Entre 44 países selecionados pelo instituto, o Brasil surge em segundo lugar na rejeição à espionagem praticada pelos EUA: 83% disseram discordar desta prática ilegal contra chefes de Estado. A pesquisa ainda apontou que as maiores quedas na aprovação de Barack Obama ocorreram na América Latina – 17 pontos no Brasil, 13 na Argentina e nove no México.
Seguindo o exemplo alemão e sintonizada com a pesquisa do Instituto Pew, bem que a presidenta Dilma também podia mandar um recadinho ao império do mal. Bastava sinalizar positivamente com a ideia de conceder asilo a Edward Snowden, que se encontra refugiado em Moscou e já manifestou interesse em residir no Brasil. Nesta semana, várias entidades da sociedade civil – como a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), CUT, UNE e MST – divulgaram uma carta aberta cobrando esta atitude do governo. “O Brasil foi o país que mais se beneficiou das revelações de Snowden", afirma o documento, que defende a imediata concessão de asilo ao ex-agente da NSA.
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Império do Mal é ótimo. Tupiniquim morre com idéias tupiniguins. Uga Uga!
ResponderExcluirpotencias mundiais como a Alemanha quer queira ou nao seu lugar é junto dos brics pois ai o respeito é mutuo. Os EUA sao traíra por natureza pousam de bonzinhos mais no fundo so querem venha a eles e lascar com outros países se Angela Merkek nao toma essa atitude a Alemanha um dia seria varrida por protesto manifestaçoes e o caos tomaria conta da naçao. Este é o papel dos EUA perante o mundo MORDE E ASSOPRA, NUNCA LHE OFERECE OU LHE DÁ ALGO SEM QUE NAO PENSE EM LHE TIRAR O TRIPLO OU MAIS.OBAMA É UMA MARIONETE NA VERDADE ESSES SERVIÇOS DE ESPIONAGEM AMERICANOS OBEDECEM ORDENS DO PENTAGONO E SE OBAMA SE OPOR VAI CAIR NA BALA COMO KENNEDY.
ResponderExcluirEsses q odeiam tanto os EUA consomem APPLE?
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