quinta-feira, 10 de julho de 2014

O porta-voz da covardia da direita

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Eu gosto de ler a coluna de Reinaldo Azevedo.

Não, não se surpreendam: gosto de conhecer, dito com sinceridade, o pensamento hidrófobo que domina a mente brasileira e que é amenizado e envolvido em palavras bem mais gentis ou, se quiserem, aparentemente mais civilizado.

Reinaldo, não: é a expressão crua e babujante do ódio, própria daquela espécie com que ele foi comparado até por colunistas conservadores.

Ontem e hoje, talvez não haja um brasileiro, inclusive este blogueiro, que não tenha criticado – e com toda a dureza natural da nossa frustração – a seleção brasileira e, sobretudo, o seu comando técnico.

Acabei de fazê-lo, no post anterior e há erros a serem cobrados e corrigidos.

E coisas inexplicáveis, como não “parar” o jogo no meio daquele vendaval alemão, com uma comissão técnica que tem décadas no mundo manhoso do futebol.

Eu mesmo escrevi aqui que o “politicamente correto” – e Felipão sempre foi dócil a ele, ao contrário do massacrado Dunga, por desastre muito menor – tinha grande parcela de culpa no desastre.

Não é incomum, desde as antigas mesas-redondas de futebol, que estas cobranças sejam duras e as críticas, ácidas.

Mas “a voz sincera do PSDB” revela com toda a crueza e animalidade a imensa satisfação com que eles receberam o desastre do time brasileiro, porque destila veneno e mal disfarça a alegria com algo que doeu muito fundo em quase 200 milhões de brasileiros.

Ele se espalha na mais sórdida agressividade e desrespeito pessoal.

Pouco falta para chamar Luís Felipe Scolari de “agente de Dilma Rousseff” e do petismo.

O sucesso ou insucesso de uma seleção de futebol no país do futebol pertence a todos.

Mas Reinaldo reage com um “bem-feito”, um “eu disse” , “eu já sabia” que não lhe escondem o prazer em, para alcançar uma improvável sucesso eleitoral, comemorar a tristeza dos brasileiros.

E desenha, à vista de todos, o que é a direita brasileira.

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