sábado, 5 de julho de 2014

O que está em jogo na eleição de 2014?

Editorial do jornal Brasil de Fato:

Os inimigos do povo brasileiro, as forças neoliberais e o imperialismo fazem uma movimentação política para restaurar a velha agenda já derrotada nas três últimas eleições presidenciais.

As forças neoliberais pretendem aplicar um programa antipopular e antinacional pautado basicamente no corte de gastos públicos nas áreas sociais, no aumento da taxa de juros para beneficiar os grandes bancos, na retomada do programa de privatizações e na criminalização das lutas populares. E, nesse momento, o representante dessa agenda é o candidato do PSDB à Presidência da República, Aécio Neves.

Para viabilizar esta agenda retrógrada, as forças neoliberais utilizam todas as armas para derrotarem a candidatura da presidenta Dilma Rousseff nas eleições de 2014. A ofensiva dos inimigos do povo passa centralmente pela instrumentalização da imprensa de mercado, liderada pela Rede Globo, pregando o terror econômico e sua suposta volta da inflação ou mesmo vendendo uma imagem de caos em torno da Copa do Mundo para desgastar a presidenta Dilma.

Vale ressaltar que parte dessa estratégia está sendo derrotada. Os atuais índices de inflação não têm comprometido o poder de compra da população brasileira. E a Copa do Mundo tem sido exitosa, derrotando o pessimismo fabricado pelo dispositivo midiático conservador. Nossos inimigos são arrogantes, covardes e incapazes de reavaliar ou fazer autocrítica sobre suas equivocadas projeções.

No momento em que parte da estratégia de nossos inimigos está sendo derrotada, cabe às forças populares intensificarem a propaganda política para revelar às massas populares o que realmente está em jogo nas eleições presidenciais.

De um lado temos a candidatura de Aécio Neves do PSDB, que serve aos interesses do imperialismo estadunidense e do capital financeiro. Do outro, temos a candidatura da presidenta Dilma comprometida com a manutenção e aprofundamento das conquistas populares obtidas nos últimos 12 anos.

Ou seja, revelar que nestes 12 anos de governos Lula e Dilma o salário mínimo teve aumento real de 72%. Que aumentaram os investimentos públicos em educação de 4,8% para 6,4% do PIB. Que 1,5 milhão de jovens tiveram acesso à universidade via ProUni e que as cotas sociais e raciais contribuem para popularizar o acesso à universidade brasileira. E que foram gerados mais de 20 milhões de empregos nesse período.

Além disso, está em curso um promissor processo de relações internacionais Sul-Sul que engloba a integração dos países latino-americanos e suas relações prioritárias com os países africanos.

O Brasil contribui decisivamente na liderança de uma agenda internacional junto com a China, a Índia, a Rússia e a África do Sul que inverte as prioridades no campo da geopolítica mundial que o imperialismo estadunidense não tolera.

Uma vitória eleitoral das forças neoliberais seria um desastre para a América Latina, que abriria espaço para um árduo período de restauração neoliberal.

Certamente, para a presidenta Dilma aprofundar as mudanças via reformas estruturais é imprescindível a refundação do carcomido sistema político brasileiro. E o melhor cenário para propagandearmos e lutarmos pela reforma do sistema político – combinado luta de massas com a luta pela Constituinte – seria num segundo mandato da presidenta Dilma.

Portanto, constituir uma força social de massas torna-se imprescindível para colocarmos na agenda nacional as reformas estruturais típicas de um projeto nacional de desenvolvimento.

Num eventual governo Aécio Neves do PSDB, nossa postura vai ser, inevitavelmente, primeiro defender as conquistas que obtivemos. Mas ainda tem muita água pra rolar na batalha de 2014. Caso o presidenciável Aécio Neves seja abatido no debate, as forças neoliberais e seu velho programa poderão migrar para o seio da candidatura de Eduardo Campos. É uma possibilidade real.

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